Por José Carlos Castro Sanches

“De todas as criaturas de Deus, somente uma não pode ser castigada. Essa é o gato. Se fosse possível cruzar o homem com o gato, melhoraria o homem, mas pioraria o gato. ” (Mark Twain)
Eu seguia dirigindo para um “Conselho de Classe” na escola onde sou Professor de Química a mais de 20Km da minha residência. Buscava os caminhos mais curtos e menos congestionados no horário de “pico” na Ilha de São Luís com destino a Paço do Lumiar. Eram 18h30, todas as manobras que eu realizava tentando encontrar a trajetória mais curta para chegar no horário determinado ao destino “CEM Professor Robson Martins”, eram ofuscadas pela imensa fila de veículos que se aglomeravam pelas ruas e avenidas da cidade que trafegava.
Logo percebi que seria mais rápido se tivesse seguido a rota mais longa, sem as interrupções nos semáforos e extensos engarrafamentos. Já não era interessante voltar, a melhor alternativa era vencer as adversidades e seguir em frente, assim eu fiz.
“Não inventei nada de novo, simplesmente juntei em um carro as descobertas de outros homens, séculos de trabalho depois. ” (Henry Ford)
Então, continuei a viagem. A certa altura os veículos fluíam com maior velocidade e eu que seguia um outro apressado, que também estava reprimido/represado no trânsito, percebi que um gato que saiu não sei de onde, resolveu cruzar a rua bruscamente, parecia um desesperado, tudo indica que não pensou antes de tomar a decisão de cruzar a rua lotada de automóveis – parece que os animais como os racionais às vezes pensam, outras não – o bicho passou por baixo do carro, cruzou as roda dianteira esquerda do carro velho e bateu com a cabeça na roda traseira direita, e saiu carambolando pela pista feito malabarista de circo – pôs-se de pé na mesma velocidade do impacto em disparada para o matagal do outro lado da rua. Foi por um triz que saiu vivo.

“Gatos não morrem: mais preciso – se somem – é dizer que foram rasgar sofás no paraíso e dormirão lá, depois do ônus de sete bem vividas vidas, seus setes merecidos sonos. ” (Nelson Ascher)
Dizem que gato tem sete vidas – esse certamente tem oito – porque não sei como saiu vivo daquela situação perigosa. Tudo indica que aquele gato queria morrer, mas como dizia meu avô e diz o meu sogro “Não devia ser o dia dele”. E não foi, pelo menos eu acredito, porque depois daquelas estripulias, correu mato adentro e deve ter rezado trezentas ave-marias em agradecimento a Deus pela vida de gato.

“Gatos são criaturas gloriosas – que não podem, de modo algum ser subestimadas. Seus olhos são profundezas inexpugnáveis dos mistérios felinos. ” (Lesley Ann Ivory)
Quantas vezes nos deparamos com situações que nos colocam entre a vida e a morte porque não percebemos os perigos e não aprendemos a avaliar os riscos, embora tenhamos os cinco sentidos ativos.
Assim, a vida passa com se fosse uma eterna “roleta russa” – hoje deu certo, amanhã poderá ser diferente. Não acreditem que todo dia é dia de gato se esquivar de uma encrenca dessa. Eis uma lição que deve ser aprendida: não temos as sete vidas de gato, portanto, devemos desenvolver a capacidade de perceber os riscos – antes que seja tarde. Aprendermos o que agrega valor para a vida e não perder tempo com trivialidades.
“Os gatos são tão inteligentes que só aprendem o que lhes interessa. Por esse motivo, são considerados interesseiros. Aprender o que é útil não é ser interesseiro: é ser prático. Viva os gatos, que não perdem tempo com inutilidades! ” (Mary Difatto)
São Luís, 23 de janeiro de 2021.
José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense.
Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras – ALPL

Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, A Vida é um Sopro, Gotas de Esperança e outros dez livros inéditos.
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NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS23.01.2021. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual amparado pela lei nº 9.610/98 que confere ao autor Direitos patrimoniais e morais da sua obra.

“Como o artesão da palavra, busco retratar as vivências, aprendizados e experiências do cotidiano obstinadamente. Reconhecendo e compartilhando o mérito de quem cumpre bem a sua missão. ” (José Carlos Castro Sanches)