Por José Carlos Castro Sanches
“Um monte de pedras deixa de ser um monte de pedras no momento em que um único homem o contempla, nascendo dentro dele a imagem de uma catedral. ” (Antoine de Saint-Exupéry)
O Milagre das Pedras! É uma crônica que levará o leitor a refletir sobre a vida, a fé e a capacidade que temos para transformar as pessoas e o mundo à nossa volta com pequenas atitudes. O pensamento positivo e a ação de um pobre homem que vendia pedras comuns como se fossem milagrosas, salvou o seu filho. Tudo porque existia um colecionador de pedras que através de um simples hábito, com generosidade e empatia influenciava as pessoas a pensarem positivamente. Se uma pedra tem poder, imagine o homem, um ser racional. Se deleite na narrativa desta crônica e transforme seus sonhos em realidade.Boa leitura e reflexão!
Numa quarta-feira de 20 de maio, no período de quarentena devido à pandemia do coronavírus, confinado na caverna com a minha esposa, queríamos passar o tempo visualizando algo positivo. Recebemos a indicação da nossa filha Danielle Sanches para assistirmos ao filme “O Segredo”. Mesmo eu não sendo amante de televisão, e não tendo o hábito de assistir filmes, segui o conselho e me detive por aproximadamente uma hora e meia concentrado naquela missão.
Enquanto observava atentamente as nuances e detalhes daquela obra cinematográfica, reforcei a minha convicção sobre a importância da “Lei da atração”. O que pensamos e alimentamos na mente direcionará as nossas atitudes e comportamentos. Nós somos o produto do que pensamos e do tamanho dos nossos pensamentos. Mentalizar energias positivas alivia o corpo e a alma, atrai felicidade, saúde e prosperidade, remove a ansiedade, o stress e afasta a depressão.
O passado é importante, todavia não pode limitar as ações no presente e futuro, manter-se aprisionado às correntes negativas é o primeiro passo para o fracasso. O medo e o pessimismo contaminam a mente e o corpo. Os reflexos e ações são reféns do pensamento, que funcionará como algemas para nos manter no cárcere privado ou como “habeas corpus” para nos libertar.
“Siga sua felicidade, e o universo vai abrir portas para você onde só havia paredes. ” (Filme – O Segredo)
Devemos visualizar os objetivos, acreditar na possibilidade de realização, seguir as energias do universo que conspiram ao nosso favor. Se recebermos a missão de incorporar o bem, de valorizar as coisas boas e assimilar as potencialidades que se apresentam diariamente seremos capazes de superar as adversidades e vencer todas as batalhas que se nos apresentem.
Não devemos lutar contra as guerras, devemos ser defensores da paz. Significa que pensar negativamente, assumir uma postura de tragédia e alimentar problemas em vez de soluções aumentará o distanciamento entre o sucesso e o fracasso.
Se queremos modificar o mundo interior, a própria vida, a forma de agir e transformar sonhos em realidade é necessário reavaliar a forma de encarar a vida, reconfigurar a mente para visualizar o positivo, deixar fluir energias catalisadoras de crescimento, renovação, autoestima, paz, alegria, saúde e prosperidade, fatores essenciais para nos permitir obter resultados diferenciados.
Se o que faço não for divertido e não levar à felicidade não devo fazer. Cada um escreve a sua própria história por meio das suas convicções, virtudes, ações e pensamentos. Não devemos nos deixar contaminar pelo vírus do pessimismo. É fundamental manter o foco no positivo, acreditar no próprio potencial, ver a luz no fim do túnel, visualizar os objetivos com os olhos fechados, escrevê-los numa folha de papel e mentalmente fazermos a projeção futura do que pensamos. Ver-se como protagonista do seu próprio destino, dono da sua vida, certo de que ninguém escreve a sua história, senão você.
