A vovó balança
O berço
Da criança
Acolhe o pequeno corpo
Cheia de esperança
A vida inicia
Com intensa bravura
Movida pela maresia
Candura
E histeria
O bebê David Lucas
Vestido
De azul camurça
E preto curtido
Seguro nos braços, soluça
Limitado
Pelo abraço se debruça
Bem cuidado
Pela vovó Úrsula
Amorosa
Passeia segurando o neto
Garbosa
Com o seu amuleto
Numa vida majestosa
Como um soneto
É uma gota preciosa
De esperança e respeito
Amor de avô
Não tem limite
Na dor
Persiste
É um amor
Que nunca desiste
O poeta é assim
Minha senhora
Não tem lugar
Não tem hora
Não tem alto mar
Nem aurora
O poeta é assim
Mulher contente
Com a poesia lado a lado
É um eterno combatente
Sempre prestigiado
Por algo que surge de repente
É logo contagiado
E Deus Ilumina a mente
Porque é um privilegiado
Que caminha livremente
Este bebê
Vai crescer
Levanta e cai
Sem querer
Um dia será pai
Para entender
Que o amor de avó se vai
Com o anoitecer