(Bem-vinda ARLAC)

Por José Carlos Castro Sanches

(Bem-vinda ARLAC)

Por José Carlos Castro Sanches

Site: www.falasanches.com

“A Academia é um dos cimos da intelectualidade pátria. Para ela afluem as aspirações mais nobres e o seu veredicto é a láurea suprema nos prélios do espírito.” (Aníbal Freire)

Era final de tarde de um sábado ensolarado quando aguardávamos a solenidade de posse da Academia Rosariense de Letras, Artes e Ciências, na Igreja Batista Central de Rosário em frente à Praça do Coqueiro. A igreja simbolizava a benção do pai eterno e o coqueiro a promessa de crescermos e darmos frutos, assim iniciávamos a jornada sob a tutela de Jucey Santana, presidente da FALMA – Federação das Academias de Letras do Maranhão, assessorada por César Brito, com a participação de José Nilton Pinheiro Calvet Filho, Prefeito de Rosário e parceiro-mor do recém-criado sodalício em benefício do povo rosariense. Também compuseram a mesa os presidentes da Academia Icatuense de Letras, Ciências e Artes, José Ribamar de Souza Almeida e da Academia Vitoriense, Washington Luiz Maciel Cantanhede.

Ali nascia oficialmente a ARLAC, foram empossados 35 (trinta e cinco) acadêmicos: 17 (dezessete) membros fundadores, 18 (dezoito) membros efetivos, além de 05 (cinco) membros correspondentes, sendo aclamado como primeiro presidente da Casa… por dois anos de mandato, Euvaldo de Jesus Pereira. Somavam-se à cerimônia os familiares e amigos dos acadêmicos, dos patronos e demais convidados que ocuparam todos os assentos disponíveis na igreja.

Não havia dúvida de que a quarta mais antiga cidade do maranhão fundada em 1620, durante a construção do Forte do Calvário pelo português Bento Maciel Parente, com o nome de Itapecuru-Grande estava em festa, só faltou o boi de orquestra que segundo a professora e pesquisadora Lady Selma Ferreira Albernaz, surgiu nessa urbe por volta de 1920 a 1930, quando a orquestra do bordel da cidade de Rosário saiu pelas ruas tocando seus instrumentos. A academia chegou na hora certa, não foi precoce nem tardia. Como afirmou Araújo Porto-Alegre: ‘Deus concede o progresso a passos lentos, porque a luz repentina ofusca a vista.”

Doravante nomeio os Membros Fundadores seguidos dos respectivos Patronos, pela ordem de ocupação das cadeiras: Euvaldo de Jesus Pereira – Peri Gomes Feio; José Carlos Castro Sanches – Monsenhor Luiz Alves Rolemberg Madureira; Uhilton Carlos Castro Sanches – José Agripino dos Santos (João dos Santos); Flávia Nascimento Pereira – Rosalino Xavier de Almeida; Nilsoaldo Castro Silva – José Francisco Santos Corrêa; Magno Abreu Aragão – João Evangelista Pereira; Carlos Wagner Fernandes – Manoel de Jesus Reis; Maria Silene Sousa Ferreira – Manoel Domingues; Keidiane de Kássia Santos Rêgo – Alice Santos Rêgo; Sharliton Miranda Serra – Raimundo Quintino Serra; Julia Cristina Martins Almeida – Terezinha Santos Almeida; José Ribamar Santos – José Melquíades Bandeira Cruz; Gerson Conceição de Linhares – José de Ribamar Lima Filho; Alisson Geovane Sanches Chaves – Ariano Vilar Suassuna; Antonio Benjamim Cunha – Manoel de Jesus Sousa Filho; Joarmil de Jesus dos Santos – Benedito Pereira Leite; Raimundo Francisco Costa Guimarães – Paulo Reglus Neves Freire.

Sigo com os Membros Efetivos e Patronos: José Maria Pedrosa Filho – José Nascimento Moraes Filho; Carlos Jorge Nogueira Teles – Maria José Macau Alves; Maria José Pereira Silva dos Santos – Atanazio Miguel Ferreira; Maria da Graça Silva – João Amélio Pires da Cruz; Ubiraci Silva Nascimento – Moacir Silva Nascimento; Marcos Aurélio Reis Ferreira – Anízio Sabino Rocha; José Moura Santos Neto – Jozias Lima dos Santos; Antonio de Jesus Santos Vieira – João José de Sousa Machado; José Carlos Santos Coelho – José Augusto Castro; Francisco Sérgio Barreto – Clemência Oliveira Costa; José Pereira de Brito – Denizal Gomes; André Luís Mendes Arruda – Joaquim de Oliveira Santos; Joaquim Francisco de Sousa Neto – Ruth Tavares da Silva; Ana Teresa Desterro Rabelo – Irene Almeida Caires; Carlos Augusto de Jesus – Nunas Gomes; Moisés Martins Ferreira – Pedro Dourado Xavier; Gilmar Rocha Ribeiro – Anilton Pedroso Rayol; Mavildes Marques Santos – Terezinha de Jesus Anceles Oliveira.

