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Oferece a você a oportunidade de leitura e reflexão sobre textos repletos de exemplos, experiências e lições que irão transformar a sua vida.

O FOTÓGRAFO DOS PRESIDENTES!

Por José Carlos Castro Sanches

“A vida é um sorriso. Quem não sorri não vale nada! ” (Gervásio Baptista – Fotógrafo)

Juntado os retalhos de várias leituras que fiz sobre um grande fotógrafo brasileiro, desconhecido para mim até aquela data, reproduzo os recortes de jornais, revistas e fontes distintas da mídia social, sem a pretensão de esgotar o assunto, tampouco, escrever um compendio histórico da vida deste grande homem, que através do flash da sua máquina se fez imortal. 

Esta é uma crônica de ideias retocadas, sem a originalidade da escrita pelo autor, colhida de fontes confiáveis que reproduzem um pouco da história deste gênio da arte de fotografar que dedico a todos os fotógrafos do Brasil. Profissão que se faz cada dia mais rara, com o advento das câmeras portáteis, internet e novas tecnologias destinadas a esta finalidade, que em nada diminuem o mérito dos fotógrafos que teimam em usar as suas “maquinas fotográficas digitais” para registrar os fatos, com fotos em preto e branco ou em cores. As imagens produzidas por eles contam a nossa história.

“No meu trabalho, como escritor, eu só fotografo, em palavras, o que vejo. […]. Meus dias, meus anos, minha vida viu altos e baixos, luzes e trevas. Se eu escrevesse só e continuamente da “luz” e nunca mencionasse o outro, então como artista eu seria um mentiroso. ” (Charles Bukowski)

Gervásio Baptista nasceu em 1923 em Salvador. Na década de 1950, aos 27 anos, quando já se destacava no Diário de Notícias de Salvador, Assis Chateaubriand viu o talento do jovem fotógrafo e o levou para o Rio de Janeiro para trabalhar na revista O Cruzeiro. Em 1954, Gervásio mudou-se para a revista Manchete, de Adolpho Bloch, onde permaneceu até o fechamento da mesma, em 2000. É lá que registra, semana a semana, a construção da nova capital. 

Fotografou políticos, artistas, atletas, todos os presidentes brasileiros de Getúlio Vargas a Dilma Rousseff. Era o dono da credencial 001 do Palácio do Planalto, razão pela qual também era conhecido como “fotógrafo dos presidentes”. Também foram flagrados por sua câmera líderes estrangeiros como: Fidel Castro e Che Guevara; a rainha da Inglaterra, Elizabeth II; o presidente francês Charles de Gaulle e americanos Dwight Eisenhower, Richard Nixon e Ronald Reagan; e o argentino Carlos Menem. 

“A máquina fotográfica é um espelho dotado de memória, porém incapaz de pensar.” (Arnold Newmann)

Percorreu o mundo com sua câmera. Cobriu a Guerra do Vietnã, os conflitos na Nicarágua, a Revolução Cubana em 1959, três das Copas do Mundo em que o Brasil foi campeão (1958, 1962 e 1970). 

Ícone do fotojornalismo brasileiro, Gervásio captou com suas lentes: as fotos do enterro de Getúlio Vargas, em São Borja, Rio Grande do Sul em 1954; a famosa foto de Juscelino Kubitschek acenando com a cartola para o povo na inauguração de Brasília, em 21 de abril de 1960 e fez a enigmática imagem do presidente eleito Tancredo Neves durante internação no Hospital de Base, em Brasília (1985).

“Fotógrafos eternizam momentos em clicks e contam histórias através de álbuns. ” (Jessica Ferreira)

Como fotógrafo oficial dos concursos Miss Brasil e Miss Universo, Gervásio viajou o mundo para retratar a beleza da mulher brasileira no período áureo desses eventos. Fotografou Fidel Castro, Che Guevara e fez um registro diferenciado da Revolução Cubana. Também deu sua leitura sobre a Revolução dos Cravos, em Portugal. 

