Neste dia a minha reverência é para a minha querida e amada mãe (Dona Zazá). A você dedico este artigo.
MÃE…
São três letras apenas,
As desse nome bendito:
Três letrinhas, nada mais…
E nelas cabe o infinito
E palavra tão pequena
Confessam mesmo os ateus
És do tamanho do céu
E apenas menor do que Deus!
(Mario Quintana)
Minha mãe,
Zanilde Castro Sanches (Dona Zazá) minha mãezinha querida do coração maior do mundo. Nasceu em 23 de abril de 1943, em São Brás, povoado do Município de Rosário-MA.
Dona Zazá é uma pessoa tímida. Gosta de estar junto com os filhos. Prefere o anonimato ao estrelismo. Não demonstra facilmente os seus sofrimentos. É uma mulher forte, guerreira, mãe exemplar e sábia. Dona de casa dedicada, observadora e cuidadosa com os filhos. Sempre dedicou a sua vida ao marido e aos filhos. Gosta do que faz e se sente feliz com a vida que leva.
“Ser Mãe é assumir de Deus o dom da criação, da doação e do amor incondicional. Ser mãe é encarnar a divindade na Terra.” (Barbosa Filho).
Neta de Silvério Henrique de Castro e Arcângela Maria da Cruz (avós paternos) e Águida Cantanhede (avó materna). Não consta o nome do avô materno no registro.
Filha de Geraldo Henrique de Castro (Geraldino) e Maria Augusta Cantanhede Castro (Mamãezinha). Agricultores, mãe doméstica, cuidavam dos filhos. 10(dez) filhos: 2 (dois) homens: Ronaldo e Deco e 8 (oito) mulheres: Bibi, Dudu, Lucinha, Julinha, Chiquinha, Zazá e Florzinha. Delzuita morreu ainda criança após o nascimento. Dentre outros irmãos por parte de pai que sempre estiveram presentes no convívio da família.
Minha mãe tem lembranças da família: pai trabalhando muito na roça, chegava cansado em casa, botava comida para os animais (bagunçava a casa para dar comida aos cavalos). Fome ninguém passou. Tinha comida sempre. Seu pai criava gado com Chico Lima. Matava o gado, tinha carne, ovo, frutas, verduras, legumes. Nunca se lembra de ter passado fome. Carne e peixe tinham bastante. Joaquim e Anastácio pescavam de madrugada para ajudar Geraldo.
“Felicidade … como explicar?
Amor… Incondicional…Família … Amigos…
Saudade estava de sentir esse sentimento que pulsa forte,
e faz chorar e ao mesmo tempo sorrir… Feliz. Simples assim!” (Renata Dorneles)
Da infância tem algumas lembranças. Brincavam em casa poucos colegas. Diversão era um banho no igarapé.
Sobre estudo. Tinha professora Janoca (Mãe de Pedro Carvalho marido de Tia Maria Sanches – irmã do meu pai). Ensinava tia Bibi, Dudu, Lucinha, Julinha, Chiquinha, Zazá e Florzinha. Ronaldo faleceu mais novo e Manoel de Jesus Castro (Deco) faleceu depois de adulto aos 50 anos.
Minha amada mãe saiu de São Brás para estudar em Rosário. Morava na casa do Padrinho Militão Silva (coincidência ou não hoje o comercio dos meus pais é na Rua Militão Silva em homenagem ao mesmo). Morou por 3 (três) anos. Não concluiu nem o primário (não voltou a estudar). Militão Silva era legal. Mas a madrinha (esposa de Militão) era danada.
Minha querida mãe estava tão insatisfeita com a madrinha que fez um bilhete para o seu pai Geraldo Castro pedindo para sair da casa de Militão Silva e voltar para São Brás dizendo que a Madrinha era falsa (a madrinha encontrou o bilhete – que constrangimento para as duas).
Bateu a saudade da família amada e o desejo de voltar para a terra natal e ao aconchego familiar. Minha mãe não queria mais permanecer naquela casa e colocou muitos defeitos na madrinha. Descritos em detalhes no bilhete enviado para o seu pai.
“Saudade da verdade, dos amigos, da família, de quem se importa realmente. Da minha essência, das coisas e pessoas que me fizeram ser assim!” (Bruno Belutti)
No início da semana: Adriano um tio de mamãe sempre vinha a pé trazer a minha mãe de São Brás a Rosário. Saía as 5h da manhã de São Brás para chegar às 7h em Rosário, a tempo de ir para o colégio uma vez por semana.
