Por José Carlos Castro Sanches
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Uma senhora idosa estacionou o seu carro no estacionamento de uma farmácia. Comprou os remédios prescritos pelo geriatra. Deprimida pelo que o tempo havia feito com o seu corpo e memória retornou ao estacionamento ligou o carro, quando inesperadamente surgiu um garoto apresentando-se com flanelinha. Ela recolheu as moedas da bolsa, baixou o vidro do carro e as entregou para o insistente vigia de coisa nenhuma. Ao receber as moedas o menino estressado jogou-as fora, espalhando-as no chão, baixou o calção enfiou o dedo no “símbolo do cobre” e passou na boca da velha senhora. Desesperada foi para casa lavou e higienizou a boca inúmeras vezes, mas não conseguia tirar o gosto de “merda”, tampouco o “cheiro” que parecia ter-se impregnado na sua alma.

O gasto com material de higiene, exames médicos, as preocupações com as doenças que poderia herdar do garoto, além do dissabor da lembrança e raiva do desgraçado do menino que lhe havia importunado.

A velha até hoje consome seus pensamentos e se arrepende de ter dado as moedas para o ingrato menino. Ao tempo em que sua história toma projeção, agora escrita, sem contar das risadas que provoca sempre que alguém as conta. Enquanto ela se lamenta, outros riem e galhofam. O garoto continua crescendo, ainda de calção vigiando carro no estacionamento à espera de novas moedas, com o dedo afiado… A vida é bela! Tudo vira piada engraçada.

Moral da história: Nunca baixe o vidro do carro para um desconhecido, ainda que seja menino, você não sabe onde ele meterá o dedo mágico, tampouco o uso que poderá fazer dele.

São Luís, 17 de julho de 2024.
José Carlos Castro Sanches. É Consultor de SSMA da Business Partners Serviços Empresariais – BPSE. Químico, professor, escritor, cronista, contista, trovador e poeta maranhense. Membro Efetivo do PEN Clube do Brasil, da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Rosariense de Letras Artes e Ciências, da Academia Maranhense de Ciências e Belas Artes, da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão, da Federação das Academias de Letras do Maranhão, da União Brasileira de Escritores, da Associação Maranhense de Escritores Independentes. Membro correspondente da Academia Arariense de Letras Artes e Academia Vianense de Letras. Tem a literatura como hobby. Para Sanches, escrever é um ato de liberdade.

Autor dos livros: Tríade Sancheana – Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; Trilogia da Vida: No Fluir das Horas, Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro!; Pérolas da Jujuba com o Vovô, Pétalas ao Vento, Borboletas & Colibris (em parceria); Das coisas que vivi na serra gaúcha, Me Leva na mala e Divagando na Fantasia em Orlando. Participa de antologias brasileiras.

NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS17.07.2024. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.