Por José Carlos Castro Sanches

“Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. É a única. ” (Albert Schweitzer)

O meu querido pai José Firmino Sanches é comerciante aposentado, octogenário, todavia nunca deixou o comércio por um dia, desde que assumiu essa missão para sustentar a família, senão por motivos de saúde ou de ordem superior. O compromisso com o trabalho e a família sempre esteve em primeiro lugar na sua vida.

A minha amada mãe Zanilde Castro Sanches é a fiel escudeira, mulher honrada e parceira de todas as horas, desde o matrimônio, passando por oito filhos, muitos netos, bisnetos e tudo mais que se possa imaginar para a felicidade de todos. O dom da paciência, amor e carinho são os alicerces que sustentam a nossa família.

Eu, assistia a um vídeo preparado por minha irmã caçula quando visitava os nossos pais em Rosário. Naquele momento eles faziam a contagem do valor apurado nas vendas pela contabilidade tradicional do comércio. O meu pai contava o dinheiro e informava à minha mãe que anotava com a paciência que lhe é peculiar. Essa é uma prática que se repete diariamente provavelmente a datar da origem dos negócios, sempre ao final de cada dia, registrando num caderno, muito bem guardado. Ritual que presenciei inúmeras vezes desde que me entendo por gente.

Josete perguntou para o meu pai: Vendeu quanto hoje?

– Ele respondeu: 160 reais.

– Ela em tom de surpresa, disse: Olha ai!

– Ele completou: Hoje foi bom – tem dia que não se vende 60 reais.

– A mana finalizou o vídeo dizendo: Caderninho de anotação diária – Olha! Tudo organizado Sr.!

Logo que encerrei a visualização do vídeo pus-me a refletir sobre a vida daqueles dois guerreiros destemidos, exemplos a serem seguidos, a quem dedico esta crônica com a tinta do amor e da gratidão gravada em cada letra, palavra, frase e parágrafo.

Atribuo a isso o que me faz valorizar cada centavo. Tenho forte na minha lembrança dos meus tempos de criança, das vezes que ficava no comércio como era difícil para entrar cada moeda, cada centavo – e o quanto valorizávamos o suado dinheiro abençoado, que recebíamos de cada pessoa que por ali passava para adquirir as mercadorias e deixar a sua contribuição para o nosso sustento e felicidade de José e Zazá.

E continua sendo assim, os nossos pais são verdadeiros super-heróis. Me emocionei e chorei ao ver a postagem e escrever essa passagem. Poderia omitir essa parte, todavia tenho orgulho de ter nascido e crescido em meio a uma família que inspira o trabalho, a decência, integridade, ética, respeito, responsabilidade, honestidade e outros adjetivos que demonstram a essência de uma vida com propósitos, exemplo e lição a serem seguidos pelos filhos, netos e futuras gerações.

Os valores e princípios plantados com amor e carinho jamais serão esquecidos.

Obrigado por tudo meu pai e minha mãe. O amor profundo é a marca que vocês deixarão gravadas para sempre em minh’alma.

“Seja o exemplo de tuas palavras e haverá um momento em que não precisarás dizer nada sobre coisa alguma. Tuas atitudes falarão por ti! ” (Augusto Branco)

São Luís, 08 de fevereiro de 2021.

Revisada em 10/04/2021.

José Carlos Castro Sanches É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense. Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras – ALPL

Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa e A Jangada Passou (Tríade Sancheana); No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro! (Trilogia da Vida), e outros dez livros inéditos. Visite o site: falasanches.com e a página Fala, Sanches (Facebook) e conheça o nosso trabalho como escritor, cronista e poeta. Adquira os Livros da Tríade Sancheana e Trilogia da Vida na Livraria AMEI do São Luís Shopping ou através do acesso à loja online www.ameilivraria.com.

NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS08.02.2021. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual amparado pela lei nº 9.610/98 que confere ao autor Direitos patrimoniais e morais da sua obra.