Por José Carlos Castro Sanches

“Sexta-feira 13, um dia ensolarado,
vou aproveitar para viver sem temer.
Superstição, passa longe do meu coração.” (Marta Felipe)
O primeiro dia de agosto era um domingo. Eu tomava o café da manhã com a minha querida esposa quando ela disse: eu não gosto desse mês e continuou descrevendo o porquê. Logo, lembrei-me que quando eu era criança também ouvia sempre alguém associar o mês de agosto com cachorro louco e desgosto. Acho até que o meu pai certa vez disse isso, se não me falha a memória, mas certamente não repetiu porque sequer tenho certeza de que partiu dele essa afirmação. O fato é que o mês de agosto tem lá seus mistérios e quando associado com sexta-feira 13, o negócio fica ainda mais místico.
Acordei durante a noite do dia 12 para 13 de agosto, com uma ideia fixa na cabeça: ao levantar irei escrever sobre “Sexta-feira, 13 de agosto”. Comecei uma sexta-feira diferente, porque apesar de ter dormido tarde na noite anterior, levantei cedo e ainda consegui encontrar a minha esposa tomando café, antes de sair para o compromisso inadiável dos finais de semana – pintar os cabelos para parecer mais jovem, mal ou bem de todas as mulheres, sempre zelarem pela aparência, mantendo a vitalidade e a beleza, apesar dos sessenta. Assim, voltamos a conversar sobre sexta-feira, 13 de agosto, porque no programa matinal “Bom dia Difusora”, da Rádio Difusora do Maranhão, conduzido pelo radialista e comunicador Robson Junior, era feita uma enquete exatamente sobre a famosa “sexta-feira 13”. Aqui vale um parêntese – apesar de manter uma estreita relação com Robson Junior, não havíamos combinado tratar deste tema nesta data – não passa de casualidade de uma “sexta-feira 13”. Ao saber que aquele assunto era debatido no programa – eu disse à minha amada esposa que havia levantado mais cedo para escrever algo sobre o assunto em referência – não sei se houve alguma comunicação telepática entre o comunicador e o cronista para alinharmos o pensamento do dia sobre superstições.

Logo percebi durante uma breve leitura matinal “que poucas coisas conseguem unir o ser humano em uma única crença como as superstições. Imagine quantas pessoas acreditam que o número 13 é sinônimo de azar (em Nova York, por exemplo, é comum os prédios pularem esse andar). Ou quantas pessoas acreditam que usar um amuleto as protege do mau olhado. Há ainda os que fogem de gatos pretos e evitam a todo custo passar embaixo de uma escada. ”
É fácil perceber que mesmo as pessoas mais seguras de si, ainda que inconscientemente levam consigo alguma superstição, nem que seja: “Palma da mão coçando é sinal de dinheiro chegando; Não coma bananas que nascem grudadas, a não ser que queira ter gêmeos!; Pisar no cocô é sinal de sorte; Minha orelha esquentou. Devem estar falando de mim; Guarda-chuva aberto dentro de casa atrai azar; Visitas indesejadas? Coloque uma vassoura atrás da porta que logo vão embora; Bater três vezes na madeira afasta desgraças; Cubra os espelhos durante a tempestade, pois eles atraem raios; Deixa que eu abro a porta pra você voltar outra vez; Não aponte para estrelas, pois uma verruga pode surgir em seu dedo; Deixar a bolsa no chão é pedir para que o dinheiro vá embora; Passar embaixo da escada ou cruzar com gato preto dá azar; Ter pimenta em casa afasta o mau olhado e a inveja; Quem brinca com fogo faz xixi na cama; Achar um trevo de quatro folhas dá sorte; Sol e chuva, casamento de viúva; Três beijinhos para casar; Espelho quebrado dá sete anos seguidos de azar; Colocar o Santo Antônio de cabeça para baixo num copo de água atrai casamento ”.

Na minha cidade natal também diziam: três em cima de um, verruga no “cu” de um (valia para três pessoas em cima de um animal – jumento. Cavalo, boi; hoje vale para três pessoas sobre uma moto ou bicicleta); manter um pé de pimenta, comigo ninguém pode, espada de São Jorge … na porta da casa para espantar mau olhado; também haviam as benzedeiras que usavam ramos de plantas para espantar os males e curar o mal olhado; relógio parado é sinônimo de atraso; usar louça quebrada traz desgraça para a casa; dentre outras crendices populares.
Especialmente para a sexta-feira 13 de outubro, dizem os supersticiosos que devemos: “Descer da cama, rede, escada… com o pé direito; Não olhar para gato, especialmente para o gato preto; cuidado com o espelho – não manter nem olhar para espelho quebrado; Não passar debaixo de escada; Não abrir guarda-chuva em lugares fechados; Não deixar o pente ou escova cair; Na dúvida, bata três vezes na madeira; Não se despedir em cima de uma ponte; Usar amuletos; Não deixar chinelo ou sapato de cabeça para baixo; Vestir roupa branca; Não deixar que varram seus pés; Não sirva refeição para 13 pessoas; satirizando acrescento: fique distante de Zagalo e tudo mais que tenha o número 13, exceto se estiver convicto de que vale a pena correr o risco de sofrer as consequências dos atos nefastos.

Como tenho pouco apego às crendices, sem desmerecer quem as tenha, prefiro acreditar que as pessoas podem mudar sua sorte, como alguns estudos revelam: “Sorte não é algo naturalmente paranormal. É algo que criamos através dos nossos pensamentos e comportamentos”. Incrível que nunca antes eu tinha pensado sobre isso, agora ao escrever refleti sobre a “sorte” e passou sorrateiramente por minha cabeça a ideia de que: não seria a sorte uma superstição?
Logo verifiquei que baseado em pesquisas, existem quatro segredos para atrair boa sorte: Maximize oportunidades; Dê ouvidos à intuição; Acredite em boa sorte e Transforme má sorte em boa sorte. Vou preferir acreditar nisso em vez de ficar assombrado com um gato preto, ou com medo de passar sobre uma escada numa sexta-feira 13. Cruz credo! Livrai-nos dos maus presságios, dos inimigos, das superstições e dos maus pensamentos. Sexta-feira, 13 de agosto. É dia de sorte ou azar? Você decide! Eu prefiro acreditar que é um dia de sorte.

“Sabe qual a diferença que existe entre um gato preto e um branco? Apenas a cor do pelo. Ambos são dois bichinhos graciosos, que independentemente da cor do pelo enchem sua casa de alegria e sua vida de amor. ” (Edna Frigato)
São Luís, 13 de agosto de 2021.
José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense.
Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras – ALPL, União Brasileira de Escritores e PEN Clube do Brasil.

Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, A Vida é um Sopro, Gotas de Esperança e outros dez livros inéditos.
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NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS13.08.2021. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual amparado pela lei nº 9.610/98 que confere ao autor Direitos patrimoniais e morais da sua obra.
“Como o artesão da palavra, busco retratar as vivências, aprendizados e experiências do cotidiano obstinadamente. Reconhecendo e compartilhando o mérito de quem cumpre bem a sua missão. ” José Carlos Castro Sanches
