“Não honrar a velhice é demolir, de manhã, a casa onde vamos dormir à noite.” (Jean-Baptiste Alphonse Karr)
Se Deus permitir os jovens do presente serão os velhos do futuro. Se conseguirem sobreviver às adversidades, descasos e desmandos dos lideres. Ao envelhecermos seremos todos sujeitos aos mesmos critérios e sofreremos das mesmas sequelas da velhice. Portanto, não é um problema que diz respeito e interessa apenas aos idosos. É de interesse publico e privado e impacta na sociedade, nas famílias e indivíduos que interagem com este sistema. Os Brasileiros precisam se mobilizar antes que seja tarde.
Etimologicamente, a palavra “previdência” surgiu do latim previdentia, que significa “previsão” ou “prevenção”, que por sua vez se originou a partir de praevenire, termo latino que literalmente quer dizer “chegar antes”, sendo prae, “antes” e venire, “vir”.
Na linguagem popular, uma pessoa previdente é aquela que se prepara com antecedência. No âmbito econômico e financeiro a previdência possui o mesmo significado: precaver.
Ao investir na previdência, contribuímos com uma quantia mensal por um determinado período e, ao término desse período, contamos receber um montante para usufruir da forma que quiser.
A ideia é formar uma reserva financeira para lidar com situações futuras, como a chegada da aposentadoria ou a realização de um projeto de vida.
Para isso, foram criadas instituições e medidas de âmbito nacional que ajudam a garantir a sobrevivência financeira de pessoas em situações de invalidez ou velhice, como a aposentadoria e a pensão, por exemplo.
“O intervalo de tempo entre a juventude e a velhice é mais breve do que se imagina. Quem não tem prazer de penetrar no mundo dos idosos não é digno da sua juventude…” (Augusto Cury)
Os desvios e a corrupção que se alastraram em nosso país solaparam a previdência social e querem colocar a carga nos trabalhadores brasileiros. O rombo magistral e estratosférico previsto para o Regime Geral da Previdência Social em 2016 é de mais de R$ 120 bilhões.
A população brasileira envelhece e aos poucos se transforma um país de jovens num de idosos.
E os trabalhadores e desempregados brasileiros estamos diante de uma Proposta para Reforma da Previdência onde: O governo propõe a adoção da idade mínima de aposentadoria de 65 anos tanto para homens, quanto para mulheres; o tempo mínimo de contribuição de 25 anos (além de fixar uma idade mínima para aposentadoria, a proposta feita pelo governo ainda aumenta o tempo mínimo de contribuição de 15 para 25 anos, tanto para homens, quanto para mulheres).
Hoje o trabalhador pode se aposentar por idade aos 65 anos, se tiver contribuído por pelo menos 15 anos para o INSS. As mulheres podem se aposentar cinco anos mais cedo do que os homens, tanto no regime por idade, quanto no regime por tempo de contribuição. Por outro lado, mesmo se aposentando mais cedo, elas vivem em media mais tempo do que os homens. A reforma apresentada por Temer uniformiza as regras: tanto homens quanto mulheres devem se aposentar aos 65 anos, com tempo mínimo de contribuição de 25 anos.
Os sofridos trabalhadores rurais alem das inúmeras adversidades que enfrentam na lavoura, pecuária, extração vegetal… e da falta de incentivo do governo para a manutenção das necessidades básicas para a sobrevencia e o sustento das suas famílias. Também terão a sua aposentadoria rural regida pelas mesmas regras. O Governo propõe que as regras para aposentadoria dos trabalhadores rurais sejam as mesmas dos trabalhadores urbanos.
Hoje, os trabalhadores do campo se aposentam com 55 anos – mulheres – e 60 anos – homens – e precisam comprovar 15 anos de trabalho no campo. Com a reforma, eles podem passar a contribuir diretamente para o INSS e podem ficar sujeitos às mesmas regras do regime geral: mínimo de 65 anos de idade e 25 anos de contribuição.
“Para darem entrada na aposentadoria futuramente, de acordo com as novas regras da previdência social, incluam a Certidão de Óbito.” (Ceh Domenici)
Enquanto os parlamentares das esferas federal, estadual e municipal inclusos na reforma serão regidos por regulamentação especifica que ainda deve ser elaborada a respeito das regras de transição dos políticos federais, e as regras para parlamentares estaduais e municipais dependerão de regras das respectivas jurisdições. Quem elabora as leis? Acreditamos que seguirão o mesmo regime do povo? Poderemos acreditar na imparcialidade destes políticos que historicamente legislam em causa própria?
