Não estás tão bela
Quanto na minha
Infância
Dos meus sonhos de criança
Mas, ainda mantem viva
A minha lembrança
Tantos jovens
E adultos, anciãos
Na militância
Significa que ainda
Reina
A esperança
As ruas, o rio
A praça de matriz
Os campos de futebol
E das bolas de seringa
Dos xuxos, bolinhas de gude
Papagaios e carrinhos de rolimã
As latas de leite amarradas
Num barbante
Puxadas como carro
Ou perna de pau
Usadas pelas crianças
Como brinquedos
Na infância
Tudo isso ficou
Para trás
Mas, eu estou cá
De novo
Revendo
O meu povo
Recriando
Um mundo novo
Num momento à parte
Movido pela emoção
De todos pela arte
Se pudesse voltar
Ao passado
Jogaria mais
O dado
Correria pelas ruas
Como se fosse um retardado
Cantaria nas esquinas
Com tambores afinados
Dançaria mais nos carnavais
Como os “bebês” encantados
Faria mais travessuras
Nos dias ensolarados
E de muitas chuvas
Banharia mais nos rios
Bicas e açudes
Tomaria mais sol
Na calçada, ruas e taludes
Liberaria
A mente limitada
Flutuaria
Na nuvem ilimitada
Mudaria
Os caminhos trilhados
Neste meu Rosário
De talentos represados
Que um dia
Será reconhecido
Pelo apreço à poesia
A você querido amigo
Eterna gratidão e alegria