Ela ficava na casa de Militão Silva durante a semana e voltava para a casa dos pais aos sábados (com seu Pai Geraldo que ia fazer compras em Rosário)
“O cheiro do café no fim da tarde,
É cheiro de família,
É cheiro de saudade.” (Jpfroncker)
Minha querida mãe estudou no Colégio Joaquim Santos em Rosário (até hoje ainda existe esta escola).
Gostava da Diretora Dona Lourdes que tinha uma filha Maria Isaura que fazia os deveres da escola à tarde (Junto com Zazá na casa da Diretora). A diretora gostava da minha mãe porque era reservada (tranquila e serena de pouca conversa como até hoje).
Voltou para São Brás sem ter nada para fazer. Quando o Pai Geraldo comprou uma casa em Rosário (Lembrei que ocorreu algo similar em minha vida quando meu pai comprou uma casa em São Luis – onde fomos estudar). Minha mãe já estava com mais de 12 anos e tinha vergonha de estudar. Tinha uns namoradinhos por lá (São Brás) acho que isso também tirava a sua atenção – pela saudade do namorado que ficava para trás.
“A terra flora! Felicidade!
Choveu na roça! Adeus cidade.
Eu vou-me embora. Eu já vou tarde!
Eu vou agora. Bateu saudade!” (Walmir Palma)
Florzinha estudava em Rosário. Deco e Bibi estudaram em São Luís com a tia Maroca que morava por lá.
Como a minha mãe conheceu o meu pai ?: “Geraldo Castro, meu avô, pai da minha mãe, quando vinha a Rosário, sempre fazia compras no Comércio de José Aragão – onde o meu pai trabalhava como balconista (vendedor ou caixeiro). Meu avô Geraldo morava em São Brás e fazia as compras em Rosário porque os filhos moravam lá. Bibi, Manduca e Maroquinha irmã de Geraldo, tomavam conta da minha mãe (Zazá) e das irmãs mais novas.”
Geraldo dizia que comprava na mão de José Surdo (José Firmino Sanches – meu pai). Dizia que ele era um rapaz direito (acho que meu avô foi cupido do namoro da minha mãe com o meu pai). Sempre gabando ele. Geraldo sempre trazia jaca para José. Sempre falando muito bem dele.
José Surdo era difícil. Uma vez minha mãe foi comprar um ferro de engomar no comercio de José Aragão, onde ele trabalhava. O ferro apresentou um defeito, mas José Surdo não queria trocar o ferro (até hoje ele não gosta de trocar nada no comercio). Foi preciso Bibi, Deco e Zazá comprovarem que tinham comprado o ferro lá e convencê-lo. Só assim ele trocou o ferro (cabeça dura até hoje, quando bota uma ideia na cabeça não volta atrás – sempre acha que tem razão – não sabe reconhecer quando está errado – nem sabe pedi perdão pelos erros).
Minha encantadora mãe com já disse namorava um rapaz em São Brás. Chateada porque ia morar em Rosário distante do namorado disse para a sua mãe que se encontrasse qualquer rapaz em Rosário: rico ou pobre, preto ou branco iria se casar. Revolta de jovem inocente. Encontrou o melhor homem do mundo para completa-la, o outro lado da laranja, meu grande e amado pai. Homem honrado, integro, e trabalhador que tudo fez e faz para educar os seus filhos com dignidade, valores éticos e morais fortemente arraigados à nossa vida e história herança do meu avó José Alípio Sanches, outro homem admirável.
“Existem pessoas que passam pela vida como um mar revolto e há outras caminham calmas e plácidas deixando em seu rastro solidariedade e amor.” (Teresa Teth)
Em 24 de junho de 1961, época de São João teve uma quadrilha na casa de Babá Cordeiro em Rosário. Minha mãe (Zazá) e meu pai (José) dançaram e começaram a namorar. Em 13 de julho de 1961 casaram-se. Com menos de 1(um) mês que se conheceram já estavam casados.
O casamento ocorreu na casa de Concita Martins (minha madrinha) na Rua Carlindo Câmara Lima em Rosário-MA. “Casamento legalzinho, diz minha mãe. Corre-corre para tirar a papelada.” A família de “Rato” ajudava José Surdo para acelerar a papelada do casamento no cartório. Um casamento para toda a vida! O casamento é compreensão, aceitação, amor e respeito mútuo.
“O casamento não é a união de duas pessoas perfeitas, que nasceram uma para a outra, mas a união de duas pessoas que se compreendem que se aceitam, e que por amor desejam ser sempre melhores uma para a outra.” (Augusto Branco)
Depois de casado: Moraram por 22 dias nas casas dos pais de minha mãe (Zazá) em Rosário. Depois mudaram para o comercio em frente à casa de José Maria da Égua (na rua do meio em Rosário). Morou por aproximadamente 3 (três) meses num espaço restrito ao lado do comércio.
