Por José Carlos Castro Sanches

Site: www.falasanches.com

“Somos nós que forjamos as correntes que usamos em nossas vidas.” (Charles Dickens)

Num misto de apontamentos colhidos por fontes bibliográficas, internet e outros meios virtuais, intermediado por citações de autores famosos, recorto os fios diversos e opacos com a sensibilidade de um poeta e teço uma peça multicolorida com uma agulha de crochê fio de ouro, sobre uma temática de grande relevância nos meios acadêmicos e profissionais. Seguindo a máxima de Reid Hoffman, ao afirmar que : “Todos nós somos empreendedores. A vontade de criar coisas está no nosso DNA.”

O desafio a que me proponho é escrever sobre um tema relativamente complexo pela tecnicidade envolvida, usando uma linguagem simples e de fácil entendimento para leigos e doutos. Assim, apresento o que obtive como resposta ao meu anseio e compartilho com os leitores. Espero que gostem do que vos apresento. Como disse Marxwell Maltz: “A vida está cheia de desafios que, se aproveitados de forma criativa, transformam-se em oportunidades.

Numa segunda-feira de Carnaval após sair de uma consulta, almocei uma quentinha especialmente preparada por minha amada esposa Socorro Sanches, que me acompanhava, raspei o isopor com gosto de quero mais, em seguida passamos em uma farmácia e compramos os remédios receitados pela médica, absurdamente caros. Aqui um parêntese apoético: Existe limite de lucratividade para os laboratórios farmacêuticos? Eles buscam aliviar o sofrimento ou obter lucros exorbitantes?

Voltando à narrativa inicial, pagamos os medicamentos de três vezes no cartão de crédito e nos dirigimos para uma sorveteria, degustamos duas taças de sorvetes e aprovamos os sabores, não satisfeitos fomos ao restaurante “Coisas do Pará, em frente à loja Havan da Cohama em São Luís do Maranhão, tomar açaí do Pará.

Ao sair do restaurante visualizei num cantinho reservado o amigo e contemporâneo da Alumar, Raimundo Rabelo, que juntamente com a esposa, Joana, bebiam uma cerveja gelada, sem fazer barulho, faziam o carnaval a sós naquele recanto agradável  e silencioso, porém quente tal qual uma sauna a vapor “banho turco”, quase insuportável para os pobres mortais. Talvez seja aquele o lugar mais apropriado para sorver uma loura estupidamente gelada. Ainda que no calor – é preciso dar o primeiro passo – seguindo o aforismo de Walt Disney: “A melhor maneira de começar alguma coisa é parar de falar e dar o primeiro passo.”

Depois de algum tempo que não nos encontrávamos, seria impossível deixar passar em branco a oportunidade de uma boa conversa. Confabulamos por aproximadamente uma hora, acerca dos mais variados temas com destaque para a literatura, especialmente pela surpresa do audiente ao tomar ciência sobre a minha vocação literária, ao ler os textos que escrevo e compartilho diariamente nas mídias sociais; o interlocutor também externou o desejo de escrever a respeito de assuntos técnicos do seu domínio, com a pena leve e sorrateira, para atrair leitores, sugerindo que eu poderia ajudá-lo naquela nobre missão.

As descobertas não cessam, enquanto vida estivermos uma revolução contínua ocorrerá dentro de nós e nos surpreenderemos com o que somos capazes de realizar, sem nunca termos pensado. Imagine se decidirmos fazer algo premeditadamente, quanto poderemos assombrar o mundo com nossa capacidade criativa e realizadora? Mark Twain, deve ter experimentado esse momento ao pressupor que: “Os dias mais importantes na sua vida são o dia em que você nasce, e o dia em que você descobre o porquê.”

Falamos também sobre negócios, dificuldades e desafios pós-pandemia, por fim o dileto amigo externou o desejo de realizarmos um novo encontro para tratarmos da temática predominante: escrever para encantar.

Já nas despedidas ao encerrarmos o bate-papo deixou-me uma sugestão para escrever sobre “Empreendedorismo” de forma humorada, criativa e apaixonante, mantendo a coerência, os fundamentos técnico-científicos e o foco nas características dos empreendedores de sucesso.

Esse era um desejo seu, que ora realizo, sem a pretensão de esgotar o assunto, tampouco igualar-me ao que certamente ele poderia escrever, visto que faz parte do seu cotidiano, nas diversas missões dos últimos quarenta anos de atividade profissional. Aceitei o desafio com o propósito de atender ao seu pedido, conforme transcrevo abaixo.

Iniciarei a abordagem sobre o tema proposto com a epígrafe de Les Brown: “Muitos de nós não estamos vivendo nossos sonhos porque estamos vivendo nossos medos.” Seguido de Mark Caine, ao afirmar que: “O primeiro passo rumo ao sucesso é dado quando você se recusa a ser um refém do ambiente em que se encontra.”

