Por José Carlos Castro Sanches
Site: www.falasanches.com
Eu chegava atrasado para uma reunião na Academia de Letras. Ao abrir a porta, fui recebido por um silêncio constrangedor. Meus colegas escritores e poetas me olhavam com uma mistura de surpresa e desaprovação. Eu sabia que havia chegado tarde, mas não imaginava que meu atraso fosse causar tanto alvoroço.

Foi então que vi ela, parada ao lado do presidente da Academia, com um sorriso nos lábios e um brilho nos olhos. Ela, a mulher que eu amava, a mulher que eu considerava minha musa, minha inspiração. E ali, naquele momento, ela me traiu com um beijo.

Não foi um beijo qualquer, foi um beijo que selou minha traição, um beijo que me fez sentir como se tivesse sido esfaqueado pelas costas. Eu senti como se o chão tivesse sido arrancado debaixo dos meus pés, como se o mundo tivesse sido virado de cabeça para baixo.

Eu não pude dizer nada, não pude fazer nada. Eu apenas fiquei ali, parado, assistindo à traição que se desenrolava diante dos meus olhos. E quando o beijo terminou, eu me virei e saí da sala, deixando para trás a minha dignidade, a minha autoestima e a minha fé na humanidade.

O beijo da traição é um beijo que não pode ser esquecido, é um beijo que deixa marcas profundas na alma. É um beijo que nos faz questionar tudo o que pensávamos saber sobre as pessoas e sobre o amor. E é um beijo que nos faz lembrar que, no fim das contas, somos todos vulneráveis à traição e ao desamor.

São Luís, 02 de fevereiro de 2025.
José Carlos Castro Sanches. É Consultor de SSMA da Business Partners Serviços Empresariais – BPSE. Químico, professor, escritor, cronista, contista, trovador e poeta maranhense. Membro Efetivo do PEN Clube do Brasil, da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Literária do Maranhão, da Academia Maranhense de Ciências e Belas Artes, da Academia Rosariense de Letras Artes e Ciências, da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão, da Federação das Academias de Letras do Maranhão, da União Brasileira de Escritores, da Associação Maranhense de Escritores Independentes. Membro correspondente da Academia Arariense de Letras, Artes e Ciências, da Academia Vianense de Letras e da Academia de Ciências, Letras e Artes de Presidente Vargas. Tem a literatura como hobby. Para Sanches, escrever é um ato de amor e liberdade.

Autor dos livros: Tríade Sancheana: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; Trilogia da Vida: No Fluir das Horas, Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro!; Pérolas da Jujuba com o Vovô, Pétalas ao Vento, Borboletas & Colibris (em parceria); Das Coisas que Vivi na Serra Gaúcha, Me Leva na Mala, Divagando na Fantasia em Orlando e O Voo da Poesia. Coautoria em diversas antologias brasileiras.

NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS02.02.2025. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.


