Por José Carlos Castro Sanches

“Eu sou porque nós somos. Não importa a cor da pele, não importa o país de onde é”. Ubuntu é uma filosofia que nos permite descartar todas as diferenças. ” (Maick Mutej)
Uma imagem vista de passagem me fez refletir sobre a vida com um olhar solidário que poucos de nós percebemos tomados pelo egoísmo que alimenta nossas ambições. A foto representava algo diferente; aos meus olhos a unidade humana sem interesses, em que um grupo de crianças famintas foi orientada a correr para pegar um cesto com alimentos mantido à distância. A partir daquele quadro me detive a refletir e descrever mais um aprendizado que compartilho com os leitores.
A regra seria: “aquele que chegar primeiro ao cesto de alimentos o receberá como prêmio para saciar a fome”. Para surpresa do desafiante ao iniciar a corrida as crianças deram as mãos e correram juntas em direção ao cesto. Chegaram ao mesmo tempo e todos desfrutaram do prêmio. Se sentaram e repartiram o alimento em igual proporção.

O curioso antropólogo não entendeu aquela atitude e perguntou para as crianças porque elas não correram sozinhas para pegar o cesto. Uma das crianças respondeu: “Ubuntu”. Como um de nós poderia ficar feliz se o resto estivesse triste? Que lição de vida aquelas crianças nos ensinaram naquele momento único e transformador. Quantos de nós agiríamos da mesma forma diante de desafio similar?

Enquanto eu escrevia descobri que “Ubuntu” é uma lenda africana sobre cooperação – que me fez refletir sobre a essência humana e os valores que devemos preservar – se praticarmos o respeito e a solidariedade e nos relacionarmos com as pessoas pelo que são; não que têm, com justiça, fraternidade, amor e empatia estaremos praticando “Ubuntu” que significa: “Sou quem sou, porque somos todos nós!”

Como disse o poeta e religioso inglês John Donne: “Nenhum homem é uma ilha, isolado em si mesmo; cada ser humano é uma parte do continente, uma parte de um todo. Se um torrão de terra for levado pelas águas até o mar, a Europa ficará diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse o solar de teus amigos ou o teu próprio; a morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano. E por isso não pergunte por quem os sinos dobram; eles dobram por ti”.

Ubuntu para todos nós!
São Luís, 27 de novembro de 2021.
José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense.
Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Associação Maranhense de Escritores Independentes, da União Brasileira de Escritores e do PEN Clube do Brasil.

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