Por José Carlos Castro Sanches
“O amor está em toda a parte da natureza, como emoção, mas também como recompensa. “ (Ralph Waldo Emerson)
Como disse Gabriel Garcia Márquez na página 20 do livro do “Amor e outros demônios”: “Naquele mundo opressivo em que ninguém era livre, Sierva Mariá o era: só ela e só ali. Por isso era ali que se celebrava a festa, em sua verdadeira casa e com sua verdadeira família”, seguindo na página 51, disse: “ Não há remédio que cure o que a felicidade não cura. ”
Refleti sobre essa passagem quando vi uma criança que contraiu meningite bacteriana deitada num leito do hospital. Dizia: Te amo papai! Te amo papai! E perguntava: Eu ainda estou aqui? E o pai dizia: Sim. Você está aqui!
Ela estava lutando pela vida, quase indo para o céu e a cada dia ficava mais fraca, potencialmente mortal. Os pais a acompanhavam no leito do hospital.
Ela perguntava: Vocês estão chorando? Eles respondiam: Não! Estamos felizes porque você está melhor. A criança dizia: Vou orar para Deus! Foi o momento em que eles pensaram que ela havia partido. Tudo aconteceu em uma fração de segundos: a respiração voltou.
Ela percebeu que estava ali, falava sem cessar: Eu estou aqui? Eu estou aqui? Eu estou aqui?… E os pais respondiam: Sim, nós estamos aqui! Nós estamos aqui…
Chorei de emoção ao assistir o vídeo. Pensei na vida dos meus familiares e netos. A criança perguntava: Mãe você vai me levar para casa? E dizia: Mamãe obrigado por me trazer aqui! A mãe respondia: Por nada! Eu faria qualquer coisa por você. A menina reforçava: Eu te amo! E os pais respondiam: nós também a amamos.
“ Não vamos esquecer que as emoções são os grandes capitães de nossas vidas, nós obedecemos-lhes sem nos apercebermos. ” (Vincent van Gogh)
Eles não sabiam o que aconteceria com ela. Ela disse que estava melhor e queria voltar para casa, porque se sentia forte, desejava ir embora, sair daquele hospital. Dizia que não iria piorar, estava convicta da vitória. Era desesperador perceber a dificuldade na respiração e a aflição daquela criança, e o desespero reprimido dos pais para não demonstrar fraqueza diante da filha indefesa, inocente e ansiosa.
A infecção era muito grave, a menina orava e acreditava no amanhã. Deitou-se para dormir e pediu ao Senhor para levá-la para o melhor lugar do mundo: a sua casa.
O Senhor atendeu a sua prece, dias depois ela pode se levantar e voltar para casa com os pais. Foi um milagre de Deus concedido pela fé ilimitada daquela criança, que confiou incondicionalmente e reagiu bravamente para manter acesa a luz da vida, o sopro divino, o sorriso, a alegria, o brilho do olhar e a esperança de voltar a alegrar o doce lar, o ninho paterno, a sua casa: o melhor lugar do mundo! O amor transbordava naquela família.
O melhor lugar do mundo é aquele onde podemos conviver em harmonia com as pessoas que amamos e nos sentimos felizes. É dentro do abraço! Há quem diga que: “Não há melhor lugar no mundo que a nossa casa. A não ser que seja a casa dos nossos avós. ” Gilberto Gil disse: “O melhor lugar do mundo é o aqui e agora. ”
São Luís, 05 de abril de 2021.
José Carlos Castro Sanches É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense. Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras – ALPL
Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa e A Jangada Passou (Tríade Sancheana); No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro! (Trilogia da Vida), e outros dez livros inéditos. Visite o site: falasanches.com e a página Fala, Sanches (Facebook) e conheça o nosso trabalho como escritor, cronista e poeta. Adquira os Livros da Tríade Sancheana e Trilogia da Vida na Livraria AMEI do São Luís Shopping ou através do acesso à loja online www.ameilivraria.com.
NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS05.04.2021. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual amparado pela lei nº 9.610/98 que confere ao autor Direitos patrimoniais e morais da sua obra.
odyleo
13 de março de 2022 at 00:16
odyleo 08860de5f7 https://wakelet.com/wake/rIK55b2APuVeSlPb98yr-
sanches
1 de março de 2024 at 10:08
???