Por José Carlos Castro Sanches
Site: www.falasanches.com

“Pode-se dizer, sem receio de erro, que a utopia é consubstancial à condição humana. Ninguém realiza sem sonhar.” (Josué Montello)
Neste 21 de agosto de 2023, data em que completaria 106 anos de nascimento dedico esta crônica ao jornalista, professor, teatrólogo e escritor Josué Montello, autor de romances, novelas, peças teatrais e ensaios. Foi o quarto ocupante da Cadeira 29, da Academia Brasileira de Letras, patroneada por Martins Pena. Eleito em 4 de novembro de 1954, na sucessão de Cláudio de Sousa. Presidiu a ABL em 1994 e 1995, também ocupou a cadeira 31 da Academia Maranhense de Letras, patroneada por Raimundo Lopes.
“Entre suas obras destacam-se Os tambores de São Luís, de 1965, a trilogia composta pelas novelas Duas vezes perdida, de 1966, e Glorinha, de 1977, e pelo romance Perto da meia-noite, de 1985. Suas obras foram traduzidas para o inglês, francês, espanhol e alemão e algumas de suas novelas foram roteirizadas para o cinema.”
Após as palestras ministradas pelo Prof. Saulo Barreto Lima Fernandes (UEMA) e pela professora Renata Ribeiro Lima (IFMA), intituladas respectivamente: “Trajetória e o fazer literário nos diários de Josué Montello” e, “A geografia simbólica em noite sobre Alcântara”, como parte da programação da XII Semana Montelliana, realizada na Casa de Cultura Josué Montello, perguntei à palestrante: “Qual o motivo de Josué Montello ter saído de São Luís para morar no Rio de Janeiro”, recebi da mediadora Wanda França, bibliotecária da CCJM, a seguinte resposta: “Ele queria estar entre os melhores; ter maior visibilidade, ampliar o networking; aprofundar os conhecimentos no centro da efervescência literária de outrora, capital da República do Brasil, porque entendia que estando próximo dos ícones da literatura brasileira ficaria mais fácil chegar à Academia Brasileira de Letras.”
No ensejo das comemorações do aniversário de nascimento do ilustre escritor, reflito sobre a importância de manter o foco e a determinação para atingirmos os objetivos almejados. Sabemos que a missão é árdua e o caminho é longo – se tivermos a visão embaçada pelo pessimismo – não prosperaremos, vale seguir o exemplo de otimismo de Josué Montello para atingirmos o pódio e comemorarmos a vitória com galhardia. Com otimismo e ação lograremos êxito na jornada.
Biblicamente, Josué foi o homem responsável por liderar o povo de Israel na conquista da terra prometida. Ele foi o sucessor de Moisés. “Moisés, solenemente, investiu honra e autoridade em Josué perante toda a congregação de Israel. Ele também impôs as mãos sobre ele e compartilhou o espírito de sabedoria.” (Deuteronômio 3:21-29).
Quando tudo parece fácil, a vida é um tédio. Você já experimentou ter tudo à sua disposição a qualquer momento? Faltará algo que nunca será preenchido naquele vazio que está dentro de você. O vácuo de alguma coisa que dinheiro, festa, viagem, amigo, churrasco, colchão, rede, foda… nunca irão ocupar. Todavia, existem pessoas insatisfeitas, descontentes que vivem a reclamar de tudo, para todos, em todo lugar, sempre. São os pessimistas inveterados, chatos de carteirinha, normalmente insuportáveis e detestáveis nas relações interpessoais, autossuficientes, egocêntricos – querem ser os únicos a merecerem os aplausos e os reconhecimentos, desprezam ou fingem desconhecer a todos que identificam como ameaça aos seus objetivos; às suas metas, intenções ou finalidades.
O que digo o incomoda? Excita-o ou deprime? Não importa o sentimento que possa ter se manifestado em você, cada pessoa terá algo que julga importante para dar sentido completo à sua vida, muitos se apegam aos bens, poucos às pessoas, alguns aos sonhos, realizações e vitórias, outros à utopia, a mentira, a falsidade e limitam-se diante dos pequenos obstáculos.
Qual seria o melhor remédio para os pessimistas?
- 3mg de cianeto diluído em um copo de leite de moça;
- Banho de sal grosso com ovos de pato diluídos em água de fossa;
- Um cardápio de alimentos indigestos à base de ratos e baratas;
- Suco de chorume extraído dos aterros sanitários;
- Vestes de folhas secas em meio ao fogo ardente;
- Dormir um sono profundo, e acordar na eternidade;
- Um ataúde macio para descansar tranquilo a sete palmos.
O que não poderia faltar no banquete dos otimistas?
- Sorriso, paz e felicidade;
- Amor, gratidão e louvor;
- Alegria, sossego e lazer;
- Empatia, simpatia e lealdade;
- Luz, brilho e fulgor;
- Ternura, afeto e prazer;
- Respeito, carinho e generosidade.
Qual seria a decoração da festa dos otimistas?
- Flores coloridas e perfumadas em jardins naturais;
- Vinhos das melhores safras premiados com ouro e prata;
- Músicas especiais harmonizadas e contagiantes;
- Pessoas capazes de perceber as belezas do universo;
- Espaço repleto de luz, brilho, bênçãos, doces e balões;
- O sol, a lua, as estrelas, o calor humano e a serenidade;
- Homens e mulheres honrados. “Vestidos de humildade.” (1 Pedro 5:5-7).
Josué, não tinha todas as respostas para os desafios diante dele. Mas ele foi aconselhado a seguir em frente, agindo com fé. Foi um homem viril, corajoso e forte, graças à sua docilidade à vontade divina; prudente em cada situação buscando sempre a sabedoria e a orientação do Senhor; sempre se manteve puro, sem se contaminar com coisas que não eram recomendadas por Deus, não alimentava pensamentos negativos. Como afirmou Dwight Eisenhower: “O mundo pertence aos otimistas: os pessimistas são meros espectadores.”
Julgo que os dois “Josués”, o filho de Num, homem da tribo de Efraim, neto de Amiúde e filho de Elisama e, o filho de Antônio Bernardo Montello e Mância de Sousa Montello. Se assemelhavam no otimismo e na ação, não por acaso conquistaram os seus objetivos, buscando motivos para serem felizes. Alinhados com o que disse Mario Quintana: “Viver é acalentar sonhos e esperanças, fazendo da fé a nossa inspiração maior. É buscar nas pequenas coisas, um grande motivo para ser feliz!”

São Luís, 21 de agosto de 2023.
José Carlos Castro Sanches É químico, professor, escritor, cronista, contista, trovador e poeta brasileiro. Membro Efetivo do PEN Clube do Brasil, da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Maranhense de Ciências e Belas Artes, da Academia Rosariense de Letras, Artes e Ciências, da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão, da União Brasileira de Escritores, da Associação Maranhense de Escritores Independentes. Membro Correspondente da Academia Arariense de Letras e Artes e da Academia Vianense de Letras.

Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; No Fluir das Horas, Gotas de Esperança, A Vida é um Sopro; Pérolas da Jujuba com o Vovô; Pétalas ao Vento e Borboletas & Colibris (em parceria com Pedro Neto).

NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS21.08.2023. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.
