“O que forma o mundo? Pessoas, animais, fauna e flora. Porque, num mundo tão imenso e diverso, o ser humano chegou à conclusão que somente ele merece respeito e merece viver? Lu Correia.
Grande amigo Ramon Vidal Gomez. Boas lembranças de outrora. Lembras do Jacaré do lago de percolado do aterro sanitário, que foi morto com uma pedrada por um empregado de contratada. E na investigação exigimos que providenciassem outro Jacaré para substituir. No dia seguinte para minha surpresa, chegou o “matador de Jacaré” com um outro “filhote” para colocar no lago. Não demorou, o bicho assustado, fora do seu habitat natural, fugiu e ninguém sabe o paradeiro até hoje. Mas, eu tenho certeza de que aquele sujeito malvado, nunca mais desejaria matar um animal silvestre na área da Alumar.
“A expectativa é como pegar um jacaré para domesticar e esperar que ele o abane a cauda quando você chegar em casa após mais um dia de trabalho. ” Gabito Nunes.
Alguns anos depois, se não estou enganado quando Nilson Souza foi Diretor da Alumar, implantou em parceria com Mauricio Macedo e equipe de meio ambiente, o procedimento para investigação de incidentes, com morte ou injurias, causadas a animais na fábrica. Esta decisão me fez lembrar que a primeira investigação e plano de ação relativo a depredação da fauna, ocorreu naquele dia da morte do Jacaré no lago, que recebia chorume do aterro industrial.
O lago cheiroso, habitado por jacarés, que nos perguntávamos, como sobreviviam naquele caldo chorumento de tudo que se depositava naquele aterro, que alguns chamavam à época de Lixão; apesar de todo o empenho que tínhamos para manter o melhor padrão de operação.
O jacaré se foi, os aterros se sucederam, mas, a lembrança e o pioneirismo da investigação permanecem em minha lembrança. Quem sabe um dia, eu tenha a oportunidade de reencontrar com os bisnetos ou tataranetos, daquele pobre jacaré sacrificado covardemente por aquele trabalhador desocupado, dissimulado e infantilizado, que em vez de proceder o seu labor, lançava pedras ao lago, ao ponto de atingir a testa do réptil indefeso; com aquela pedra que deveria ser usada para construir alicerces duradouros, paralisou para sempre o corpo sombrio do moribundo morador do lago cheiroso.
“Acordes meu amado (s) para que os dias vejam a beleza da flora, fauna e o brilho do Sol dourado, onde os passaredos brincam com a relva e ascendem os encantados. ” Claudeth Camões.
Uma pedra pode servir para o bem ou para o mal. Com uma pedra Davi matou Golias, naquela histórica luta, com outra o ignorante matou o inocente animal.
Um dia quem sabe o Homem tome consciência de que a natureza, a fauna e a flora devem ser preservadas, e ações desta magnitude sejam coisas do passado a serem contadas por saudosistas: cronistas, contistas, poetas e escritores, na solidão das noites escuras de inverno, na Ilha dos Amores, outrora Ilha Rebelde, onde canta o sabiá nas gaiolas, não mais nas palmeiras como cantava à época de Gonçalves Dias. A vida é bela! Como bela é a natureza, bela.
“Apenas quando não houver mais peixes no mar, animais na fauna e árvores nas florestas é que o homem aprenderá que não se come dinheiro. ” Autor desconhecido.
José Carlos Castro Sanches
São Luís, 01 de agosto de 2019.