Em seguida foram morar na casa de Mundico Correa e Marisa na rua Eurico Macedo em Rosário-MA. Local onde nasceu José Carlos Castro Sanches (Zequinha) – 26/03/62 – Primogênito da família, nascido aos 7 (sete) meses – surpreendendo a todos). Continuaram morando neste endereço por aprox. 1(um) ano.
Compraram outra casa na mesma rua Eurico Macedo, 2506. Onde moram até hoje e nasceram meus 7(sete) irmãos: Carlos Henrique (Caca) – 1963; Zanilra (Nilra) – 1964; Carlos Alberto(Beto)- 1965; Josenilde (Nilde depois Jôse) – 1967; Zenilma (Nilma) – 1969; Uilton – 1971 e Josete – 1974. Nesse tempo não tinha televisão e meus pais não brincavam em serviço.
“A natureza nos uniu em uma imensa família, e devemos viver nossas vidas unidos, ajudando uns aos outros.” (Sêneca)
Desafios de mãe: Cuidar dos filhos, dos afazeres da casa e ajudar no comércio, mas sempre tinha alguém para ajudar. Aquele corre-corre para cuidar de 8(oito) filhos. Dar o que precisavam, mas nem sempre tinham condição de atender plenamente às necessidades dos filhos e às suas próprias.
Minha mãe guardava as moedinhas para ajudar os filhos. José Surdo (meu pai) sempre foi muito seguro. Ai meu Deus. José sempre foi muito cuidadoso e não me deixou sofrer.
“O amor de mãe por seus filhos é diferente de qualquer outra coisa no mundo. Ele não obedece à lei ou piedade, ele ousa todas as coisas e extermina sem remorso tudo o que ficar em seu caminho.” (Agatha Christie)
Maior felicidade e alegria da minha mãe (Zazá): “Quando adquiri a própria casa. Não estava em casa alugada. O comércio já estava mais estável. Os filhos estudando em São Luís. Apesar de não ter estudado ficava feliz e alegre ao ver todos os filhos bem encaminhados e estudando. Quando comprou a casa em São Luís para nós continuarmos estudando lá – ainda ficou mais feliz. Quando Zequinha (sou eu, José Carlos) passou no vestibular. Era para ser médico, mas escolheu outra coisa. Uma grande alegria também.”
“Com o tempo você vai percebendo que, para ser feliz, você precisa aprender a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.” (Mário Quintana)
Uma grande tristeza ou frustração da minha mãe: “Quando vestia short – José não gostava. Eu ficava deprimida e triste. Mas, me acostumei a viver o jeito dele. Ciúmes bestas que José tinha (Nota: ainda tem um ciúme doentio que tem causado problemas e enfraquecido o relacionamento do casal e dos familiares). Nunca soube que José saiu com outra mulher ou algo que a incomodasse neste sentido.”
Minha estimada mãe tem poucas amigas. Dudu era a irmã mais rígida. Mais que a própria mãe. A mandona das irmãs mais novas. Mamãezinha (mãe de Zazá e minha avó) era muito carinhosa, meiga, paciente. Não era briguenta. Geraldino (pai de Zazá e meu avô) era mais rígido. O que tinha que ser, assim era. Danadão.
Mensagem de minha mãe para os filhos e netos: “Que sejam bons filhos para os pais alegres, independentes, fazer o que acham que é melhor para eles. Não ir atrás do que os outros pensam. Não fazer nada para agradar os outros. Nós devemos agradar a nós mesmos.”
“O coração das mães é um abismo no fundo do qual se encontra sempre um perdão.” (Honoré de Balzac)
O que minha mãe gosta de fazer: “Cuidar da casa! O que eu sei fazer mesmo.”
Um sonho da minha mãe: “Passear mais um pouquinho. Conhecer mais alguma coisa melhor nos poucos dias de vida que ainda tenho. Não sei quanto vou viver. Passear de avião, não muito longe ir ao Rio de Janeiro. Pertinho, mas ainda quero ir lá. São Paulo,não! É muito agitado. O Rio também agora está muito perigoso.”
“Sabe por que eu não desisto de você? Porque minha mãe me ensinou a nunca desistir de um sonho.” (Caroline Teixeira)
Qual o maior prazer da minha mãe: “O meu maior prazer é ver a família unida. Tenho um desejo de viajar mais e ver o seu filho Beto em melhores condições. Arranjar uma coisa melhor para ele, no jeito dele que não quis estudar – com eu (diz ela) para sair deste sufoco. Ser ajudado por todos os irmãos.” Isso o entristece. Diz ela: “isso eu não gosto cada um do seu jeito.
