Por José Carlos Castro Sanches
Batia forte o coração
Num misto de entusiasmo e medo
Embriagados pela emoção
Éramos todos sonhadores
Distantes da razão.
Ouvi explodirem os foguetes
A banda marcial não tocou
Os anjos tocavam trompetes
Pela Academia que chegou.
Era grande a cantoria
O rio Itapecuru subia
A canoa d’água se enchia
Os pescadores ganhavam o dia.
A bilha de cerâmica cheia d’água
E a panela ainda estava vazia
Mas a nossa academia
Trazia o brilho, o encanto
Esperança, alegria e magia.
Os homens brigavam pelo poder
O medo da luta se acentuava
Parece que não sabiam
Da força da nossa toada
E não acreditavam nos versos
Do poema que a vida ensinava.
Acreditem meus irmãos
A nossa Academia chegou
Ela é realidade
Não deixem aflorar
Entre nós a insanidade.
Porque ninguém é imortal
Não se apeguem à vaidade
Vivemos nesta cidade
Uma nova realidade
Compartilhemos com todos
Essa eterna felicidade.
Os nossos filhos e netos
Sentirão orgulho de nós
Seremos fiéis propagadores
Das iscas dos nossos anzóis.
Pela paz e liberdade
Agiremos sempre juntos
Em extrema cumplicidade
Nesta terra de poetas
E artistas de personalidade.
Hoje Camões ressuscita
Nas penas deste poeta
Para dar as boas vindas
A esta nova academia.
Embora tardiamente
Quatro séculos depois
Ela dormia serenamente
No manto celestial.
Agora acordou vibrante
Majestosa, bela e contente
Com brilho, grandeza e força
Para alegrar a nossa gente.
Rosário, 05 de janeiro de 2020.
José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense. Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Associação Maranhense de Escritores Independentes, da União Brasileira de Escritores e do PEN Clube do Brasil.
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