Por José Carlos Castro Sanches
José Ribamar Ewerton Neto é Membro Efetivo da Academia Maranhense de Letras – AML, ocupante da Cadeira 11, patroneada por João Francisco Lisboa.
O conheci em 1988, quando iniciei na Alumar como estagiário na área de processo das Salas de Cubas, onde trabalhávamos, sem que um dia imaginasse que nos reencontraríamos nos oportunos movimentos literários da querida Ilha de Upaon Açu, fonte inesgotável de beletristas, artistas, escritores, poetas, cronistas e tudo o mais que diz respeito à boa arte, neste berço cultural de homens e mulheres talentosos e proeminentes nas letras, dentre estes o admirável escritor e pensador Ewerton Neto.
Naquele período de 1988 a 2006, tivemos poucas oportunidades de interação, o vício do trabalho incansável, consumia o nosso tempo com coisas que pareciam mais importante que a literatura, depois descobri que estávamos errados, e, hoje com a maturidade que só o tempo é capaz de lapidar, percebo que sempre fomos poetas e cronistas enclausurados numa redoma de ferro, alumínio e outros metais que ajudamos a forjar.
Ele já se fazia ousado, e deixava fluir entre os anodos, as cubas, o calor e a pressão da produção, a sua verve de poeta, que ora nos permite confabular relembrando o passado e vislumbrando um futuro brilhante para o nosso hobby que passa a ser profissão, com a diferença de que fazíamos por necessidade e obrigação, hoje com propósito e amor à literatura.
Isso justifica o nosso eterno desejo de prosperar entre os eminentes doutos das letras maranhense e brasileira. Ele hoje na mais alta e cobiçada Academia de Letras do Maranhão, e eu, buscando convencê-los de que serei capaz de ocupar com galhardia, a honrosa missão de acadêmico, onde um dia poderemos compartilhar de momentos únicos como confrades.
Ali na sombra das Jaqueiras, na Renascença Literária, numa quadra de 55 braças, naquela casa três, estávamos Ewerton, eu e o maravilhoso Deus, a conversarmos sobre poesia, prosa e coisas que importam aos poetas. Numa sala solidária de sofás e livros com uma estante rica de enciclopédias e livros de celebridades, entre outras coisas, um cachorro que me provocava. Conversamos por minutos sobre o que mais nos importava: livros, autores consagrados da literatura maranhense e portuguesa, academia, dentre outras afinidades.
Sem esquecer que estávamos a menos de cem metros da casa do saudoso escritor Jomar da Silva Moraes, que pelo avançado da hora, não pudemos visitar a invejável biblioteca, que os familiares mantêm com carinho e respeito ao admirável pesquisador, ensaísta, cronista, crítico e historiador da literatura maranhense. Firmamos o compromisso de realizar a visita em breve, assim faremos se Deus permitir querido Ewerton.
Como fiz com os demais acadêmicos visitados, apresentei-me, contei um pouco sobre a minha trajetória de vida pessoal, profissional e literária e, abri a minha mochila carregada de livros publicados, no prelo e originais ainda não publicados e pus-me a apresenta-los com orgulho e entusiasmo, um a um, cada um com a sua história, até que se completassem os dezesseis, para o atento ouvinte, que se fazia todo ouvidos e por vez dizia algo.
Em seguida o poeta foi à sua biblioteca e voltou com alguns exemplares raros de poetas maranhenses, brasileiros e portugueses, passou então a contar-me sobre eles, eu ali estava agraciado pelo conhecimento e boas referências que deveria seguir. Em seguida apresentou-me algumas de suas obras: O ofício de matar suicidas; O infinito em minhas mãos; O menino que via o além; Você conhece Alexander Guaracy; O entrevistador de lendas; A morte dos mamonas assassinas, dentre outras, de sua autoria.
Feito isso deu-me alguns conselhos e orientações sobre a missão a que me propunha, no processo sucessório para a AML.
Agradeci pela atenção e generosidade e presenteei-lhe com um dos meus livros, registramos o encontro com uma fotografia, despedi-me reflexivo e cheio de esperança no futuro. Assim, nos reencontramos e fortalecemos o vínculo de genuína amizade, visto nos olhos e ações do anfitrião, a quem digo muito obrigado. Valeu estimado escritor e confrade Ewerton Neto!
São Luís, 19 de outubro de 2020.
José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense.
Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras – ALPL
Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, A Vida é um Sopro, Gotas de Esperança e outros nove livros inéditos.
Visite o site: falasanches.com e a página Fala, Sanches (Facebook) e conheça o nosso trabalho como escritor, cronista e poeta.
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