Por José Carlos Castro Sanches
“O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente…” (Mario Quintana)
Que cidade linda! Essa nossa cidade de São Luís parece outro lugar distante quando vista pelas fotografias.
Sem a gente sofrida. Sem aprofundar a ferida.
Oh, cidade maravilhosa berço magistral do verbo perfeito, da literatura, da arte, da magia, outrora Atenas
Brasileira. Hoje apenas brasileira.
Das ruas os paralelepípedos pedantes escapam e, sobram os buracos.
Das belas fachadas dos Casarões e azulejos portugueses nascem ruínas e trepadeiras.
Das antigas ladeiras permanecem o subir e o descer, sem a pompa e a beleza dos calçadões imperiais.
Da cultura ainda subsistem o bumba-meu-boi, a quadrilha e o cacuriá…da tradição Maracanã, Maioba, Ribamar, Rosário, São Simão e boi de Axixá.
Do mar puro e natural sobram os dejetos dos humanos e animais a boiar.
Da ilha de Upaon Açu sobra o nome dos índios Tupinambás e a sombra dos Franceses, Holandeses e Portugueses.
Do Palácio dos Leões os lustres, quadros, móveis, canhões, as pinturas e esculturas imponentes dos leões.
Dos grandes poetas os nomes das ruas e praças. Da Rua Grande o retrato e as lembranças das lojas fechadas Esplanada, Ocapana, Mesbla…
E na minha memória sobram as lindas recordações dos passeios que eu fazia na Rua Grande com as minhas filhas
Para comprar brinquedos na Briquedolândia.
Era tanta felicidade que até hoje quando passo naquela rua quero voltar ao passado para reviver os bons momentos com os meus familiares.
Naquele tempo a Rua Grande era lotada de transeuntes, curiosos, compradores, lojistas, vendedores ambulantes que faziam a freguesia misturada com a alegria.
Hoje as lojas estão fechadas e a rua está vazia, os camelôs se dispersaram devido a histeria. Os lojistas e compradores confinados em suas casas com medo da pandemia.
Quem dera pudesse retroceder no tempo e contemplar a beleza secular daquela rua que carrego na memória como parte da minha história.
“A saudade é o que faz as coisas pararem no Tempo. ” (Mario Quintana)
São Luís, 01 de abril de 2020.
José Carlos Castro Sanches É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense. Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras – ALPL

Visite o site falasanches.com e a página Fala, Sanches (Facebook).
Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa e A Jangada Passou (Tríade Sancheana); No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro! (Trilogia da Vida), e outros dez livros inéditos. Visite o site: falasanches.com e a página Fala, Sanches (Facebook) e conheça o nosso trabalho como escritor, cronista e poeta. Adquira os Livros da Tríade Sancheana e Trilogia da Vida na Livraria AMEI do São Luís Shopping ou através do acesso à loja online www.ameilivraria.com.
NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS01.04.2020. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual amparado pela lei nº 9.610/98 que confere ao autor Direitos patrimoniais e morais da sua obra.