Registro a seguir os nomes dos Membros Correspondentes: Admário Luiz Almeida; Hilton Mendes; Joksan Silva Sousa; Miguel de Moraes Barbosa e Inaldo Bartolomeu Aragão Rodrigues.

“Fundada a Academia, não houve quem duvidasse ser ela destinada a guardar o precioso tesouro da nossa língua e do bom gosto da sua forma literária.” (Augusto de Lima)

Se acreditamos ou não no ilusionismo de David Copperfield, na criatividade do inventor brasileiro Santos Dumont, na diplomacia de Oswaldo Aranha, o primeiro nascido na mesma data da fundação da academia em 1956, o segundo bateu o recorde de decolagem mais curta com a sua Demoiselle em 1909 e o terceiro foi eleito presidente da Assembleia-Geral da ONU em 1947, enquanto a Academia Rosariense de Letras, Artes e Ciências foi fundada em 16 de setembro de 2023, passando a ser um marco nos anais da história, bem como o registro da nossa presença por aqui, visto que o tempo é inexorável e a vida é efêmera devemos aproveitar as oportunidades do presente com sabedoria. Acredite a ARLAC é uma realidade.

“A Literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade recriada através do espírito do artista e retransmitida através da língua para as formas, que são os gêneros, e com os quais ela toma corpo e nova realidade.” (Afrânio Coutinho)

A Igreja Batista tornava-se o berço da arcádia rosariense, estávamos embriagados com o fervor da criação especialmente pelo emocionante discurso do confrade Moisés Martins Ferreira que contagiou a todos com a sua oratória impecável e resgate da história de Rosário, escrita com maestria e admirável fluidez das palavras, fazendo jus ao momento solene apreciado e ovacionado por longos minutos pelos presentes.

Orgulhava-me pelo momento de júbilo e extrema felicidade de cada um dos agraciados pela conquista. Estamos em êxtase, profunda epifania. Seguindo a epígrafe de Araripe Júnior: “A pátria de tal artista é uma espécie de Arábia encantada, aonde a vara mágica do gênio concede a tudo tintas de felicidade.”

Agora temos Academia em Rosário do Maranhão. É com alegria indescritível e gratidão que guardarei na memória e no coração a eterna lembrança da data festiva de 16 de setembro de 2023, quando foi fundada a Academia Rosariense de Letras, Artes e Ciências, como dito, tomaram posse trinta e cinco membros, dezessete fundadores e dezoito efetivos, entre os quais este que vos escreve, ocupante da cadeira No 2, patroneada pelo Monsenhor Luiz Alves Rolemberg Madureira, outrora Padre da Igreja de Nossa Senhora do Rosário e Diretor do Grupo Escolar Dr. Paulo Ramos, escola em que estudei o ensino fundamental juntamente com alguns confrades e confreiras que tomaram posse no Ateneu rosariense.

Peço a Deus que a humildade e a inteligência do oleiro associada à pena alucinada e fértil possa elevar a minha alma e dar visibilidade à cidade natal por meio dos meus escritos. Como disse Antônio da Silva Melo: “Para chegar à porta desta respeitável Casa o caminho foi longo, tão longo e tão cheio de vicissitudes, que, por pouco, teria ficado eu de fora, na mirífica contemplação de uma miragem.”

Tenho orgulho de fazer parte desse prestigiado sodalício que nasceu às margens do rio Itapecuru na terra abençoada onde nasci e cresci, berço e ninho divino. Agradeço ao todo-poderoso criador do céu e da terra por me dar força e sabedoria para viver, mostrar os caminhos seguros da vida e capacitar-me para essa vitória. Compartilho com meus familiares essa conquista: sou grato aos meus pais José Firmino Sanches e Zanilde Castro Sanches pelo amor, carinho, empenho, sustento, ensinamentos, conselhos, educação…; infelizmente não puderam estar presentes à cerimônia de posse, por motivos particulares, todavia estão felizes por terem dois dos seus filhos na academia; um agradecimento especial à minha amada esposa Socorro Sanches, inspiradora, parceira de todas as horas, companheira inseparável, mulher e amiga; às filhas Rafaelle, Fabielle, Danielle, ao filho Carlos Daniel e aos meus leitores pelo incentivo diário, sem vocês nada disso seria possível.

Encontro motivos de sobra para justificar o meu empenho e dedicação contínua pela busca do conhecimento e partilha diária dos meus escritos; apego aos valores e princípios éticos e morais; fortalecimento das virtudes e exemplos que inspiram o crescimento pessoal e profissional dos meus filhos, extensivo aos netos, amigos, confrades e confreiras rosarienses abduzidos pelo propósito e responsabilidade com a árdua missão de promover a literatura, a arte e a ciência. Com amor e devoção à causa assumimos um compromisso de resgatar a história, legado do passado, registrar o presente e sermos a bússola para direcionar o desenvolvimento da terra onde nascemos e o futuro da nossa gente que é construído pelas nossas decisões e ações diárias.

