Por José Carlos Castro Sanches
Neste dia a minha reverência é para o meu querido e amado pai José Firmino Sanches.
Desejo que Deus lhe conceda muitos anos de vida sempre abençoados com saúde, paz e alegria. Parabéns, meu pai! A você dedico esta crônica.
PAI, HERÓI, AMIGO E PARCEIRO!

Por José Carlos Castro Sanches
“Um pai vale mais do que uma centena de mestres-escolas. ” (George Herbert)
Sempre nos momentos festivos em família. Aniversários e datas importantes, registro algumas passagens da nossa família. Nesta oportunidade quero contar um pouco da História do meu querido e amado pai: José Firmino Sanches. Ninguém o conhece por este nome então digo: “José Surdo” como é conhecido em Rosário e adjacências.
O meu pai me ensinou os valores da integridade, respeito, honestidade, responsabilidade e ética através de pequenas atitudes do dia-a-dia. Ensinou pelo exemplo.
“As pessoas que possuem e praticam os valores e princípios de vida, como por exemplo, a justiça, a verdade, a integridade, e tantos outros, podem ser comparados com o ouro, quando posto no fogo, é refinado, purificado e se torna ainda mais valioso, oferecendo um brilho ainda mais encantador aos seus observadores. ” (Joel Beuter)
O meu querido pai nasceu em 01 de junho de 1932 no povoado Areal Beira de Campo em Anajatuba – MA. Filho de José Alípio Sanches e Rita Zélia Sanches. Meus queridos avôs – base da nossa existência e sustentáculos dos valores e princípios consolidados ao longo de suas vidas. Exemplo, lição e orgulho para todos os filhos, netos, bisnetos…
Seus avós paternos: Cora Rosa Martins e João Alípio Sanches e maternos: meu pai não lembra o nome porque quando ele nasceu eles já haviam falecido.
Mudou-se de Anajatuba para Rosário em setembro de 1951, não lembra o mês e dia. Trabalhou para a família “Aragão – o velho Oscar e José Aragão” no comércio de 1951 a 1961. Quando estava para completar os 10 anos se achava doentio, desanimado e decepcionado com o retorno do seu trabalho.
Para comprar uma calça e uma camisa trabalhava de 2(dois) a 3(três) meses. Era um trabalho árduo, com baixa remuneração. Naquele tempo só o fato de estar empregado fora da roça, ter onde passar o dia e dormir já era um fator limitante para tomar a decisão de largar tudo e voltar para a casa dos pais em Anajatuba. Não era fácil voltar atrás. Para onde ir? O que fazer? Continuar sua missão em Rosário, até conquistar o que desejava, assim procedeu meu pai.
Arranjou um namoro com Zanilde Castro Sanches (Zazá), minha querida e amada mãe, em 23 de junho e casamento em 13 de julho de 1961. Conheceram-se numa festa na casa de Babá Cordeiro. Como ele disse: “Ela estava com vontade e eu com precisão, então nos casamos logo – com menos de 20 dias de namoro”.
“Ter casado com uma mulher que me ajudou a trabalhar até agora. De boa família. Ajudou-me porque se a mulher não ajudar a gente não vai longe. ” Nesta hora meu pai se emocionou e chorou contando a sua história de vida. Emoção de alegria e felicidade.
Meu pai morava na casa alugada do seu Lunguinha e foi morar com a minha mãe nesta casa. Depois mudaram-se para outros endereços e por fim aportaram na Rua Eurico Macêdo, 2506. Onde moram até hoje, nesta casa eu e meus sete irmãos nascemos e crescemos: Zequinha (este que vos escreve), Caca, Nilra, Beto, Nilde (Jôse), Nilma, Uilton e Josete. Vivemos momentos felizes com nossos queridos pais até que partimos para estudar em São Luis – casamos e iniciamos as nossas próprias histórias. Cada um seguindo o seu rumo levando consigo os aprendizados, experiências, valores e princípios éticos, morais e religiosos adquiridos dos nossos pais.
“Os filhos são herança do Senhor, uma recompensa que ele dá. Como flechas nas mãos do guerreiro são os filhos nascidos na juventude. Como é feliz o homem que tem a sua aljava cheia deles! Não será humilhado quando enfrentar seus inimigos no tribunal. ” (Salmos 127:3-5)
A criação dos filhos um em cima do outro todo ano. Diz meu pai: As necessidades não eram tantas. Nessa época o comércio era outra coisa. Comprava um cofo (Variedade de cesto alongado, feito com palha de palmeiras, com ou sem alça, usado para transportar ou acondicionar produtos ou objetos) de camarão e vendia em um dia na feira. Era muito fácil. Tinha freguês. Eu era conhecido do povo todo de Rosário. Todos sabiam onde encontrar as mercadorias difíceis no comércio de “Zé Surdo” pagavam o preço justo pelo produto que só eu vendia na cidade. Como ele diz: Não foi difícil a criação dos filhos. O comércio era pequeno uma barraquinha, mas tinha facilidade para vender.
