TEXTO 2: COMPLETO:
Por José Carlos Castro Sanches
Site: www.falasanches.com
Discurso de posse na Academia de Letras e Artes de Coroatá – ALAC
Início este breve discurso evocando a ideia de sucessão, imortalidade e a importância da memória na literatura e na academia, usando uma frase de Darcy Ribeiro: “Confesso que me dá certo tremor d’alma o pensamento inevitável de que, com uns meses, uns anos mais, algum sucessor meu, também vergando nossa veste talar, aqui estará, hirto, no cumprimento do mesmo rito para me recordar.”
Conhecer Coroatá por si só representa uma conquista pessoal; aprofundar-me nas suas entranhas literárias, artísticas e culturais é um desafio para quem, como eu, vive em busca do conhecimento. Assim como a minha cidade natal, Rosário, tem na sua história o rio Itapecuru, a ferrovia da RFFSA, os peixes, os trens de passageiros e cargas, as cerâmicas e a essência de um povo humilde e trabalhador, Coroatá surgiu de “paiós” (postos de fazendeiros e viajantes) e de uma planta indígena chamada Coroatá-açu, que deu nome à região.
Em 1843, foi criada a Vila Coroatá, desmembrada de Caxias e Itapecuru-Mirim. Elevada à cidade em 1920, a história da cidade se relaciona com a colonização portuguesa e a atividade agrícola. Agora, Coroatá eleva-se a celeiro das letras, com a fundação da ALAC, fortalecendo a educação com um olhar visionário para o futuro de novos talentos literários que darão voz e verbo à prosa e poesia, além de transcender o tempo, dando lugar à imortalidade daqueles que hoje assumem o papel de protagonistas nesta revolução que ora se inicia.
A quem poderia agradecer a dádiva da vida? A quem oferecer o presente que recebo? O que dizer aos cidadãos coroataenses pela honra de tornar-me imortal deste sodalício repleto de talentosos escritores, artistas, homens e mulheres que tornaram possível essa merecida conquista e têm o compromisso de torná-la fonte de luz e brilho permanente para esta cidade? Eterna gratidão a Deus por estar aqui junto a cada um de vocês.
Que eu possa retribuir a gentileza de todos com amor, ética, responsabilidade e promoção da literatura, arte e cultura de Coroatá, além-mares. O meu coração bate feliz pela semente plantada nessa terra, na expectativa de que, ao regá-la com amor, possa brotar, crescer, florescer, desabrochar as flores, dar bons frutos para alimentar, dar abrigo aos ninhos e ao canto dos passarinhos.
Sigamos a máxima do ilustre poeta Mário Quintana: “Todos esses que aí estão, atravancando meu caminho. Eles passarão, eu passarinho”, do seu poema “Poeminho do Contra”. Com esses versos simples e poéticos, convido-os a refletir sobre a importância da perseverança e da esperança na busca por um futuro melhor.
Encerro com as epígrafes de Jorge Amado: “Jamais fui nem serei imparcial nessa luta do homem, na luta do futuro e o passado entre o amanhã e o ontem.” E de Graciliano Ramos: “Entre a gramática e a censura o escritor sempre encontra seu caminho.”
Muito obrigado! Deus seja louvado!
São Luís, 06 de abril de 2025.
José Carlos Castro Sanches.
É Consultor de SSMA da Business Partners Serviços Empresariais – BPSE. Químico, professor, escritor, cronista, contista, trovador e poeta maranhense. Membro Efetivo do PEN Clube do Brasil, da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Literária do Maranhão, da Academia Maranhense de Ciências e Belas Artes, da Academia Rosariense de Letras Artes e Ciências, da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão, da Federação das Academias de Letras do Maranhão, da União Brasileira de Escritores, da Associação Maranhense de Escritores Independentes. Membro correspondente da Academia Arariense de Letras, Artes e Ciências, da Academia Vianense de Letras e da Academia de Ciências, Letras e Artes de Presidente Vargas. Tem a literatura como hobby. Para Sanches, escrever é um ato de amor e liberdade.
Autor dos livros: Tríade Sancheana: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; Trilogia da Vida: No Fluir das Horas, Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro!; Pérolas da Jujuba com o Vovô, Pétalas ao Vento, Borboletas & Colibris (em parceria); Das Coisas que Vivi na Serra Gaúcha, Me Leva na Mala, Divagando na Fantasia em Orlando e O Voo da Poesia. Coautoria em diversas antologias brasileiras.
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