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Oferece a você a oportunidade de leitura e reflexão sobre textos repletos de exemplos, experiências e lições que irão transformar a sua vida.

O RÁDIO

Por José Carlos Castro Sanches

“Não é verdade eu não tinha nada, eu tinha o rádio ligado. ” (Marilyn Monroe)

O Rádio leva a notícia para todos os recantos em fração de segundos; de norte a sul, leste a oeste; ultrapassa fronteiras segue pelas ondas do universo; transcende galáxias, constelações; aproxima nações e planetas. Dele provém a voz, a palavra, o conhecimento.

Guglielmo Marconi foi um inventor italiano, que inicialmente foi creditado pela invenção do rádio, mas pouco depois foi mostrado que ele tinha usado 17 das patentes de Nikola Tesla.

Em 1943, por voto do Congresso e do Supremo Tribunal dos Estados Unidos, foi anulada a patente de Marconi e a invenção do rádio foi dada a Nikola Tesla, que inventou os fundamentos da transmissão de rádio antes que Marconi pudesse pensar sobre isso e tem hoje o mérito de ter inventado o rádio moderno.

Do alvorecer ao crepúsculo traz sempre uma novidade; envolve a criança, o adulto e a terceira idade. É um amigo na multidão, na solidão, no prazer, no sofrimento e na emoção.

Carreguei na cabeça um rádio enorme que meu pai presenteou ao meu avô. Nunca esqueci daquele dia, em que a alegria tomou conta daquela casa humilde. Meu avô ficou feliz, minha avó sorridente; eu estava orgulhoso por levar o presente, o rádio SEMP foi logo ligado. Não precisou de energia elétrica; eram quatro grandes pilhas; que moviam a comunicação do espaço para a casa dos meus avós.

Parecia telepatia, eu ficava embasbacado sem saber como a notícia fluía; não tinha cabo, nada que me permitisse ver de onde poderia vir aquela voz contagiante que chegava de tão distante. Fui crescendo ouvindo através das ondas do rádio.

A evolução permitiu que os grandes rádios ficassem pequenos e cada vez mais evoluídos; também aumentaram os concorrentes que distraem os ouvintes para outros segmentos. Nada disso, no entanto, fez o rádio perder o encanto. O homem do campo e da cidade ainda é amigo do rádio; não consigo entender porque tanta cumplicidade.

O rádio é coisa do passado? Do presente? Ou Futuro? Não sei responder com propriedade, mas posso afirmar que nenhum outro meio de comunicação é tão influente e cativante como o rádio, trazendo as notícias para nos manter atualizados, tocando músicas para alegrar os dias, noites e madrugadas; escutar as novidades na velocidade do som, quase em tempo real; expandir conhecimentos, trocar experiências; vivenciar momentos felizes; Saber o que pensam os homens; como vivem os nossos contemporâneos; O que se passou na terra, no mar, no ar, na lua, no sol, nas estrelas, nos planetas distantes, nas galáxias, constelações e quiçá no céu, se o poderoso Deus permitir que o homem entre escutando o seu radinho de pilha.

“A vida não é como um MP3 que toca o que você quer, a vida é como um rádio e você tem que aproveitar o que está tocando. ” (One Direction)

Para onde vamos? Não sei. O que posso afirmar é que o rádio veio para ficar, educar, orientar, informar, transformar e nos permitir flutuar nas suas ondas em qualquer lugar.

De São Luís flertando com a Estrela D’alva, flutuando muito além das ondas do mar. Hoje eu quero abraçar o infinito seguindo as frequências do rádio, ver o brilho do sol e das estrelas ouvindo o rádio; observar as abelhas retirando o néctar das flores, o passarinho de galho em galho, o vento balançando os galhos e movimentando as ondas na praia, escutar o meu próprio pensamento através do rádio imaginário que criei na minha mente, desde tenra idade quando escutei o homem pisar na lua na cozinha da casa dos meus pais. Ali eu estava acuado, medroso e pela primeira vez tomei consciência da importância do rádio para a minha vida. Ali tive a primeira dúvida sobre as verdades ou mentiras que se pregam.

O rádio me trouxe a primeira incerteza, que me faz até hoje querer encontrar as respostas. O rádio me faz pensar e refletir diariamente. O rádio me eleva para uma sintonia cósmica e um patamar que transcende a monotonia de um homem limitado. O rádio me faz parecer livre e solto no universo infinito que Deus criou para viver intensamente cada momento.

“Vá embora e tente continuar a sorrir. Ouça um pouco de rock-and-roll no rádio e vá em direção a toda vida que existe com toda a coragem que você consegue reunir e toda a crença que tem. Seja verdadeiro, seja corajoso, enfrente. Todo o resto é escuridão. ” (Stephen King)

O rádio que está sempre presente, em minha casa, a minha esposa é ouvinte assídua, no carro meu companheiro inseparável, no avião uma opção, no navio conselheiro, na nave espacial amigo na solidão. É algo contagiante que enobrece o ouvinte do ventre ao túmulo ou do berço ao ataúde tem sempre uma novidade para cativar muita gente. Leva sempre uma mensagem de amor e esperança, eterna vibração das ondas celestiais que penetram em nossos corações e elevam a alma para além do horizonte.

Que belas ondas de rádio que me fazem delirar nesta crônica poema sobre o som agradável da música “talking to the moon” como disse Gilberto Mourão, um jovem que estava sentado ao meu lado enquanto escrevia, a quem perguntei o nome daquela linda canção, e prontamente fui atendido, assim, encerro este delírio poético em homenagem ao RÁDIO.

Mantenho na lembrança a imagem de um rádio SEMP, que levei na cabeça, ainda criança, como presente do meu pai para o meu avô. Naquela época uma criança podia caminhar pelas ruas da cidade de Rosário, com um objeto de grande valor, sem medo de ser molestado. Os tempos mudaram e, os rádios também ficaram menores e mais evoluídos. E hoje podem ser ouvidos por meio de outras tecnologias. Viva a evolução! Viva o rádio! Viva a vida!

“O homem é um animal que adora tanto as novidades que se o rádio fosse inventado depois da televisão haveria uma correria a esse maravilhoso aparelho completamente sem imagem. ” (Millôr Fernandes)

José Carlos Castro Sanches
São Luís, 13 de fevereiro de 2020.

Comments (2):

  1. Adircilene

    21 de setembro de 2022 at 14:25

    Parabéns. No ano que comemoramos o centenário do Rádio, seu texto veio de forma informativa e poética nos lembrar da importância do rádio em nossas vidas. Obrigada!

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    • sanches

      7 de novembro de 2022 at 13:00

      Obrigado e forte abraço. Aprecio sua atenção e generosidade. José Carlos Sanches

      Responder

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