Rosário não será a mesma a partir de então, seremos sol, lua, estrela, luz e brilho permanentes; flores com intenso perfume; néctar para produzir o doce mel; canto melodioso dos pássaros; água límpida dos lagos, rios e mares; artesãos que moldam a argila e transformam nos mais belos e cobiçados artefatos cerâmicos da cidade; somos oleiros das olarias, conhecemos o barro, sabemos o seu valor e aprendemos a moldá-lo, tal qual nossos escritos e criações que ocuparão lugar de destaque por todo o mundo, ao tempo em que o Criador nos elevou ao pódio da imortalidade, ainda que sejamos mortais, tornando-nos referência para os nossos patrícios que orgulhosos darão continuidade aos trabalhos dos seus antecessores.

“A função da Academia é ligar o Brasil de norte a sul, sistematizando e consagrando todas as manifestações da alma coletiva, ao invés de as repelir a pretexto de bom gosto ou de as esquecer em nome da metrópole.” (Alcides Maya)

Somos sementes plantadas em solo fértil que deram bons frutos, exemplos a serem seguidos. Vejo as nossas praças, ruas, o anfiteatro da estação ferroviária, a sombra das árvores, os jardins, as varandas e portas das casas, as escolas, a academia e demais ambientes sendo ocupados por escritores, artistas, cientistas, cantores, compositores, escultores, pintores, professores etc. Enfeitadas com bandeirolas, músicas, danças, saraus, declamação de poemas, bumba meu boi, boi de cofo, carnaval e bloco das carroças, debates e apresentações literárias, artísticas e culturais; o culto a Nossa Senhora do Rosário, São Benedito; a nossa história gravada nas pedras do Forte Vera Cruz, na Estação Ferroviária, na Maria Fumaça, nos trens de passageiros… todos na trilha da academia por todo o território rosariense, inclusive nos povoados distantes – onde poderemos ser mais úteis – cada vez que convertermos um dos nossos para a continuidade dessa gloriosa missão transformadora do presente e das futuras gerações. Seguiremos pelo Brasil e seremos reconhecidos internacionalmente.

Contribuiremos significativamente para o progresso do nosso município, promovendo a dignidade, o respeito, a liberdade de expressão, o culto ao conhecimento e a expectativa de vitória daqueles que nos sucederem, tendo como propósito propagar a literatura, a arte e a ciência e dignificar o nosso torrão; levar a esperança para as crianças, jovens e adultos; transformar sonho em realidade. Como asseverou Amadeu Amaral: “Se o sonho é bom, também às vezes a realidade é bem melhor que o sonho.”

Era chegada a hora de resignificarmo-nos para fortalecer o coletivo. Projetar e edificar um monumento à sabedoria, o palácio do conhecimento, uma fortaleza entronizada na rocha do Forte do Calvário e da Igreja da Matriz, um oásis no deserto, uma semente plantada em terreno árido para ser irrigada, adubada, fazer crescer o caule, liberar as folhas, desabrochar lindas flores de aromas agradáveis, dar frutos suculentos, sombra e abrigo para os ninhos dos passarinhos que alimentados voarão além-mares por todo o planeta levando no bico a carta de boas-vindas à Academia Rosariense de Letras, Artes e Ciências.

“É à sua sombra fecunda que os agrupamentos humanos crescem e se desenvolvem, adquirindo a consciência, a dignidade e a liberdade, que os elevam à categoria de nações.” (Alcindo Guanabara)

Tenho plena convicção de que as penas alucinadas dos mestres das letras continuarão vivas eternamente entre os rosarienses, seguindo os axiomas dos poetas Ferreira Gullar e Ariano Suassuna, respectivamente: “A arte existe porque a vida não basta.” Enquanto, “A tarefa de viver é dura, mas fascinante.”

Viva a Academia, a literatura, a arte e a ciência! Viva a liberdade! Viva o meu amado torrão: Rosário do Maranhão.

“Rosário, terra adorada,
Que a virgem veio abençoar.
Rosário, terra querida,
O teu passado nos anima a lutar.

Por tua causa que merece,
Nossa luta integral.
Haveremos de lutar até o final.

Por tua causa,
Lutaremos, lutaremos
Até o final.”
(Hino de Rosário)

Que a virgem veio abençoar.

Rosário, terra querida,

O teu passado nos anima a lutar.

Por tua causa que merece,

Nossa luta integral.

Haveremos de lutar até o final.

Por tua causa,

Lutaremos, lutaremos

Até o final.”

(Hino de Rosário)

São Luís, 18 de setembro de 2023.

José Carlos Castro Sanches

É químico, professor, escritor, cronista, trovador e poeta brasileiro. Membro Efetivo do PEN Clube do Brasil, da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Rosariense de Letras, Artes e Ciências, da Sociedade de Cultura Latina do Maranhão, da União Brasileira de Escritores e da Associação Maranhense de Escritores Independentes. Membro Correspondente da Academia Arariense de Letras, Artes e Ciências e da Academia Vianense de Letras.

Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; No Fluir das Horas, A Vida é um Sopro!, Gotas de Esperança, Pérolas da Jujuba com o Vovô; Pétalas ao Vento; Borboletas & Colibris (em parceria com Pedro Neto).

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NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS18.09.2023. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.