20 meses depois do acidente.

“Não faz diferença estar na primeira classe ou na classe econômica de um avião que está destinado a cair.” (Allan Caetano Zanetti)

Tem fatos que geram consequências duradouras e não são facilmente esquecidos. A morte de Teori Zavascki é um acontecimento que deve ser lembrado por todos os brasileiros que acreditam num Brasil melhor mais justo, integro e ético. É sobre ela que discorro nesta crônica. 

“Teori Albino Zavascki, nasceu em Faxinal dos Guedes – Santa Catarina no dia 15 de agosto de 1948 e faleceu em Paraty – Rio de Janeiro no dia 19 de janeiro de 2017. Foi jurista, professor, magistrado e Ministro do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Teori ganhou expressiva notoriedade após tornar-se o ministro relator da Operação Lava Jato no STF, analisando os casos de pessoas com foro privilegiado, homologando delações premiadas e acordos de leniência. O mais relevante acordo de colaboração da história da Justiça do país, envolvendo nomes de figurões dos mais variados partidos.”

“Teori era relator do processo da Lava Jato na Suprema Corte e estava às vésperas de retirar o sigilo de cerca de 900 depoimentos e homologar as 77 delações da Odebrecht” quando sofreu um incidente aéreo que ceifou a sua vida.

O Brasil perdeu um dos seus maiores expoentes. Ganhou o respeito de toda a sociedade brasileira. Responsável pela homologação de vários processos e pela forca tarefa da lava jato. Conduzia de forma seria e equilibrada, com atuação discreta o processo da operação Lava Jato. 

A operação Lava Jato iniciou em um posto de gasolina, de onde surgiu seu nome, deflagrada em março de 2014, investiga um grande esquema de lavagem e desvio de dinheiro envolvendo a Petrobras, grandes empreiteiras do país e políticos.

Será que a lava jato afundou com aquele avião em Paraty? 

A linda cidade de Paraty agora também será lembrada pelo trágico acidente aéreo e morte de Teori. 

A quem poderia interessar a morte deste ilustre magistrado? Ou seria um “acidente“? 

Um acidente é um acontecimento casual, fortuito, inesperado. Este evento precisa ser investigado para confirmar ou negar a hipótese, identificar a causa raiz e definir um plano de ação para evitar recorrências.

No mesmo dia da morte de Teory 20(vinte) bombeiros morreram num acidente no Irã. Aqueles que apagavam o fogo e este que lavava o Brasil sofreram as consequências da morte inevitável.

Não vemos a base dos “icebergs”, elas estão escondidas nas profundezas dos oceanos, só conseguimos visualizar a superfície de menor área, mantendo submersa a dúvida e a incerteza sobre o verdadeiro motivo da queda de mais um avião seguida de inúmeras outras: Ulisses Guimarães, Eduardo Campos, Roger Agnelli e agora Teori. Quem será o próximo? 

Cinco pessoas no avião mortas ao acaso? “Há quem prefira ver nisso uma trágica coincidência, mas será que aqueles que desconfiam de tal versão não têm motivos para tanto? ” 

Ao mesmo tempo em que a seleção brasileira de futebol organizava um jogo solidário com a seleção Colombiana para ajudar as famílias dos jogadores da Chapecoense trucidados pela queda de um avião. 

O jogo da amizade no dia 25 de janeiro de 2017 terminou de 1 X 0 para o Brasil. Mas, o saldo negativo destas fatalidades abalou todo o país. Este incidente passou a compor as estatísticas das terríveis e lamentáveis tragédias da aviação brasileira.

Após a “Queda do bimotor” que transportava Teori próximo à praia do pontal, só as luzes de longe eram vistas – enquanto os corpos permaneceram por horas no fundo do mar aguardando o demorado resgate. 

Havia uma mulher, dentro do avião submerso, pedindo socorro. Balançando a mão no desespero, batendo e implorando para ser salva sentindo a vida esvair-se sem nada poder fazer – num sofrimento indescritível – pela demora na chegada dos socorristas que buscaram de todas as formas obter êxito no resgate, sem sucesso. 

As pessoas da comunidade, bombeiros (heróis solitários), sem o devido preparo e equipamentos adequados para o resgate no “Gold Time” tinham a ilusão de salvar vidas em grandes desastres, em meio às adversidades não previstas, em condições precárias, sem treinamento e capacitação requeridos e baixa velocidade de resposta a emergências em acidentes aéreos na terra ou mar. Descobriram tardiamente, naquele trágico acidente, que estavam despreparados para atender emergências.

Aquela condição adversa de difícil atuação – requeria treinamentos, simulações, equipe de emergência disponível para pronto atendimento e equipamentos apropriados. Tudo isso só foi possível algum tempo depois apesar do esforço de todos os envolvidos na tentativa de resgate. Lamentamos as perdas. Justo com Teori – Paraty se revelou rebelde. 

Que interesses difusos levaram ao acidente? 

Avião sofisticado, piloto com expertise em voos na área do campo de marte a Paraty. Partindo de um aeroporto de alta tecnologia para outro sem instrumentos de controle para orientação do piloto, num voo visual em tempo chuvoso, sem contato com a torre. 

“O aeroporto de Paraty não opera por instrumentos nem tem torre de controle para orientar os pousos e decolagens. Os pilotos precisam ter contato visual com a pista para fazer as manobras.”

Teria o piloto assumido o risco durante o procedimento de pouso numa condição chuvosa? 

“Ele só pode operar por instrumentos, se não instrumento, o aeroporto está fechado. É aparentemente, o teto trava acima e a visibilidade trava, devia estar acima de cinco quilômetros. Só que você pode ter uma situação em que tem chuva. Se uma chuva mais forte, não precisa ser de grande intensidade, mas uma chuva forte, durante pouco tempo, pode fazer com que desapareça o horizonte”, explicou Jorge Eduardo Leal Medeiros engenheiro aeronáutico e professor da Poli-USP. 

Um voo aparentemente simples numa trajetória de 199 km do campo de marte até Paraty. O avião caiu na ilha rasa “todas as hipóteses precisam ser investigadas.”

Apesar da hipótese mais provável ser a de que o piloto perdeu o controle do avião frente às condições climáticas adversas. Esperamos uma conclusão definitiva sobre a causa raiz do acidente. Foi apenas um acidente? Ou se confirmam as “teorias conspiratórias”? Hoje, após 20 meses do ocorrido não tenho conhecimento do resultado “oficial” da investigação.

Esperamos que seja nomeado um novo ministro para o STF o mais rápido possível na tentativa de manter a continuidade dos trabalhos da operação Lava Jato. 

Meus sentimentos de pesar pela morte prematura do Ministro do Supremo Tribunal Federal. Juiz da Suprema Corte do Brasil. 

“A nossa vida é como um avião passando por uma forte turbulência. Temos que dirigi-la como um piloto experiente e seguro de que o tempo irá mudar. Mas não podemos deixar que a vida siga ao sabor de vento algum. O leme deve ser seguro com mãos firmes e com fé. A calmaria virá com o tempo.” (Pascoal Nunes)

Não entendo por que tanto sofrimento, é avião matando gente, é facada em candidato a presidente, é execução de vivente. O povo alienado acreditando no passado deprimente. Limitado, sem acreditar e buscar o diferente. Temos a grande oportunidade de atuar no presente e eleger o nosso próximo presidente. 

“O escândalo é como a queda de um avião: os prejuízos são irreparáveis, e o fato é comentado durante anos seguidos.” (Odair Alves de Oliveira)

Afinal, o futuro a quem pertence? 

Pra frente Brasil! Vote consciente! O povo unido jamais será vencido!