Por José Carlos Castro Sanches
O problema da máscara
É que esconde o sorriso
Falso ou verdadeiro
Que alegra o dia inteiro
E destaca a sinceridade
De um olhar que nunca
Finge a verdade
Nem distorce a realidade
De quem vive a liberdade.
Digo isso, porque às vezes
Um sorriso “falso”
Em dias de tristeza
E infelicidade
Vale mais que um olhar
Sisudo, duro, profundo
De alguém que não passa
Amor, simpatia e alegria ao mundo.
Faz parte da natureza
Colocar-se no lugar do outro
Com empatia e gentileza
Para alguns o desencanto
É manifesto com indelicadeza.
Como aquela atendente
Do Consultório Médico
De nome “sem precedente”
Que descrevo em tom paródico
Sua postura insipiente.
Naquele ambiente inóspito
De medo, tristeza e agonia
A máscara me fez sentir
A falta de um sorriso
Ainda que fosse falso
Pela máscara, disfarçado
Seria mais agradável
Que um simples olhar de desprezo.
ou
Naquele ambiente inóspito
De medo, tristeza e agonia
A máscara me fez pensar
Quão falso pode ser um sorriso
E quão puro um olhar comedido.
Um olhar nunca consegue
Esconder o que está contido
Traduz sempre a realidade
Transmite o que estamos sentindo
Expressando a pura verdade.
A máscara esconde o sorriso
O olhar transmite sinceridade
A máscara encobre o “ardiloso”
Os olhos exprimem autenticidade
E a beleza refletida de Narciso.
José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense.
Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras – ALPL
São Luís, 22 de julho de 2020.
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