Por José Carlos Castro Sanches

“O primeiro dos bens, depois da saúde é a paz interior. ” (François de La Rochefoucauld)
Eu vivia com pressa à procura da perfeição. A demora me fez perceber que não valia a pena sofrer por antecipação. Era mais proveitoso curtir a espera e manter a esperança. Decidi aproveitar o tempo, ouvir o canto dos pássaros, sentir o vento, cheirar as flores nos jardins floridos e degustar do melhor mel. Eu começava a viver a intensidade dos meus dias belos, alegres, ensolarados e festivos. Enquanto o mundo se esvaia em perdas; o soluço dos familiares aos prantos diante das mortes trágicas dos entes queridos, a pandemia se alastrava, o vírus se modificava sofria mutações satânicas para destruir a humanidade e a tristeza afogava a alegria com lágrimas e sofrimento.

Quando tudo parecia perdido e sem solução. Chegou diante de mim um homem barbudo, de idade avançada, de altura mediana, cor bronzeada pelo sol ardente da Ilha Rebelde, olhos castanhos, cabelos brancos sobre os ombros, caminhando lento, calça desgastada dobrada acima do joelho, chapéu de palha corroído pelo tempo, sandálias de couro cru e pés sujos de areia, camisa de tecido simples com as mangas compridas enroladas à meio braço, no ombro esquerdo um cofo de palha pendurado em uma vara de madeira de estimado, metro e meio de comprimento e, na mão direita junto ao cajado, o livro sagrado seguro a mão forte, como se fosse o único objeto de valor, referência de vida e o seu talismã protetor.
Aquele homem de grande sabedoria perguntou-me:
– O que procuras?
– Disse-lhe: saúde e paz!
– Ele respondeu com outra pergunta: onde pensas encontra-las?
– Respondi: não sei essa é a minha grande dúvida.
– Ele continuou: a paz está dentro de você, sobre o seu domínio ninguém poderá trazê-la, só você será capaz de viabilizá-la por meio dos seus atos. E a saúde é uma conquista baseada nos seus hábitos e dos seus ancestrais, portanto, não deve desesperar-se ou viver a pensar nela. É melhor aproveitar cada segundo, fazendo o que te faz bem e vivendo o presente. Invista na alimentação saudável e balanceada; distancie-se do álcool e drogas; pratique exercícios físicos; beba água suficiente para liberar as toxinas do corpo; fuja do estresse e mantenha a mente equilibrada. Prevenir é melhor do que remediar, não se compra saúde nas farmácias e hospitais. O futuro a ele pertence, cuide-se sem tornar-se escravo do medo e da doença.

“O maior erro que um homem pode cometer é sacrificar a saúde a qualquer outra vantagem. ” (Arthur Schopenhauer)
– Finalizou dizendo: não se esqueça do amor. A maioria dos conflitos do mundo ocorrem porque as pessoas pensam diferentes umas das outras. Siga o caminho do amor, esse é o caminho que leva à paz e à felicidade. O grande caminho é o amor, e a maneira de cultivá-lo é através da compreensão.
Com passos lentos e firmes o peregrino andarilho seguiu seu destino e eu fiquei perplexo ao observar que ele não se apegava aos bens materiais, móveis, casas, carros… sequer usava um celular para se comunicar e perder tempo com inutilidades da internet, que desvaiam o foco das coisas que realmente importam. Não sei se ele tem uma família para zelar ou ser acolhido, apegava-se ao cofo de palha, à roupa do corpo e vive aparentemente feliz, compartilhando lições de vida e salpicando o amor e a esperança pelos caminhos trilhados. Esse é o segredo da felicidade que tanto buscamos: Viver com simplicidade!
“Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida por seus amigos. ” (João 15:13)
São Luís, 17 de maio de 2021.
José Carlos Castro Sanches É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense Membro Efetivo da Academia Ludovicense de Letras – ALPL

Autor dos Livros da Tríade Sancheana: Colheita Peregrina, Tenho Pressa e A Jangada Passou, e da Trilogia da Vida: No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever; Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro! Disponíveis na Livraria AMEI do São Luís Shopping ou através do acesso à loja online www.ameilivraria.com.
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