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Oferece a você a oportunidade de leitura e reflexão sobre textos repletos de exemplos, experiências e lições que irão transformar a sua vida.

VISÃO EXTERNA DO SKYGLASS 

Por José Carlos Castro Sanches   

Os sabiás cantam em todos os lugares em derredor da área de estacionamento, o sol ardente, as pessoas entrando e saindo num movimento desordenado, os veículos fazendo as manobras, carregando e descarregando gente de todos os recantos do planeta, crianças, jovens, adultos, terceira idade; mascarados de todas as cores. O Bustour passou, parou e seguiu quase vazio. E eu observava atentamente o barrigudo que passava, o casal segurando as mãos, o taxista limpando o carro, o motociclista que chegou com uma moto importada estacionou ao lado dos veículos, retirou o capacete, o blusão de couro deixou sobre a moto e seguiu como se estivesse em casa – admirável a confiança ao deixar os objetos – em outro lugar do país teria medo de parar. Um Sr. Baiano com a esposa e a sogra catavam sementes de araucária que um amigo pediu para recolher e levar para fazer remédio – enquanto me dizia que tudo era muito caro por aqui – e que disseram para ele era tudo de graça em Gramado. A mulher do banco contava para a amiga que disse para o namorado antes de casar que só casaria com ele se cuidasse da sua mãe idosa – e o bobo aceitou casar com a cearense – agora carregava a mulher e a sogra para todo lado, sem poder reclamar – devia estar arrependido da promessa. Eu fiz o meu lanche sentado no gramado – estendi um saco plástico sob as nádegas para não sujar as calças – peguei uma tangerina que a minha neta trouxe do hotel, comi com gosto – enquanto os sabiás cantavam nas árvores próximas para alegrar o meu dia. Um momento único sozinho no parque, escutando as conversas das pessoas em volta, enquanto escrevia esta crônica. Era um pouco desconfortável a posição, mas o ar frio, a sombra e o som das vozes, o passar dos transeuntes, a vegetação e os cantos dos pássaros me permitiam um momento de epifania – raro e belo, talvez melhor que o Skyglass que recusei conhecer por não gostar de movimento brusco. Aqui quem fica de fora, decide não ingressar na área paga para participar das atrações no Skyglass fica como “bosta n’água” – ao relento, sem sanitários para necessidades fisiológicas. Ai foi que me compliquei queria mijar e não tinha onde – tive que caminhar à procura de algum lugar até que escondido por trás de um veículo liberei a bexiga e retornei para o gramado em que tomei posse à sombra das árvores para contar essa história. Enquanto isso a minha esposa Socorro, minha filha Fabielle, neta Julie e genro Bruno Balbino se divertiam no Skyglass. Não sei quem aproveitou melhor o momento eu ou eles. O que posso garantir é que tornei o momento especial e reflexivo, além de compartilhar um aprendizado que certamente será mais atrativo para os leitores do que para os que gostam de aventura – como disse a minha neta enquanto sua mãe comprava os ingressos para entrada: Vovô eu gosto de liberar adrenalina. Eu respondi: eu prefiro curtir a beleza das coisas que poucas pessoas veem e me deleitar na escrita para compartilhar o outro lado da vida, sem adrenalina – com paz, amor e sabedoria divina.

Canela, 09 de novembro de 2021.

José Carlos Castro Sanches.

É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense. Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Associação Maranhense de Escritores Independentes, da União Brasileira de Escritores e do PEN Clube do Brasil.

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NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS09.11.2021. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.

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