Por José Carlos Castro Sanches
Site: www.falasanches.com
Era uma vez, em uma pequena cidade dos azulejos na Ilha dos amores, três personagens que compartilhavam um destino comum: o acadêmico, o escritor e o professor. Apesar de suas diferentes profissões, todos enfrentavam tempos difíceis e lutavam para sobreviver.
O acadêmico, com seus livros empoeirados e horas intermináveis de estudo, mal conseguia pagar suas contas básicas. O pouco dinheiro que recebia era destinado a comprar papel higiênico, um luxo que ele não podia se dar ao luxo de desperdiçar. Ele se tornou um mestre na arte da pechincha, procurando sempre os melhores preços nos restaurantes mais caros da cidade, mesmo que apenas para observar os pratos requintados que jamais poderia saborear.
O escritor, com sua imaginação fértil e palavras fluindo como tinta no papel, também enfrentava dificuldades financeiras. Seus livros não vendiam o suficiente para sustentá-lo e ele se via obrigado a vender suas histórias por um preço muito abaixo do seu valor e compartilhar diariamente as suas alegrias, tristezas, angústias, sofrimento, felicidade, conquistas e derrotas por meio dos grupos internéticos que participava e do site que desenvolvera para tornar seus escritos visíveis em todo o mundo. Ele sonhava em ter suas obras reconhecidas e apreciadas, mas as contas se acumulavam e ele mal conseguia manter sua pequena casa.
O professor, com seu imponente tamanho de quase dois metros, causava admiração por onde passava. No entanto, por trás daquela estatura imponente, ele escondia uma realidade triste. Seu bolso estava vazio e ele lutava para encontrar alimento suficiente para saciar sua própria fome. A resposta para sua envergadura desproporcional veio quando ele percebeu que, no final das contas, gastaria mais madeira para acomodar seus restos mortais em um grande caixão. A verdade nua e crua era dolorosa, mas eles se envergonhavam de admitir a dura realidade em que viviam.
Apesar das dificuldades, esses três personagens encontraram consolo uns nos outros. Eles compartilhavam suas histórias de luta e perseverança, encontrando forças para seguir em frente. O acadêmico buscava inspiração nas palavras do escritor, enquanto o professor encontrava conforto na sabedoria do acadêmico. Juntos, eles formavam um vínculo especial, uma irmandade unida pelo desejo de superar as adversidades.
E assim, mesmo diante das dificuldades financeiras e das incertezas do futuro, o acadêmico, o escritor e o professor continuaram a lutar por seus sonhos. Eles acreditavam que um dia suas habilidades e talentos seriam reconhecidos e recompensados. Enquanto isso, eles se apoiavam mutuamente, compartilhando suas esperanças e sonhos em meio às tempestades da vida.
Essa história nos lembra que nem sempre as aparências refletem a realidade e que cada pessoa tem sua própria batalha invisível. É importante ter empatia e compreensão pelos outros, pois nunca sabemos as lutas internas que enfrentam. E, acima de tudo, devemos encontrar forças uns nos outros para enfrentar os desafios da vida com coragem e determinação. Os três eram apenas um no eterno dilema da sobrevivência submersos nas ondas profundas da utopia.
São Luís, 29 de novembro de 2023.
José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista, contista, trovador e poeta maranhense. Membro Efetivo do PEN Clube do Brasil, da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Rosariense de Letras Artes e Ciências, da Academia Maranhense de Ciências e Belas Artes, da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão, da União Brasileira de Escritores, da Associação Maranhense de Escritores Independentes. Membro correspondente da Academia Arariense de Letras Artes e Academia Vianense de Letras. Tem a literatura como hobby. Para Sanches, escrever é um ato de liberdade.
Autor dos livros: Tríade Sancheana – Colheita Peregrina, Tenho Pressa e A Jangada Passou; Trilogia da Vida: No Fluir das Horas, Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro!; Pérolas da Jujuba com o Vovô, Pétalas ao Vento, Borboletas & Colibris (em parceria); Das coisas que vivi na serra gaúcha, Me Leva na mala e Divagando na Fantasia em Orlando. Participa de inúmeras antologias brasileiras.
NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS29.11.2023. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.