“A alma não tem segredo que o comportamento não revele. ” (Lao-Tsé)
Percebi durante a projeção do filme uma cena que me chamou a atenção. Talvez poucos dos que assistiram tenham percebido esse detalhe. A partir deste ponto me deleito em elucubrações reais e imaginárias sobre algumas conclusões que tirei daquela rápida cena à qual me detenho a descrever nas linhas seguintes, sem a pretensão de julgar se seria essa a intenção ou desejo do autor. Talvez, jamais tenha pensado nessa possibilidade, afinal cada espectador poderá tirar uma lição distinta da mesma cena ou história. Cada cabeça é uma sentença. O pensamento é livre, como a criatividade do escritor.
Me apeguei ao ponto em que um dos protagonistas descreveu uma passagem que julguei oportuna retratar para reflexão nesta crônica. Numa das cenas do filme apareceu um senhor que tinha a mania de colecionar pedras que encontrava pelos caminhos da vida. Ao chegar em casa, com uma pedra na mão, um trabalhador muito pobre que prestava serviço para o mesmo, ao percebê-lo perguntou-lhe: o que significa essa pedra. Então, ele respondeu: “essa pedra é milagrosa”.
Pensem bem, aquela pedra nada mais era que uma pedra, recolhida na rua, sem nenhuma capacidade de fazer milagres, não tinha valor econômico, tampouco poderes mágicos para transformar joio em trigo, ferrugem em ouro ou coisa parecida.
“Transforme as pedras que você tropeça nas pedras de sua escada. ” (Sócrates)
O sábio colecionador de pedras, deu de presente aquele amuleto para o curioso homem, que passou a acreditar no poder extraordinário daquele mineral, azulado de forma oval, com menos de 20 gramas, e como disse, nenhum valor aos olhos de quem tem a visão apenas para o material. Porém, para aquele homem, a pequena pedra tinha um grande valor, além do óbvio. Ele absorveu a energia positiva do fóssil mineralizado e acreditava ter encontrado a chave da felicidade, o elixir da longa vida, o remédio para todas as doenças.
Certo dia o colecionador de pedras estava em casa e recebeu um telefonema de um desconhecido, após muitos anos do encontro aquele pobre homem – disse que o seu filho estava muito doente, com uma doença rara, e perguntou ao “colecionador” se este poderia lhe enviar algumas “pedras milagrosas”. O guardador de pedras pensou. Para que serviriam aquelas pedras? E disse para si mesmo, onde encontraria “pedras milagrosas” para enviar ao homem necessitado, que acreditava por meio destas curar seu filho.
O colecionador seguiu à procura das pedras, entrou num rio de águas claras, e começou a catar as mais belas pedras coloridas, fazia isso com muito amor e entusiasmo, certo de que iria ajudar na cura do garoto convalescente. Recolheu algumas dezenas de “pedras milagrosas” e as encaminhou para o destinatário.
Algum tempo depois ele soube que o pobre homem ao receber as pedras, seguiu para uma feira da pacata cidade do interior onde morava e as colocou expostas sobre um saco de batatas numa calçada, oferecendo aos transeuntes como se fossem “pedras milagrosas”.
Aquele pai à procura de recursos para cura do filho não fazia aquilo, por maldade, para enganar as pessoas – acreditava verdadeiramente que as pedras eram milagrosas, assim com a convicção, que posso chamar de fé, vendeu todas as pedras. Com o dinheiro arrecadado comprou remédio para o filho e o curou da enfermidade.
Moral da história: o pensamento positivo e a ação daquele pobre homem que vendia pedras comuns como se fossem milagrosas, salvou o seu filho. Tudo porque existia alguém capaz de colecionar pedras e através daquele simples hábito, tornar-se um exemplo de generosidade e empatia influenciando as pessoas a pensarem positivamente. Se uma pedra tem poder, imagine o homem, um ser racional, com trilhões de neurônios, que podem ser usados a seu favor para transformar sonhos em realidade. Libere o seu potencial e siga firme para o pódio. Quem escreve a sua história é você!
“Do atrito de duas pedras chispam faíscas; das faíscas vem o fogo; do fogo brota a luz. ” (Victor Hugo)
José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense.
São Luís, 21 de maio de 2020.
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NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches, com crédito aos autores e fontes citadas, e está licenciada com a licença JCS21.05.2020. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual amparado pela lei nº 9.610/98 que confere ao autor Direitos patrimoniais e morais da sua obra.