Por José Carlos Castro Sanches
As sementes germinam e produzem
Pequenas plantas imaturas
Que crescem até a idade adulta
Ainda que pareçam miniaturas.
O ciclo de vida das plantas floridas
Inclui também as flores
Em quatro partes divididas
Estame é o lado masculino da flor
Que produz o pólen e fertiliza as sementes.
E o Pistilo é a parte feminina da flor
Que abriga as sementes.
A Sépala que protege o botão floral
E o Receptáculo que sustenta a flor
Sobre a extremidade da haste
Sintetizando o amor e o cuidado do criador.
A Pétala que tem cores vivas
Atrai insetos que carregam pólen
E fertilizam as sementes imaturas
Tudo faz parte da natureza
Para cumprir as escrituras.
Das flores brancas, vermelhas, rosas
Verdes, azuis, violetas e roxas
Amarelas, laranjas… simples ou garbosas
Surgem as pétalas de cores diversas
Para flutuarem ao vento auspiciosas.
As pétalas brancas ao vento
Imitam os pombos e a neve
Significam o perdão, a paz e a pureza
Das orquídeas, lírios, tulipas e rosas
Orgulhosas pela proeza.
As pétalas vermelhas
Lembram os guarás
Simbolizam o amor, a paixão
Atração e fidelidade
Dos crisântemos e gérberas.
Transbordando felicidade.
As pétalas rosas
Reproduzem as rosas, rosas
A suavidade das meninas
Orgulhosas com suas bonecas
De pano, plástico ou papel
Alegria das garotas sapecas.
Refletem a delicadeza,
A beleza, a juventude e o amor
Dos gladíolos, cravos, boca-de-leão
Das rosas, lírios, orquídeas
Que brotam da emoção.
As pétalas verdes
Assemelham-se à natureza bela
A sorte, a esperança e a fertilidade
Dinheiro, crescimento
Sorte e prosperidade
Presente nas plantas e folhagem
Nos fícus, heras, peperômia, antúrio
Como efeito de miragem.
As pétalas azuis
Simbolizam as nuvens do céu e o mar
Inspiram confiança, harmonia
Amizade, fidelidade, amor e beleza
Refletindo a íris, hortênsia e violeta
Nos jardins da realeza.
As pétalas amarelas
Espelham o ouro e o sol
Estimulam a memória
Na cor do verão, expressam
Satisfação, alegria e sucesso
Perceptíveis na margarida
Gladíolo e girassol
Refletem alegria e vida.
As pétalas roxas e violetas
Representam a nobreza e o poder
Podem lembrar violência e agressão
Dignidade, mistério, relaxamento
Visível nas Hortênsias e amor-perfeito
Liberam a reflexão e o pensamento.
As pétalas laranjas
Irradiam o fogo ardente
Exprimem contentamento, festa, fascínio
E podem também revelar orgulho
Visto nas gérberas, orquídeas e tulipas
Nas matas, bosques e jardins
Flutuando ao vento como pipas.
Pétalas de todas as cores
De todos os matizes
De todos os jardins
De todas as flores e rosas
De todas as belezas
De todos encantos.
Que voam, que seguem
Que ficam, que param
Que trazem a alegria
Que transformam as vidas
Que vivem o seu momento
Que vingam, florescem.
Secam e voam soltas
Ao sabor do vento
Do vento… do vento…
Solto, livre, soberano…
O vento que carrega as pétalas
Sem rumo, sem direção, sem sentido
As pétalas que trazem a paz, o amor
E me inspiraram a escrever
Para retribuir a emoção e o encanto
Da bela e singela natureza
Que não se pode traduzir em versos
Pela sensível e inexprimível pureza.
De uma pétala que voa
Ao vento sereno, lento
Como a vida efêmera
Que espera o momento
Certo, do tempo incerto
Do eterno acalento.
Não existem pétalas
Sem flores
Nem flores, sem ramos
Ramos, sem caules
Caules, sem raiz.
Juntos formam uma árvore
Ou arbusto que permitem
A beleza dos jardins floridos
Como um perfeito casamento
Do orvalho sereno e divino
Repleto de sabedoria
Com o amor e o conhecimento
Sem o qual seria impossível
Disseminar “Pétalas ao vento”.
São Luís, 14 de agosto de 2020.
José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense.
Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras – ALPL
Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, A Vida é um Sopro, Gotas de Esperança e mais nove livros inéditos.
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