“O povo toma o pileque de ilusão com futebol e carnaval. São estas as duas fontes de sonho ” Carlos Drummond de Andrade
O pobre ali só serve para empurrar alegoria, bater tambor e ser açoitado pelos organizadores. A felicidade dura um desfile da escola de samba. Depois da fantasia, tudo volta à normalidade, a realidade dura e crua dos ônibus lotados, vida nos subúrbios ou favelas, luta pela sobrevivência, fome, filas dos hospitais do SUS, desemprego, submissão e sofrimento. No carnaval alegoria de pobre dura pouco.
Enquanto isso os bicheiros, políticos, artistas, fabricantes de cervejas, empresários e patrocinadores, isolados nas áreas VIP vivem na fartura sorrindo dos miseráveis que alimentam as suas benesses e orgias. O carnaval é o ópio do povo!
“O carnaval, o futebol e as festas são para os governantes a honra e a perpetuação no poder. Para o povo: engodo da servidão e instrumento da tirania cujo preço é a supressão do direito a uma vida digna e, portanto, a falta da cidadania” Gomes Lacerda
Com enredos comprados para homenagear pessoas, cidades ou temas de interesses ocultos e suspeitos, parcerias com troca de favores, o carnaval é um mega negócio para aqueles que usufruem do lucro fácil.
O custo da montagem de um desfile na Marquês de Sapucaí deve ultrapassar a R$ 10 milhões. A origem do financiamento do carnaval das escolas de samba das diversas agremiações sempre foi um assunto delicado. O espetáculo é competitivo e contagiante subsidiado em parte pelo dinheiro público e outro de origem duvidosa.
Gostaria de ver uma escola de samba homenagear Jesus Cristo em vez de exaltar o “diabo” como fez a Gaviões da Fiel no último desfile das escolas de samba em São Paulo. A agremiação levou para a avenida um enredo com cenas polêmicas que gerou revolta em muitas pessoas.
Com o enredo “A saliva do Santo e o Veneno da Serpente”, e uma comissão de frente controversa, que apresentava uma batalha entre Jesus Cristo e o diabo. Na batalha carnavalesca, satanás venceu a Jesus e o arrastou pelo chão, numa afronta à fé cristã. No brasil tudo acaba em samba e carnaval.
Os criadores do enredo da Gaviões da Fiel, esqueceram que DEUS é soberano e nunca será vencido pelo diabo. Devem ao povo brasileiro uma retratação por tamanha heresia.
“Maior é o que está em vós (Jesus) do que o que está no mundo (o diabo) ” 1 João 4:4
A Escola de Samba Mangueira do Rio de Janeiro, não ficou para trás, em vez de enaltecer a pátria amada, fortalecer a “Ordem e o Progresso” e as cores verde, amarelo, azul e branco da nossa bandeira, preferiu depreciar o símbolo nacional com as cores verde, rosa e branco. Num flagrante desrespeito ao símbolo nacional.
Talvez pela falta de lucidez e busca incansável da vitória os mangueirenses tenham esquecido que a esfera azul de nossa bandeira representa nosso céu estrelado, ao centro com a frase “Ordem e Progresso”. As 27 estrelas, representam os 26 estados e o Distrito Federal. O losango amarelo ao centro representa o ouro e o retângulo verde, representa nossas matas e florestas. E que a bandeira da mangueira neste carnaval representou um retrocesso da visão cívica de um povo que precisa retomar a noção de patriotismo e civilidade.
Como disse João Gilberto na Aquarela do Brasil: “… Brasil, samba que dá; Bamboleio que faz gingar; O brasil do meu amor; Terra do Nosso Senhor… É o meu Brasil Brasileiro; Terra de samba e pandeiro.
Onde estão os líderes das igrejas católicas e evangélicas do nosso país? Por que não se manifestaram? Será que a religião também se curvou ao carnaval? ou estaria certo Horlando Halergia ao declarar que: “O carnaval não é invenção do diabo, como dizem algumas religiões. Talvez seja invenção de algumas religiões, como dizem os carnavalescos. ”
“Se os homens são assim tão maus apesar da ajuda da religião, como seriam eles sem ela? Benjamin Franklin