“Ser empreendedor é como plantar uma semente de criatividade, regá-la com determinação e colher os frutos do sucesso. Assim como um cientista louco misturando ingredientes inusitados, o empreendedor habilidoso combina coragem, ousadia e visão para criar algo extraordinário. Como sugeriu Golda Meir: “Transforme aquelas pequenas centelhas de possibilidade nas chamas de uma realização concreta.” Imagine quantas centelhas temos ao nosso dispor para incendiar o mundo com boas ideias e realizações.

Os empreendedores de sucesso são como alquimistas modernos, transformando desafios em oportunidades, fracassos em lições e sonhos em realidade. Eles desafiam as leis da inércia, sempre em movimento, buscando soluções inovadoras e impactantes. Aqui se aplica muito bem a citação do meu colega de profissão, pai da Química, Antoine-Laurent de Lavoisier: “Na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.”

Com um olhar astuto e mente inquisitiva, o empreendedor enxerga além do óbvio, desvenda os mistérios do mercado e cria tendências antes mesmo delas existirem. São verdadeiros magos da adaptação, capazes de conjurar estratégias surpreendentes diante das adversidades.  William James, deveria ter além da aptidão para a filosofia e psicologia, uma forte veia empreendedora ao perceber que alimentando os sonhos com realizações, nos surpreenderemos com a nossa capacidade empreendedora: “Dê aos seus sonhos tudo o que você tem. E você se surpreenderá com a energia que surge de dentro de você.”

Assim como um artista apaixonado por sua obra, o empreendedor nutre um amor inabalável pelo que faz, transformando cada desafio em uma oportunidade de brilhar. Seu entusiasmo contagia os que estão ao seu redor, inspirando colaboradores e encantando clientes. Quem estiver disposto a superar o medo e correr riscos poderá experimentar o que sugere Marissa Mayer: “Se você conseguir superar o medo e a perigosa sensação de correr riscos, coisas incríveis acontecerão.” Risco calculado, a decisão de virar a página de sua vida  está em suas mãos.

Portanto, ser um empreendedor de sucesso não é apenas uma escolha profissional, é uma forma de encarar a vida com coragem, criatividade e paixão. É a arte de transformar o comum em extraordinário, o possível em realidade e o sonho em conquista.” 

Para realizarmos o que parece impossível precisamos fazer o possível, com a certeza de que nunca alcançaremos a perfeição, visto que somos humanos, falíveis, mas temos a capacidade de aprender com os erros e sermos cada dia melhores, como disse o palestrante motivacional Mark Victor Hansen: “Não espere até que tudo esteja perfeito. Nunca estará tudo bem. Sempre haverá desafios e obstáculos. E daí? Comece agora. A cada passo dado, você estará mais forte, mais habilidoso, mais confiante e mais bem-sucedido.”

Para melhor ilustrar a narrativa, seguem algumas características marcantes de empreendedores de sucesso:  

“O empreendedor é um ser extraordinário, uma fonte inesgotável de criatividade, coragem e determinação. Ele é aquele que desafia o status quo, questiona o convencional e enxerga oportunidades onde outros veem obstáculos. É um visionário, capaz de transformar sonhos em realidade e desafios em conquistas. Aplicam a proposição de Howard Shultz: “Arrisque sempre mais do que a maioria; sonhe sempre mais alto do que os outros.”

O verdadeiro empreendedor é um mestre na arte da adaptação, capaz de dançar no ritmo das mudanças do mercado e transformar desafios em oportunidades. Ele não teme o fracasso, pois entende que cada obstáculo é uma lição valiosa no caminho para o sucesso. Como disse Larry Page: “Vá sempre além do que é esperado.”

Sua paixão pelo que faz é contagiosa, inspirando e motivando todos ao seu redor. Ele é um líder nato, capaz de unir e mobilizar equipes em busca de um objetivo comum. Sua visão vai além do lucro; ele busca impactar positivamente a vida das pessoas, criando soluções inovadoras que surpreendem e encantam. Certamente são adeptos do axioma de Augusto Cury: “Ser um empreendedor é executar os sonhos, mesmo que haja riscos. É enfrentar os problemas, mesmo não tendo forças. É caminhar por lugares desconhecidos, mesmo sem bússola. É tomar atitudes que ninguém tomou. É ter consciência de que quem vence sem obstáculos triunfa sem glória.”

O empreendedor é um arquiteto de sonhos, construindo pontes entre o presente e o futuro, entre a necessidade e a inovação. Sua mente inquieta está sempre em busca de novas ideias, novos caminhos e novas formas de fazer as coisas acontecerem. Como afirmou Ray Goforth: “Existem apenas dois tipos de pessoas capazes de dizer que é impossível mudar o mundo: aquelas que têm medo de tentar e aquelas que têm medo do seu sucesso.” Os empreendedores sabem disso por isso são ousados.

