Por José Carlos Castro Sanches

“A única maneira de se definir o limite do possível é ir além dele, para o impossível.” (Arthur C. Clarke)

No dia 17 de junho de 2022, tive a honra e o privilégio de participar da sessão em homenagem com lançamento do livro “José Sarney: O Homem e a Palavra” do ilustre acadêmico, advogado, escritor e político maranhense José Sarney. Não me deterei a descrever a biografia desse admirável homem: inteligente, bondoso, resiliente e polido, estas são as qualidades que mais admiro nele, além da extraordinária capacidade de comunicação e oratória. Sem dúvida ele é uma lenda viva.

Escutá-lo ainda que por poucos minutos é como adentrar em uma biblioteca disposto a absorver todo o conhecimento guardado a sete chaves nos livros da vida e ser surpreendido com algo além da genialidade. Quem sabe eu estivesse vis-à-vis com um homem iluminado que como uma estrela brilhará eternamente, à vista disso pude acreditar na imortalidade tão propalada pelos mortais. Estávamos diante de algo sublime e poderíamos pensar na supremacia da vida além da morte do corpo físico, perpetuando-se como espírito no espaço sideral entre galáxias e constelações infinitamente distantes e ao mesmo tempo tão próximas como o lendário José Sarney.

Durante minha permanência na Casa de Antônio Lobo, espaço da literatura, arte e cultura que acolhe com carinho a Academia Maranhense de Letras – AML, a qual almejo um dia congregar-me com os egrégios acadêmicos.

Ali éramos “todo ouvidos” para não perdermos uma palavra dita pelo homenageado. Eu observava a todos deliberadamente centrados como se estivéssemos diante do sol para dele absorver toda energia, luz e brilho em forma de palavra. Ele se dizia agradecido pela lembrança e presença de todos, dita como tardia pelo anfitrião Lourival Serejo, então Presidente da AML, enquanto o homenageado entendia como oportuna, no tempo e hora certa. Era sim um momento especial de congratulação, estávamos frente a frente com uma personalidade de extraordinário carisma e indiscutível reverência.

Certamente, a AML orgulhava-se pela honraria dada ao beletrista José Sarney. Como disse Machado de Assis: “A gratidão de quem recebe um benefício é sempre menor que o prazer daquele de quem o faz.” Ele que ingressou na referida academia aos 22 anos de idade e ocupa a Cadeira 22, patroneada por Humberto de Campos. Hoje decano, completa 70 anos de dedicação à literatura dentre outras contribuições relevantes.

Logo na chegada ao local do evento fui surpreendido pelo presente que recebi. Eram dois livros que os diletos escritores José Sarney e Eliézer Moreira Filho com o aval da academia decidiram presentear a todos que ali estavam. O primeiro “José Sarney: O Homem e a Palavra” e, o livro “Maranhão Novo Saga de uma Geração”. Os recebi com alegria e saberei usá-los para ampliar o meu conhecimento especialmente sobre a majestosa vida do intelectual, ex-presidente e único maranhense na atualidade a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras.

Que seja perene essa vontade de ir além do esperado e sirva-nos de exemplo para continuarmos as nossas missões, espelhando-nos em um grande vencedor e eminente escritor. Como disse Leonardo Boff: “As tarefas que nos propomos, devem conter exigências que pareçam ir além de nossas forças. Caso contrário, não descobrimos nosso poder, nem conhecemos nossas energias escondidas e assim deixamos de crescer.”. Sarney cresceu e se fez visível no mundo de invisíveis.

Indubitavelmente, estamos falando de um ser dotado de uma “aura – áurea”, de um homem abençoado que foi muito além do que se podia imaginar de um bebê nascido no interior do Maranhão que sequer tinha uma touca para proteger a cabeça contra o vento, provavelmente devido aos parcos recursos da família.

Ele era um predestinado! Determinado a vencer, transpôs barreiras, superou limites e tornou-se referência mundial naquilo que sabe fazer muito bem: cativar as pessoas mantendo a simplicidade de um homem do campo. Como citou durante a breve fala: “Talvez aquelas águas dos rios, lagos, a vegetação do campo, o vento, a casa modesta, a família humilde e feliz tenham me tornado o homem simples e sereno que sou. O que me fez pensar que Napoleon Hill tinha algo em comum com José Sarney quando disse: “Sou muito grato às adversidades que apareceram na minha vida, pois elas me ensinaram a tolerância, a simpatia, o autocontrole, a perseverança e outras qualidades que, sem essas adversidades, eu jamais conheceria.”

Eu sempre acreditei e propago a ideia de que se deve dar flores e reconhecer em vida, sem dúvida a excelente inciativa da AML em homenagear o notável José Ribamar Ferreira de Araújo Costa Sarney, reforça a premissa de Epicuro: “As pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo.” Parabéns, José Sarney! Você é mais que vencedor e inspiração para todos nós que o admiramos.

São Luís, 18 de junho de 2022.

José Carlos Castro Sanches

É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense. Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Rosariense de Letras, Artes e Ciências, da Academia de Letras, Artes e Cultura de Coroatá, da Associação Maranhense de Escritores Independentes, da União Brasileira de Escritores e do PEN Clube do Brasil.

Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, A Vida é um Sopro, Gotas de Esperança, Pérolas da Jujuba com o Vovô e catorze livros inéditos. Visite o site falasanches.com e a página “Fala, Sanches” (Facebook) e conheça o nosso trabalho.

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NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS18.06.2022. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.