“O pessimista vê dificuldade em cada oportunidade; o otimista vê oportunidade em cada dificuldade.” (Winston Churchill)
Estava cansado depois de uma viagem de cinco dias pela serra gaúcha – descobri que turismo também cansa, às vezes mais do que o trabalho, a diferença é que a novidade potencializa a energia e não percebemos o cansaço.
No dia 29 de novembro, chegamos em casa, ainda estonteados das viagens de avião, do sono perdido na noite anterior e do fastio normal do passeio. Nesta noite faltei a um compromisso porque estava esmaecido e julgava não suportar mais uma noite de sono. Então, dormi mais cedo.
Acordei no dia seguinte, fui para o trabalho e, à noite recebemos a visita de Rafaelle, Erlandson e Rafael. Tudo parecia normal. A minha esposa estava alegre e feliz com a visita dos familiares; como boa anfitriã atendera a todos com esmero, conduta habitual e característica marcante que herdara da família Monteiro (Família grega).
Encerrado o encontro os familiares seguiram e, a minha querida companheira sentiu uma forte dor abdominal, acompanhada de tontura, vômito… iniciava-se ali, um quadro de infecção intestinal e desidratação que a levou para o hospital. Como eu não tinha outra alternativa senão acompanhá-la tive que passar mais uma noite acordado naquela enfermaria, afinal não basta ser marido tem que participar. E quando se trata de doença não aparece ninguém para ajudar – se fosse para uma festa teríamos muitos convidados para passar a noite em claro. Mas, isso é passado! Depois recebemos muitas visitas, apoio e acompanhamento de familiares e amigos.
“Você nunca vai chegar ao seu destino se você parar e atirar pedras em cada cão que late.” (Winston Churchill)
Passei a noite naquele hospital e amanheci o dia como se tivesse dormido a noite inteira – não entendi o que ocorreu comigo, porque sou um sujeito fraco para sono, até, as festas noturnas, pouco me veem quando atravessam a madrugada, imaginem passar a noite num hospital.
Após uma noite sem dormir, percebi que ainda tinha energia para ir trabalhar. Apesar da disposição, presumi que no decorrer do dia me sentiria cansado. Como não sou de ferro, cancelei o compromisso, com uma boa justificativa e fui dormir ao lado da minha amada, que voltara para casa, sem ter completado o tratamento no hospital, por falha na avaliação médica; tendo que retornar no dia seguinte para internar-se novamente. É frustrante encarar um retorno hospitalar, com os mesmos sintomas agravados, por negligência médica, mas isso também é passado. Ficou a lição aprendida que agora compartilho: Só se deve sair de um hospital quando estiver curado. Errar é humano, permanecer no erro é burrice.
“Torne-se o que você nunca foi e faça aquilo que você nunca fez.” (Daniel Godri)
Refletindo sobre os acontecimentos conclui que a causa da nossa limitação é a falta de iniciativa para fazer as coisas acontecerem no tempo certo; a incapacidade de pensar grande; a preguiça e o medo de encarar o desconhecido. O nosso corpo é tão forte quanto o nosso pensamento e atitude. Precisamos ser mais fortes do que nossa melhor desculpa para encarar os desafios e alcançar o sucesso.
“A mais profunda raiz do fracasso em nossas vidas é pensar, ‘Como sou inútil e fraco’. É essencial pensar poderosa e firmemente, ‘Eu consigo’, sem ostentação ou preocupação.” (Dalai Lama)
Hoje dois dias depois voltei ao Hospital São Domingos acompanhando a mulher que escolhi para ser a minha eterna companheira, não estou por prazer, se assim fosse não estaria aqui, faço esse esforço pelo reconhecimento e gratidão por tudo que ela tem feito por mim e pelos meus filhos; pela sua saúde que também é minha.
“O que se opõe ao descuido e ao descaso é o cuidado. Cuidar é mais que um ato; é uma atitude. Portanto, abrange mais que um momento de atenção. Representa uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro.” (Leonardo Boff)
Enquanto ela dorme eu escrevo, numa posição desconfortável sentado num sofá, com um travesseiro e um lençol enrolado embaixo do meu computador, na penumbra, com a luz do quarto apagada e uma agenda sobre as pernas, de onde transcrevo as ideais nela copiadas a próprio punho, com uma caneta esferográfica – assim faço com todos os meus escritos. O cansaço e o sono batem à porta, os olhos começam a arder devido à luz da tela do computador; as minhas costas, pescoço e cabeça doem, e eu paro por aqui, senão amanhã será ela que estará comigo, neste ambiente que não me atrai.
“Cada adversidade, cada fracasso, cada dor de cabeça carrega consigo a semente de um benefício igual ou maior.” (Napoleon Hill)
Espero que a cura seja breve e que no futuro esta seja apenas mais uma noite na minha lembrança; quero voltar com ela para o aconchego do meu lar. Doce lar!
O período que passei no hospital, se transformou em ócio criativo, de intensa produção textual. Aproveitei para escrever as crônicas: o psicanalista; abrindo as cortinas; acreditar na sombra, acorda para a vida e seja mais forte do que a sua melhor desculpa. Estas crônicas compõem o novo livro a ser lançado em breve. Também pude concluir o texto para a orelha da capa da Tríade Sancheana, composta pelos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa e A Jangada Passou – com lançamento previsto para Janeiro de 2019 na Associação Maranhense dos Escritores Independentes – AMEI, do Shopping São Luís. Isso reforça a máxima de que “nada ocorre por acaso.”
No dia 04 de dezembro, cinco dias depois, a minha querida esposa retornou para casa e fez voltar o meu sorriso e alegria, como ela me disse: “ Vários amigos nossos notaram que você estava muito triste e calado, durante o trabalho de domingo – porque o amor da sua vida não estava junto.” É verdade! Senti a sua falta, mas agora estou feliz ao seu lado.Você voltou!
“Quem quer, arruma um jeito. Quem não quer, arruma uma desculpa. Quem sente vontade, faz saudade virar encontro, faz cinema virar motel, faz o cansaço virar amasso, faz dias frios mais quentes. Quem quer te ver, não vai se lamentar, vai vestir a roupa mais próxima e sair com sorriso mais sincero ao teu encontro.” (Autor desconhecido)