Amo a todos os filhos, netos. Não fossem alguns desentendimentos com José (seu marido). Aceita porque Deus dá força. Minha maior alegria é ver todos os filhos unidos. Não gosta de desentendimento, brigas, raiva um do outro. Quando tudo está bem é uma grande satisfação. Não pode ser melhor.”
“O prazer de fazer o bem, é maior do que recebê-lo.” (Epicuro)
Perguntei a ela se tem algo que a incomoda em família. Ela disse: Não! (Nota: percepção do autor – ela tem dificuldade de falar sobre o que sente para não magoar aos familiares e pessoas queridas)
Qual foi o maior sonho de infância da minha mãe: “Não sonhei muito alto. Tinha tão pouca coisa para sonhar tão alto. Estudar, mas não estudei ou estudei tão pouco.”
“Sonho não envelhece, nem tem prazo de validade, apenas adormece sem concretizar dentro de nós. Ainda sou uma criança que adormece sonhando o sonho de minha infância…” (Aimara Schindler)
Um arrependimento da minha mãe: “De não ter estudado. Queria saber mais. Mas ao mesmo tempo não sabe se seria bom. Disso sempre eu me arrependo apesar de não saber se seria melhor para mim.”
“Há tanta grandeza no arrependimento, que poucos sabem apreciá-la no seu justo valor.” (Filipe Fabre)
Medo: “De o mundo acabar e morrer sem ver os pais (mãe e pai) que moravam em São Brás quando eu estudava em Rosário e morava em São Brás”.
Eu só,
tenho medo é de o mundo acabar
e eu,
não conseguir te encontrar! (Mateus Meireles)
Quero parabenizá-la por mais este dia especial para todos nós MINHA MÃE:
Muito obrigado minha querida mãe por todo carinho, atenção, amor, serenidade, amizade, companheirismo e segurança que sempre dedicou a todos os filhos. Neste dia só temos uma coisa a fazer agradecer por ser uma mãe sábia, abençoada, guerreira, destemida, forte e sustentáculo emocional do nosso lar. Uma grande benção que recebemos do nosso poderoso DEUS. A sua presença nos traz a paz, energia, alegria e a felicidade que nos mantém vivos e vibrantes juntos ou distantes de você. A sua comida é a melhor de todas. As suas palavras de conforto, ternura e carinho são bênçãos inigualáveis. Sua pureza e forma aconchegante nos cativa. O seu cuidado ao dormir e levantar, no almoço e no jantar, no lanche e na ceia, na roupa lavada, na escola e no lazer… Dentre inúmeras outras coisas que não tenho como enumerá-las. O beijo e a benção ao dormir e levantar, ao sair e chegar. Os sorrisos nos momentos alegres, nas vitórias, sucessos e as lagrimas nos momentos tristes, no sofrimento e doenças.
“Os braços de uma mãe são feitos de ternura e os filhos dormem profundamente neles.” (Victor Hugo)
Minha maravilhosa mãe! Você é admirável. Um exemplo a ser seguido. Uma lição de vida para os seus filhos, familiares, amigos e conhecidos. Todos nós o admiramos a te amamos incondicionalmente!
Continue influenciando pelo exemplo de amor, fé, dedicação à família e trabalho árduo. Uma PEQUENA GRANDE MULHER!
“Dizem que a mulher
É o sexo frágil
Mas que mentira absurda
Eu que faço parte
Da rotina de uma delas
Sei que a força
Está com elas.” (Erasmo Carlos)
Minha mãe protetora! Você é uma mulher virtuosa, exemplo de vida para todos nós. Que DEUS continue iluminando seus passos a cada dia. A MELHOR MÃE DO MUNDO!
“És mulher virtuosa… És cheia de graça…
Mãe, esposa, dona de casa, com seus afazeres profissionais.
Acha tempo para tudo e todos. Atenciosa, intuitiva, com seu sexto sentido apurado, sabe da necessidade de lutar sempre por seus direitos.
E está conquistando seu espaço cada dia mais.
Todo carinho, todo elogio, todo amor que são merecedoras de receber. Não apenas nesse dia do calendário. Mas ontem, hoje, amanhã e todos os dias do ano.
Feliz dia das mães.” (Rachel Daher)
Parabéns e muitos anos de vida abundante com saúde, paz e alegria.
Rosário, 15 de abril de 2017. (entrevista)