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Oferece a você a oportunidade de leitura e reflexão sobre textos repletos de exemplos, experiências e lições que irão transformar a sua vida.

SE EU COZINHO, É MEU (Ambiguidades)

Por José Carlos Castro Sanches

Site: www.falasanches.com

FONTE DA IMAGEM: INTERNET

Era madrugada na terra de ninguém. Eu não sabia se estava no Brasil na África ou na Europa, para confundir ainda mais a minha cabeça eu lia:  

“Brasil é África. E nunca será Europa.” Eu estaria sonhando acordado? Eram tantas dúvidas e ambiguidades… enquanto…

Em um deserto inóspito, onde a escassez de alimentos transformou os ovos de galinha de Angola em verdadeiras joias cobiçadas, a guerra entre os grupos rivais atingia proporções épicas. Os clãs lutavam ferozmente pelo controle dos raros ovos, cujo valor superava o ouro no mercado clandestino.

A proibição implacável do consumo de ovos cozidos, imposta pelo tirânico rei da região, apenas intensificava a disputa e alimentava a revolta entre os habitantes famintos. Até que um forasteiro corajoso e astuto, conhecido apenas como o Cozinheiro Errante, decidiu desafiar o status quo e mudar o curso da história.

Determinado a acabar com a opressão alimentar imposta pelo rei, o Cozinheiro Errante proclamou em alto e bom som: a partir daquele momento, qualquer pessoa que encontrasse um ovo estava autorizada a cozinhá-lo e saboreá-lo sem temer represálias. A notícia se espalhou como fogo pelo deserto sedento, despertando esperança nos corações exaustos da população.

Assim começava uma revolução culinária sem precedentes. Os habitantes, outrora subjugados pela proibição absurda, agora se viam livres para desfrutar do sabor reconfortante de um ovo cozido. O aroma tentador pairava no ar, atraindo aliados improváveis e causando uma verdadeira comoção entre os grupos rivais.

A guerra que antes dividia as areias agora dava lugar a banquetes improvisados, onde inimigos se sentavam à mesma mesa para compartilhar histórias e risadas em torno dos ovos recém-cozidos. O Cozinheiro Errante tornou-se uma lenda viva, respeitada por todos como o arauto da liberdade gastronômica.

E assim, no calor escaldante do deserto, nasceu uma nova era onde a simples frase ecoava com poder e significado: “Seu eu cozinho, é meu.” E nesse espírito de partilha e respeito mútuo, a paz encontrou seu caminho entre aqueles que outrora se enfrentavam. Afinal, quem poderia resistir ao poder transformador de um ovo cozido no meio da tempestade?

FONTE DA IMAGEM: INTERNET

“Quando se percebe que tudo é uma piada, ser O Comediante é a única coisa que faz sentido. (Alan Moore – Eduard Blake, o Comediante em Watchmen)

São Luís, 27 de março de 2024.

José Carlos Castro Sanches. É Consultor de SSMA da Business Partners Serviços Empresariais – BPSE. Químico, professor, escritor, cronista, contista, trovador e poeta maranhense. Membro Efetivo do PEN Clube do Brasil, da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Rosariense de Letras Artes e Ciências, da Academia Maranhense de Ciências e Belas Artes, da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão, da Federação das Academias de Letras do Maranhão, da União Brasileira de Escritores, da Associação Maranhense de Escritores Independentes. Membro correspondente da Academia Arariense de Letras Artes e Academia Vianense de Letras. Tem a literatura como hobby. Para Sanches, escrever é um ato de liberdade.

FONTE DA IMAGEM: ARQUIVO PESSOAL

Autor dos livros: Tríade Sancheana – Colheita Peregrina, Tenho Pressa e A Jangada Passou; Trilogia da Vida: No Fluir das Horas, Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro!; Pérolas da Jujuba com o Vovô, Pétalas ao Vento, Borboletas & Colibris (em parceria); Das coisas que vivi na serra gaúcha, Me Leva na mala e Divagando na Fantasia em Orlando. Participa de antologias brasileiras.

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NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS27.03.2024. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.

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