Por José Carlos Castro Sanches
“Aprender a dominar é fácil, mas governar é difícil. ” (Johan Goethe)
Essa crônica versa sobre o momento político-pandêmico que passamos. Com um olhar de cronista e poeta, confinado na caverna, vagueio entre o real e o imaginário buscando uma resposta para as minhas indagações. Boa leitura e reflexão!
Procurava um jardim florido pela minha cidade não encontrava nada que parecesse com flores ou rosas, as ruas espinhentas e esburacadas, os hospitais apinhados de pacientes, os restaurantes e comércios fechados, o transporte público controlado, as pessoas sem o livre direito de ir e vir, estávamos no “Lockdown injustificável, fora de época, de 05 a 17 de maio de 2020” para manter o povo cada vez mais escravizado e limitado em nome da pandemia.
Só as algemas nos indefesos não era suficiente, queriam mesmo privar a liberdade e controlar a vida de cada um, usando como álibi, “o coronavírus, Covid-19, como queiram”, que passou a ser o vilão para justificar toda a espécie de atos ilícitos, antidemocráticos e autoritários de governantes oportunistas que se aproveitam da fraqueza e doença do povo para levar vantagem política e deixar fluir as ideologias.
Tudo em nome da saúde, que nunca foi nem será a prioridade dos políticos que legislam em causa própria, sem preocupação genuína com os cidadãos que os elegeram.
Abusam do poder para cercear as liberdades individuais como se fossemos uma “manada, récua, um plantel ou uma vara” de bois, vacas, burros e bestas de carga, cavalos ou porcos, conduzidos para o matadouro, sem chance de lutar pelos direitos que foram sequestrados juntamente com a liberdade e a democracia.
“O melhor governo é aquele em que há o menor número de homens inúteis. ” (Voltaire)
Será que a rosa se espetou nos espinhos da própria roseira, os nossos governantes perderam a sensibilidade, o brio e a sensatez?
Quais são as cores das rosas que simbolizam o nosso pais, ainda são: verde, amarela, azul e branco? Ou será vermelha?
Qual o perfume que deve exalar? Do progresso, do nacionalismo, do crescimento e democracia? Ou da vaidade, da destruição, do confronto, perseguição e autocracia?
Onde está a rosa? Num jardim florido, regado com amor e carinho, viçosa e reluzente. Ou num deserto árido sem chance de vencer a inércia para manter a sobrevivência?
Olhei pela janela e vi uma pequena rosa espremida entre os galhos, tentando mostrar a sua beleza, mas logo chegou um homem insensato e o arrancou da roseira. Levou consigo aquela que seria a esperança de alegrar o meu jardim, se soubesse que ela seria mais útil no arbusto que a deixou desabrochar, certamente não teria realizado tal ato.
A insensatez apequena os homens tornando-os tão egoístas a ponto de fazê-los correr em busca da satisfação própria e do prazer momentâneo, sem se preocupar com a consequência dos seus atos nefastos.
Se os políticos e representantes dos poderes judiciário e legislativo irrigassem a “Rosa Brasil” com lealdade, integridade, responsabilidade, ética e senso de nacionalismo, em parceria com o poder executivo em benefício do desenvolvimento do nosso país, poderíamos cultivar um jardim florido de rosas verdes, amarelas, azuis e brancas.
Impiedosamente, cada um retira a sua rosa da roseira, e ela murcha, seca e volta a ser o pó da terra, por ter sido extirpada da sua fonte de vida, assim, como o povo brasileiro destituído dos seus direitos, ultrajado na sua honra e liberdade, morto e sepultado, sem a presença dos parentes, pelos que se dizem representantes e defensores do povo.
Precisamos de jardineiros para irrigar os nossos jardins e cuidar das nossas rosas, não de coveiros para enterrar o buquê de rosas mortas. Apreciamos as rosas nas roseiras, não as rosas jogadas ao mar, tampouco as arrancadas do galho e transformadas em amuletos sem cor, sem aroma, sem néctar e sem vida.
Onde está a rosa que procuro? Estará num lugar alegre e seguro conduzida por sábios? Ou num campo de concentração, desapontada e triste, sendo usada pelos ignorantes?
“Há dois caminhos para guiar a atividade humana. Um é forçar uma pessoa a agir contra os seus desejos; o outro é guiar os desejos dessa pessoa, convencê-la por meio de raciocínio. Um é o caminho da violência: este é usado pelos ignorantes, e conduz ao mais completo desapontamento. O outro é apoiado pela experiência, e é sempre bem-sucedido. “ (Abraham Comb)
José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense.
São Luís, 17 de maio de 2020.
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