Em 1972, comprou a Rural Vermelha e Branca – que marcou a nossa vida. E temos boas lembranças. Pagou à prestação em 24 vezes (2anos) com facilidade. Foram seus avalistas: José Aragão e Orlando Aquino que assinaram as 24 prestações. Essa aquisição naquela época foi um grande marco para a nossa família, momento de felicidade para todos nós e uma oportunidade para o crescimento do comercio do meu pai – porque a partir daí – ele iria semanalmente a São Luís comprar mercadorias alavancando a ascensão dos negócios – além de permitir que pudéssemos (filhos e esposa) viajar para São Luis juntamente com meu pai.
Meu pai pagou o INSS durante 26 anos 11 meses e 20 dias desde que começou o comércio. Hoje é aposentado e recebe pouco mais que um salário mínimo.
Pedi ao meu pai para deixar uma mensagem para os filhos e netos:
“Quero agradecer a todos. Nunca me envergonharam. E a maior honra é ter criado todos vocês e nenhum filho me envergonhou. Nunca fizeram coisas erradas tenho essa honra. Nunca tive uma decepção de alguém dizer que um dos meus filhos fez isso ou aquilo de errado. Não tem isso não.”
Para dizer o que acha relevante na vida e desejava testemunhar:
“Quero agradecer aos filhos, a minha mulher que nunca me fizeram vergonha. Sei que vou morrer satisfeito. Trabalhei muito, mas nunca passei vergonha dos meus familiares. Filhos e mulher. ”
Para falar algo sobre integridade e honestidade:
Ele disse com orgulho: “Sempre paguei todos os impostos desde o começo até hoje”. ”A César o que é de César”
Obrigado meu pai! Você me ensinou o que é ser integro, responsável e respeito ao próximo. Ensinou-nos os valores e princípios que nunca serão esquecidos. Uma referência para toda a minha vida a ser replicada para as futuras gerações.
Assim continua após 89 anos dedicados ao comercio e à família. Destes 56 em seu próprio comércio e 10 trabalhando para a família Aragão a quem agradecemos pela oportunidade e ajuda necessária para alavancar os seus negócios e alimentar os seus sonhos e objetivos de vida com honestidade, coerência, simplicidade, integridade, ética e responsabilidade.
“Para se alcançar, quanto mais não seja, a fama do pai, é preciso ser-se mais hábil do que ele.” (Denis Diderot)
O meu pai é um homem reconhecido por todos que convivem ou interagem com ele. Sempre demonstrou por meio do exemplo que a palavra de um homem vale mais do que um documento escrito. A sua palavra tem valor. É certeza de cumprimento. Dito é feito.
Tenho orgulho deste pai maravilhoso, dedicado e trabalhador. Que nos ensinou os princípios da honestidade e integridade e sempre cumpriu a sua missão com responsabilidade e nobreza. Valores que estão arraigados em nosso DNA e jamais serão retirados. Não existirá outro pai igual a você. Um homem incansável e empreendedor com vitalidade e energia invejável. Sempre acorda cedo e mantem a rotina e afazeres diários com dignidade e firmeza aos 89 anos de idade. Você é o meu melhor exemplo e lição.
“Seja o exemplo de tuas palavras e haverá um momento em que não precisarás dizer nada sobre coisa alguma. Tuas atitudes falarão por ti! ” (Augusto Branco)
Dizem que não devemos olhar para o retrovisor, mas a sua história nos inspira e orgulha e me faz valorizar cada vez mais o passado e o presente ao seu lado, em família.
Pai, nesta data especial gostaria de agradecer por tudo que você fez e faz por mim, pelos meus irmãos e familiares. Você é uma referência para a minha vida! É seu reflexo de Pai, herói, amigo e parceiro que vejo quando miro a minha face no espelho.
Parabéns pelo seu dia: Meu Pai, Meu Herói, Meu Amigo e Parceiro de todas as horas.
“Termina assim: Que tipo de pai você é? Que tipo marido você é? Que tipo de treinador ou companheiro de equipe você é? Que tipo de filho você é? Que tipo de amigo você é? O sucesso acontece em termos de relacionamentos. ” (Joe Ehrmann)
São Luís, 08 de agosto de 2021.
José Carlos Castro
Sanches
É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense.
Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras, União Brasileira de Escritores e PEN Clube do Brasil.
Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, A Vida é um Sopro, Gotas de Esperança e doze livros inéditos.
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