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Oferece a você a oportunidade de leitura e reflexão sobre textos repletos de exemplos, experiências e lições que irão transformar a sua vida.

INJÚRIA

Por José Carlos Castro Sanches

Site: www.falasanches.com

“Quando recebo uma injúria, preciso erguer a minha alma tão alto, que a ofensa não chegue até mim.” (René Descartes)

Conheço pessoas que se julgam superiores pelo simples fato de se acharem mais inteligentes ou letrados, entretanto são escravos da soberba e adotam posturas incoerentes com os bons costumes. Ofendem a todos que contrariam suas ideias e pensamentos, sentem-se donos da verdade e plenos conhecedores da realidade política que se estabeleceu em nosso país. Dizem-se defensores do Estado Democrático de Direito, com atitudes tendenciosas e parciais.

Demonstram desconhecer as regras de conduta que devem ser aplicadas nas relações familiares e sociais, em harmonia com os elevados fins da vida humana e com a cultura moral de nossos dias. São vilipendiadores conhecidos como propagadores de injúrias, embora não sejam capazes de perceber. Se acham grandes, mas são menores que um grão de mostarda. 

Apesar de serem minoria se vangloriam e abusam da linguagem de baixo calão para ofender os desafetos, parecem sofrer de uma arrogância egocêntrica sem limites. Não sei aonde aprenderam a arte do confronto e da provocação para com  veemência e insensibilidade destruírem os pilares da aliança que deveria sustentar a relação de amizade e companheirismo entre indivíduos sensatos. O problema é que o ofensores devido ao elevado pedantismo, senso crítico e ignorância perdem a sensibilidade humana e agem com base nas suas convicções sem respeitar as opiniões contrárias como disse George Sand:  “A calúnia e a injúria são armas da ignorância.”

A injúria é o ato de ofender a honra e a dignidade de determinada pessoa, mediante o proferimento de um xingamento ou da atribuição de uma qualidade negativa à vítima, seja verbalmente, por escrito ou fisicamente. O ofensor quase sempre atua para denegrir a imagem do outro não mede palavras com o propósito de ofender a honra e a dignidade, o faz com prazer. Como citam os textos Judaicos: “Quem faz uma injúria e a repete, começa a crer ser isto permitido.”

Provoca a minha indignação o desequilíbrio entre os posicionamentos a depender de quem emite determinada opinião configurando claramente uma ação corporativista em que um pensamento comum segue um método padrão ordenado e não admite contrapontos, eles agem em bando quando se sentem ameaçados e não poupam os inimigos virtuais de palavras ofensivas e depreciativas.

Percebo que a honra e a dignidade das pessoas estão atreladas ao círculo vicioso que os rodeia, os bons são aqueles que apoiam suas ideologias, estes devem ser aplaudidos e respeitados; os maus são todos os demais que não coadunam com os pensamentos daquele grupo e devem ser ofendidos, sacrificados, presos e até mortos, por que não?

Vejo aqueles que outrora julgavam-nos como antidemocráticos por usarmos a camisa verde e amarelo em defesa da nossa pátria, agora prendendo crianças, idosos e inocentes sem direito a defesa. O que dizer desses governantes que censuram, prendem e torturam pelo simples prazer do revanchismo?

“Compara-se muitas vezes a crueldade do homem à das feras, mas isso é injuriar estas últimas.” (Fiódor Dostoiévski)

São os mesmos que abusaram dos meios de comunicação tendenciosos, difamaram os governantes de outrora, criavam narrativas e as repetiam à exaustão a fim de manipular os leigos e inocentes induzindo-os ao erro, bem como, fortalecer as diferenças e criar fatos inverídicos para confundir a opinião pública.

Assim funciona a democracia deles. Da mesma forma que o rigor da lei só é aplicado aos adversários, as benesses são ofertadas unicamente para os companheiros de invasões, desvios de recursos públicos, apadrinhados, cumplices e aliados políticos. A luta é ferrenha para manter a porteira fechada, enquanto os saqueadores transitam livres e afanam o dinheiro dos cofres públicos em nome de uma ideologia.

“Há duas coisas a que temos de nos habituar, sob pena de acharmos a vida insuportável: são as injúrias do tempo e as injustiças dos homens.” (Sébastien-Roch Chamfort)

Estou convicto de que somos reféns de uma ideologia repressora, perversa e incapaz de conviver com a adversidade sem impor limites e censuras de forma agressiva e vil. Tenho o sentimento de que aquilo que julgam importante para eles como o respeito, a liberdade de expressão, a diversidade é apenas uma alegoria carnavalesca para encobrir a máscara que representa a própria face envergonhada pelas atitudes e comportamentos desagregadores de uma classe de pessoas que deveriam zelar pela harmonia e integração dos opostos que se completam. Todavia, agem de forma contraditória como afirma Jean-Jacques Rousseau: “As injúrias são as razões dos que não tem razão.”

Encerro balançando um lenço branco com a mão esquerda e com a mão direita apalpando o peito esquerdo simbolizando a paz e o amor recíproco que deverá reinar entre nós.

Que a sensibilidade humana, a essência da amizade, a gratidão e o respeito mútuo sejam os pilares de sustentação dos nossos anseios, sonhos e realizações; que a paz possa reinar entre os homens e mulheres que nos acolheram e acolhem tornando possível o nosso crescimento pessoal e profissional; que a sabedoria divina seja incorporada em nossas ações diárias e nos conceda a mansidão, afastando o egoísmo que destrói as relações afetuosas; que o amor transcenda o ódio e seja instrumento de transformação coletiva e bálsamo para as relações interpessoais; que as ideias não sejam fator de desarmonia e discórdia, contrariamente cultivem a semente da compreensão, do entendimento, da dúvida e do questionamento respeitoso sem enveredar para as ofensas e injurias que nada acrescentam senão discórdia, antipatia, hostilidade, animosidade, desarmonia, indisposição, ódio, rancor; guerra, briga, rixa, zanga, divisão, separação, antagonismo, malevolência, dissenso, dentre outros sinônimos como pregam os difamadores ou injuriadores.

Perceba que as palavras têm o poder de cativar e de destruir relacionamentos, conforme epígrafe de Chico Xavier: “Fico triste quando alguém me ofende, mas com certeza, eu ficaria mais triste se fosse eu o ofensor… Magoar alguém é terrível!”. Por outro lado devemos considerar a assertiva de Luc de Clapiers Vauvenargues , quando afirma: “Há injúrias que temos de ignorar para não comprometermos a nossa honra.”

Não devemos responder ofensa com ofensa. Encontre uma maneira de se defender sem se igualar ao teu ofensor, fazendo ele refletir e se arrepender da ofensa feita. O ofendido sempre será o mais forte, na medida em que ele não responde a ofensa com ofensa. “A ofensa é um fracasso pessoal diz mais sobre o caráter do ofensor do que do ofendido.”

“Quem tudo suporta em silêncio – calúnia, agressões, injúrias – conquista uma autoridade moral que faz calar os opositores e transforma aversão em admiração.” (Chico Xavier)

São Luís, 15 de janeiro de 2023

José Carlos Castro Sanches

É químico, professor, escritor, cronista, trovador e poeta maranhense. Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Atheniense de Letras, da Sociedade de Cultura Latina do Maranhão, da Associação Maranhense de Escritores Independentes, da União Brasileira de Escritores e do PEN Clube do Brasil.

Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, A Vida é um Sopro, Gotas de Esperança, Pérolas da Jujuba com o Vovô e Pétalas ao Vento.

Visite o site falasanches.com pelo Google ou Instagram e conheça o trabalho do autor.

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NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS15.01.2023. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.

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