“Um fotógrafo não faz uma fotografia apenas com sua câmera, mas com os livros que leu, os filmes que assistiu, as viagens que fez, as músicas que ouviu, as pessoas que amou. ” (Ansel Adams)

Acompanhou e registrou a queda do presidente argentino Juan Domingo Perón e esteve em Saigon, para registrar a Guerra do Vietnã.

Durante o governo militar, teve várias passagens pela prisão, mas por não ter engajamento político, sempre foi libertado rapidamente e sem maiores consequências. Em tais ocasiões dividiu cela com o ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes e o advogado e ativista político Francisco Julião, fundador da Liga Camponesa, entre outros.

Toda a vida dedicada à arte da fotografia, sendo quase 15 anos como fotógrafo do Supremo Tribunal Federal, também trabalhou por três décadas na Agência Brasil (Radiobrás), onde também se aposentou em 2015. Gervásio Baptista faleceu, em 5 de abril de 2019, de causas naturais, aos 95 anos. 

É considerado por colegas, admiradores e autoridades um dos gênios do fotojornalismo brasileiro e deixa um legado que vai inspirar as futuras gerações de fotógrafos. 

“Fotografar, é colocar na mesma linha, a cabeça, o olho e o coração. ” (Henri Cartier-Bresson)

Com as mãos ágeis, o olhar aguçado e uma câmera, ele presenciou momentos que, em boa medida, se tornaram parte da história brasileira porque foram eternizados em suas fotografias. Com sensibilidade, destreza e domínio técnico, Gervásio Baptista fez da fotorreportagem seu ofício e, assim, mesmo por trás das lentes, tornou-se protagonista do cotidiano nacional, fotografando de presidentes a misses. 

“A fotografia é uma forma de ficção. É ao mesmo tempo um registo da realidade e um autorretrato, porque só o fotógrafo vê aquilo daquela maneira. ” (Gérard Castello Lopes)

Até o ilustre escritor maranhense José Sarney. Membro Efetivo da Academia Brasileira e Maranhense de Letras , ex-presidente da República Federativa do Brasil, foi fotografado durante a sua posse Gervásio Baptista, ícone da fotografia. Desta vez, o fato histórico foi registrado por um fotografo anônimo que flagrou a corrida de Gervásio Baptista ao lado do Rolls-Royce conversível presidencial. Mostrando que não só apenas os grandes fotógrafos são reconhecidos, os simples mortais também contam a nossa história, cada um ao seu modo, de um ângulo diferente e com um flash único, exclusivo e inédito.

O escritor Jorge Amado e o presidente José Sarney na Academia Brasileira de Letras, retratados por Gervásio Baptista

O escritor Jorge Amado e o presidente José Sarney na Academia Brasileira de Letras, retratados por Gervásio Baptista

Afinal, jamais será possível reviver um mesmo momento mais que uma vez, ainda que tivéssemos milhões de fotos simultâneas, de uma mesma situação, nenhuma seria igual à outra. Viva a liberdade de expressão! Viva a fotografia! Viva os fotógrafos do Brasil! 

“Fotografia é assim… poesia composta de luz, momentos e sentimentos. Fotografar é acima da arte de escrever imagens com luz. É eternizar momentos, sorrisos e lágrimas, maneira de expressar o que se vê ou sente. ” (Vinícius Aguiar – Fotógrafo)

São Luís, 07 de abril de 2019.

Revisado em 02 de janeiro de 2021.

José Carlos Castro Sanches

É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense.

Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras – ALPL

Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, A Vida é um Sopro, Gotas de Esperança e outro dez livros inéditos.

Visite o site: falasanches.com e a página Fala, Sanches (Facebook) e conheça o nosso trabalho como escritor, cronista e poeta.

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NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS07.04.2019. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual amparado pela lei nº 9.610/98 que confere ao autor Direitos patrimoniais e morais da sua obra.

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