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Oferece a você a oportunidade de leitura e reflexão sobre textos repletos de exemplos, experiências e lições que irão transformar a sua vida.

ZÉ DE PEDRO!

Por José Carlos Castro Sanches   

Site: www.falasanches.com

“ O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele. ” (Immanuel Kant)

Zé de Pedro era um político que mal sabia escrever o próprio nome. Certa vez chegou no cartório para providenciar a assinatura de alguns documentos – se fazendo necessário os autógrafos para o reconhecimento de firma – como dizem “reconhecer firma no cartório”.

O paciente dono do cartório do interior de Brasilis, ao perceber a dificuldade do político e a pouca habilidade ao manobrar a caneta sobre o papel. Perguntou-lhe: “mas você como secretário do tesouro do município, como faz para assinar as faturas e demais documentos na sua pasta? ”  

O nobre secretário desprovido de qualquer sentimento de culpa e vergonha, com a pureza e simplicidade de um homem autêntico, respondeu: “eu faço lá os meus garranchos, sem ler e libero os documentos”.

O homem não tinha apenas dificuldade na escrita, ele era analfabeto funcional, além de não saber escrever, também não sabia ler. Aqui faço um parêntese para esclarecer que não tenho preconceito contra os analfabetos, detenho-me a contar um fato referente a um político analfabeto, eleito democraticamente, portanto, representante legal do seu eleitorado.

Conversa vai, conversa vem, entre o cliente e o dono do cartório, que pareciam amigos de infância, visto a intimidade com que se relacionavam. A curiosidade era grande, porque, além de exercer o cargo de secretário, o ilustre político por inúmeras vezes se elegeu vereador no município, sendo em outras oportunidades candidato a prefeito da cidade, que pelo prestigio recebera o seu nome “Zé de Pedro”. Então, mais uma vez o tabelião se arriscou a perguntar: “como você conseguiu por tanto tempo se eleger vereador, depois ocupar o cargo de secretário, sem sequer saber escrever o seu nome?”

Zé de Pedro, analfabeto, mas versado nas palavras, coisa que aliás é uma característica marcante da maioria dos políticos, principalmente em época de eleição, logo respondeu: “seu Dr. não precisa saber ler, nem escrever para ser político – só é preciso saber mentir”.

O letrado titular do cartório, logo respondeu: “Você acabou de ganhar o meu voto, porque apesar de analfabeto, você é sincero”.

Moral da história: para ser político não basta ser analfabeto, tem que ser mentiroso.

“A glória ou mérito de certos homens é de escrever bem, de outros, é de não escrever. “ (Jean de la Bruyere)

P.S. Aqueles que se enquadrarem neste perfil, naturalmente vestirão a carapuça. Sem esquecer que a mentira não é uma característica peculiar dos analfabetos.

São Luís, 21 de agosto de 2020

José Carlos Castro Sanches. É Consultor de SSMA da Business Partners Serviços Empresariais – BPSE. Químico, professor, escritor, cronista, contista, trovador e poeta maranhense. Membro Efetivo do PEN Clube do Brasil, da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Maranhense de Ciências e Belas Artes, da Academia Literária do Maranhão, da Academia Rosariense de Letras Artes e Ciências, da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão, da Federação das Academias de Letras do Maranhão, da União Brasileira de Escritores, da Associação Maranhense de Escritores Independentes. Membro correspondente da Academia Arariense de Letras Artes, da Academia Vianense de Letras e da Academia de Ciências Letras e Artes de Presidente Vargas. Tem a literatura como hobby. Para Sanches, escrever é um ato de amor e liberdade.

Autor dos livros. Tríade Sancheana: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; Trilogia da Vida: No Fluir das Horas, Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro!; Pérolas da Jujuba com o Vovô, Pétalas ao Vento, Borboletas & Colibris (em parceria); Das Coisas que Vivi na Serra Gaúcha, Me Leva na Mala, Divagando na Fantasia em Orlando e O Voo da Poesia. Participa de diversas antologias brasileiras.

NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS21.10.2020. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.

Comments (1):

  1. Francisco Moreira de Sousa Fil

    3 de dezembro de 2024 at 08:47

    Parabéns meu confrade poeta escritor Sanches. É isso mesmo. Na Política partidária brasileira está cheia de políticos mentirosos, analfabetos e roedores do dinheiro do trabalhador.

    Responder

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