“Estou sem benefício, sem trabalho, doente e mendigando uma aposentadoria, vivo num país onde adoecer é errado, ser ladrão é normal, matar, estuprar, roubar e furtar não tem problemas quando se é menor de idade.” (Roberson Avellar Ramos)
Queridos jovens brasileiros. Acordem para o futuro! Não deixem passar a oportunidade, de neste momento, assumirem responsabilidade pelo futuro da nossa nação. Afinal os beneficiados pelas melhores decisões do presente serão vocês no futuro.
Aposentadoria após os 65 anos nesse Brasil de desempregados onde após os 40 anos poucos conseguem um emprego ou reposicionamento no mercado de trabalho (mesmo os mais experientes e competentes em suas profissões).
Quem ira sustentar vocês quando estiverem entre os 40 e 65 anos? Debilitados pela idade e precária saúde, com dificuldade de sustento, sem condição sequer de comprar remédios para as doenças oportunistas, dores na coluna, problemas circulatórios e cardíacos, cansados e desanimados com pouca ou nenhuma expectativa de vida digna, baixa renda, serviços temporários ou bicos, sem atendimento nos hospitais públicos e privados, alimentos saudáveis, com pouca ou nenhuma condição financeira para atender as necessidades básicas… o que fazer?
Não estou sendo pessimista. Prevejo o futuro com base na realidade que vivemos. Diante da atual conjuntura econômica brasileira, relatos e condições precárias da maioria da população brasileira, famílias destrocadas pelo abandono sem esperança no futuro.
“O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética…o que me preocupa é o silencio dos bons(inocentes).” ( Martin Luther King)
Imaginem o futuro deste país caso não repensemos a forma de distribuição de renda. Onde a população mais pobre é flagrantemente discriminada. E a riqueza se acumula nas mãos de poucos afortunados, privilegiados e detentores do poder que representam menos de 1% da população brasileira.
Estamos numa guerra, o caos se instala de forma degradante e dizima o nossa gente: pobre, faminta, desempregada, desesperada…
Os políticos brasileiros quase todos já estão aposentados antes de concluírem o primeiro mandato – uma aberração, um desvio de conduta, uma afronta à ética e aos bons costumes.
Os mais tardios se aposentam aos 55 anos. Será que a velhice para eles é prematura, e as suas necessidades superiores à dos trabalhadores normais? Enquanto a maioria sucumbe pobre, poucos se aposentam dignamente e muitos vivem de migalhas.
A maioria dos nossos políticos legisla em causa própria. Esta causa não é deles! É nossa.
“O que destrói a humanidade?
Política, sem princípios;
Prazer, sem compromisso;
Riqueza sem trabalho;
Sabedoria sem caráter;
Negócios sem moral;
Ciência sem humanidade;
Oração sem caridade.” (Mahatma Gandhi)
Os brasileiros precisam envelhecer com dignidade e respeito. Receberem de volta o que investiram na previdência dilacerada pela falta de interesse daqueles que deveriam zelar pelos investimentos de milhões de brasileiros sofridos que retiraram do seu suor e trabalho árduo – recursos escassos para sustentar a previdência – ora falida por irresponsabilidade e descaso.
Trabalhadores ativos. Não precisam se aposentar apenas para comprar remédios e sofrerem as amarguras dos dias sombrios na velhice desamparada. No fundo de uma cama profunda e silenciosa, tomada por ácaros e baratas.
Precisamos garantir a dignidade e a qualidade de vida para aqueles que sustentaram e sustentam a ostentação e os devaneios de uma classe dominante usurpadora da qualidade de vida dos cidadãos de bem que suportam esta nação.
Juntem-se, movimentem-se, pintem a cara de verde e amarelo, tremulem as bandeiras, batam panelas – sem perderem a ternura. Mantendo a ordem e a civilidade para reinvidicar os nossos direitos à cidadania e melhores dias para o nosso povo sofrido, acuado e amedrontado diante de tanta corrupção, desordem e falta de esperança nos governantes. Mobilizem os políticos influentes deste país para juntos conosco repensarem a reforma da previdência para o beneficio do povo.
Pra frente Brasil!