Ele é um eterno aprendiz, sedento por conhecimento e disposto a experimentar, falhar e aprender novamente. Sua resiliência é admirável, sua determinação inabalável. Amélia Earhart, com extrema sabedoria disse: “A coisa mais difícil é a decisão de agir, o resto é apenas tenacidade.”

Acima de tudo, o empreendedor é um agente de mudança, um catalisador do progresso e um farol de esperança. Ele ilumina o caminho para o sucesso, inspirando outros a acreditarem em si mesmos e a perseguirem seus próprios sonhos. Um dos homens mais admiráveis e realizadores que o mundo conheceu chamava-se Walt Disney, ele afirmava com convicção que: “O segredo para fazer os sonhos se tornarem realidade pode ser resumido em quatro C’s: Curiosidade, Confiança, Coragem e Constância, e o maior de todos esses é a Confiança.” Ele como ninguém transformou sonho em realidade por meio da ação.

Em resumo, o empreendedor é mais do que um profissional de negócios; ele é um artista da inovação, um herói da resiliência e um mestre da transformação. Sua capacidade de surpreender e inspirar as pessoas é verdadeiramente admirável.”

Uma sentença que muito me inspira é do pintor holandês do final do século XIX, um dos maiores impressionistas do pós-impressionismo, Vincent Van Gogh. Considerado uma das figuras mais famosas e influentes da história da arte ocidental, criou mais de dois mil trabalhos ao longo de pouco mais de uma década, incluindo 860 pinturas a óleo, grande parte das quais, concluídas nos seus últimos anos de vida. Com esse currículo e história de vida exemplar, certamente tem autoridade para dizer:  “Se você ouve uma voz dentro de você dizendo ‘você não pode pintar’, então pinte e essa voz será silenciada.”

Assim querido amigo e profissional diligente Raimundo Rabelo, a partir de uma ideia podemos surpreender ou decepcionar, só não podemos deixar de realizá-la por medo da crítica, afinal o crítico é quase sempre aquele que nada produz, senão ideias contrárias para injuriar ou difamar os opositores. Quem tem medo de morrer, não deveria ter nascido.

Vá em frente com os seus sonhos e transforme o mundo, começando por pequenas ações, realizando proezas incríveis nunca imagináveis, afinal a felicidade está nas pequenas coisas. Perceba que a cada segundo que se passa não somos mais os mesmos de outrora: “O tempo é como um rio. Você nunca poderá tocar na mesma água duas vezes, porque a água que já passou, nunca passará novamente”. O que eu fui, o que você foi, são apenas lembranças – o que importa é o que somos no presente e como usufruímos a travessia – passagem, trajeto e destino – visto que a vida é efêmera.

Passo a passo como uma tartaruga que não vence pela velocidade, mas porque ela conhece as estradas mais do que o coelho, mesmo devagar, mas com constância, direção e foco, está fadada a vencer. Assim como você, acredite no seu potencial, quebre paradigmas e experimente o prazer do pódio, sendo o protagonista da sua própria história de sucesso. A distância entre sonho e realidade se chama ação. Como sugere Max Lucado: “Você faz um mundo de diferença: Deus colocou em suas mãos o poder de transformar o mundo começando pelos pequenos gestos.”  Go ahead my friend!

“Daqui a 20 anos você estará mais decepcionado pelas coisas que você não fez, do que pelas que fez. Então, jogue fora suas amarras, navegue para longe do porto seguro, pegue os ventos em suas velas. Explore, sonhe, descubra.” (Mark Twain)

São Luís, 12 de fevereiro de 2024.

José Carlos Castro Sanches. É Consultor de SSMA da Business Partners Serviços Empresariais – BPSE.

Químico, professor, escritor, cronista, contista, trovador e poeta maranhense. Membro Efetivo do PEN Clube do Brasil, da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Rosariense de Letras Artes e Ciências, da Academia Maranhense de Ciências e Belas Artes, da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão, da Federação das Academias de Letras do Maranhão, da União Brasileira de Escritores, da Associação Maranhense de Escritores Independentes. Membro correspondente da Academia Arariense de Letras Artes e Academia Vianense de Letras. Tem a literatura como hobby. Para Sanches, escrever é um ato de liberdade.

Autor dos livros: Tríade Sancheana – Colheita Peregrina, Tenho Pressa e A Jangada Passou; Trilogia da Vida: No Fluir das Horas, Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro!; Pérolas da Jujuba com o Vovô, Pétalas ao Vento, Borboletas & Colibris (em parceria); Das coisas que vivi na serra gaúcha, Me Leva na mala e Divagando na Fantasia em Orlando. Participa de inúmeras antologias brasileiras.

NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS12.02.2024. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.