Por José Carlos Castro Sanches Site: www.falasanches.com
“Tudo quanto penso
Tudo quanto sou
É um deserto imenso
Onde nem eu estou.” (Fernando Pessoa)
Hoje apresentarei a experiência do sábio que vivia solitário no deserto, num certo dia recebeu a visita inesperada de um homem desesperado à procura de alguém desvendasse um misterioso sonho da noite anterior que o abalava, retratava uma “Colher no angu”, dando-lhe a entender que havia uma mensagem subliminar que poderia significar a incerteza sobre a vida. Ele era refém da certeza de que quando menos se espera tudo muda, visto que as adversidades atropelam a vida. Todavia, também sabia que a decisão de vencer supera o medo. E que o vencedor é aquele ser determinado a superar os obstáculos e capaz de vencer os desafios com bravura e maestria. Eis o desfecho da narrativa reflexiva onde a sabedoria sobrepõe o medo. O enigma será desvendado pelo sábio?
“A dúvida é o princípio da sabedoria.” (Aristóteles)
Em um canto esquecido do vasto deserto, vivia um sábio de barba longa e olhos profundos, cuja sabedoria era tão conhecida que muitos viajantes se aventuravam por dias apenas para ouvir seus conselhos. O sábio, no entanto, preferia a solidão e a simplicidade do deserto, onde encontrava paz e clareza de pensamento.
Certo dia, uma visita inesperada interrompeu a rotina tranquila do sábio. Um viajante desesperado chegou ao seu humilde abrigo, trazendo consigo a angústia de um sonho enigmático. No sonho, uma colher perdida em um angu fervente parecia simbolizar a incerteza da vida e a sensação de ser subjugado pelas adversidades.
O sábio ouviu atentamente as palavras do visitante, observando sua agonia e confusão. Com serenidade, ele explicou que a vida é como o deserto: imprevisível e repleta de desafios inesperados. As adversidades podem surgir como tempestades de areia, obscurecendo o caminho e testando a coragem daqueles que as enfrentam. Como escrito no Salmo 107:35: “Deus converte o deserto em lago e a terra seca em fontes.”
No entanto, o sábio também compartilhou uma verdade fundamental: a decisão de vencer supera o medo. A coragem de perseverar diante das dificuldades é o que distingue os vencedores dos derrotados. Assim como ele próprio aprendeu a sobreviver e prosperar no deserto árido, cada pessoa tem a capacidade de superar os obstáculos com maestria. Seguindo a premissa de Nelson Mandela: “Bravo não é quem sente medo, é quem o vence.”
Ao final da conversa, o visitante partiu com um semblante renovado, levando consigo as palavras do sábio como um farol de esperança em meio à escuridão. Enquanto isso, o sábio voltou à sua rotina solitária, contemplando as estrelas no céu noturno e refletindo sobre a natureza mutável da vida.
“Não basta adquirir sabedoria; é preciso, além disso, saber utilizá-la.” (Cícero)
São Luís, 23 de março de 2024.
José Carlos Castro Sanches.
É Consultor de SSMA da Business Partners Serviços Empresariais – BPSE. Químico, professor, escritor, cronista, contista, trovador e poeta maranhense. Membro Efetivo do PEN Clube do Brasil, da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Rosariense de Letras Artes e Ciências, da Academia Maranhense de Ciências e Belas Artes, da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão, da Federação das Academias de Letras do Maranhão, da União Brasileira de Escritores, da Associação Maranhense de Escritores Independentes. Membro correspondente da Academia Arariense de Letras Artes e Academia Vianense de Letras. Tem a literatura como hobby. Para Sanches, escrever é um ato de liberdade.
Autor dos livros: Tríade Sancheana – Colheita Peregrina, Tenho Pressa e A Jangada Passou; Trilogia da Vida: No Fluir das Horas, Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro!; Pérolas da Jujuba com o Vovô, Pétalas ao Vento, Borboletas & Colibris (em parceria); Das coisas que vivi na serra gaúcha, Me Leva na mala e Divagando na Fantasia em Orlando. Participa de antologias brasileiras.
NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS23.03.2024. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.
valdeci
27 de março de 2024 at 11:16
bom dia amigo . Relevante a pregação do Mandela sobre o vencer o medo.
sanches
2 de abril de 2024 at 15:17
Aprecio suas considerações querido amigo Valdeci.