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Oferece a você a oportunidade de leitura e reflexão sobre textos repletos de exemplos, experiências e lições que irão transformar a sua vida.

EXERCITANDO A HUMILDADE COM MANOEL AURELIANO NETO

Por José Carlos Castro Sanches

Manoel Aureliano Ferreira Neto é Membro Efetivo da Academia Maranhense de Letras – AML, ocupante da Cadeira 9, patroneada por Gonçalves Dias.

Eu visitava pela primeira vez o ilustre acadêmico na Virgílio Domingues, São Francisco. Solícito e agradável no trato, ao chegar ao apartamento já havia uma cadeira destinada ao visitante, antecipadamente preparada pelo anfitrião, que devido à pandemia seguia rigorosamente o protocolo requerido para a prevenção, ali então, nos sentíamos seguros usando máscaras e mantendo o distanciamento recomendado durante a conversa. Feita as honras da casa pelo educado e atencioso hospedeiro, seguimos confabulando sobre o objetivo daquele encontro especial.

O juiz de Direito e escritor Manoel Aureliano Neto, é bacharel em Direito, especialista em Direito Processual Civil e Direito Constitucional. Professor das Universidades Federal (UFMA) e Estadual do Maranhão (UEMA) e da Escola Superior da Magistratura do Estado do Maranhão, magistrado do Tribunal de Justiça do Maranhão. Publicou os livros: A aplicação dos princípios da proporcionalidade nas relações de consumo; Juizados Especiais Cíveis e o novo CPC; Crônicas e reflexões; Canções de uma vida e em coautoria “Contos de Imperatriz”.

Percebi que em cada visita tenho uma surpresa no que diz respeito às experiências compartilhadas e lições aprendidas, também descobri que a luta é renhida para galgar a honra de ocupar uma cadeira na Academia Maranhense de Letras – AML. É uma obstinada peregrinação que deve ser encarada como um momento ímpar de aprendizado e troca de conhecimentos. Ele na terceira tentativa, foi agraciado com a sua escolha para a academia, sucedendo o acadêmico José Maria Ramos Martins.

“Eu fui eleito com uma boa votação, o que quer dizer que houve uma boa acolhida por parte dos acadêmicos ao meu nome. Sinto-me bem, estou sendo muito bem recebido pelos confrades da Casa. É honroso ser eleito para a Academia Maranhense de Letras, sobretudo para uma pessoa com a minha história, que vem de uma origem humilde. Porque eu fui, antes de tudo, um gráfico. Exerci por muito tempo a função de linotipista, depois fui revisor, repórter, mas nunca deixei as letras e os estudos de lado. As letras eram o caminho que eu tinha que seguir. Ou eu seguia ou ficava no meio do caminho”. (Manoel Aureliano Neto)

Disse-me que a academia preza pelo convívio, é uma confraria – deixando de lado a vaidade. Num determinado momento da conversa quando falávamos de escolhas para academias, o cortês e reflexivo escritor citou o fato de não terem escolhido Mário Quintana para a ABL, como sendo uma injustiça, uma vez que alguns dos que não o elegeram, hoje sequer são lembrados, enquanto a obra de Quintana, considerado “o poeta das coisas simples” está presente em toda parte, a todo momento, por todo o mundo. Tentou por três vezes a academia e não obteve sucesso. Ao ser convidado a candidatar-se uma quarta vez, e mesmo com a promessa de unanimidade em torno de seu nome, o poeta recusou. Em 1980 recebeu o prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra.

Segui apresentando os meus livros publicados, no prelo e originais não publicados. Cuidadosamente retirados da mochila preta, inseparável companheira das minhas andanças literárias, nela guardo o que há de mais precioso, um tesouro, um diamante lapidado há anos que compartilho no site falasanches.com; Fala, Sanches (Facebook), outras mídias e livros, com o propósito de deixar o meu legado para a posteridade.

Devo dizer que o nobre escritor escutava atentamente a apresentação e por vezes, completava com alguma informação relevante ou pergunta sutil sobre algo significativo. Foram 45 minutos de bate-papo produtivo e amigável.

Ao concluir a rápida explanação sobre as minhas pretensões acadêmicas, biografia e bibliografia. Agradeci pela receptividade, atenção e generosidade, presenteei-lhe com o livro “A Jangada Passou”.

Por fim, ele esclareceu que não tem uma escolha definida para a vaga à qual me candidatara na AML e que iria julgar. Tiramos uma fotografia, nos despedimos, conduziu-me até a porta e, segui puxando a mochila sobre as rodas, no corredor estreito, elevador, passando pelo térreo, portaria, fui de encontro ao meu Fiesta prata, retornando para casa, onde a minha amada me esperava para darmos uma volta na praia. Na bela praia da litorânea, assim fizemos.

Passou mais um dia e sigo acreditando que não existe vitória sem luta, só vence quem joga. Aquele que tem propósito e busca com intensidade e determinação atingir seus objetivos e metas, saberá distinguir sonho de realidade e obterá como resultado a vitória, o pódio.

Com força, foco e fé sigo em frente! Sem esquecer da carta de agradecimento a cada um daqueles que humildemente me recebem com carinho e atenção em seu “lar doce lar”, lugar sagrado dos imortais da Academia Maranhense de Letras que tanto aspiro e um dia chegarei lá, para retribuir a gentileza que recebo no presente com os futuros aspirantes da Casa de Antônio Lobo. Que Deus seja louvado, assim seja a sua vontade!

“O saber a gente aprende com os mestres e os livros. A sabedoria se aprende é com a vida e com os humildes. ” (Cora Coralina)

São Luís, 21 de outubro de 2020

José Carlos Castro Sanches

É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense.

Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras – ALPL

Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, A Vida é um Sopro, Gotas de Esperança e outros nove livros inéditos.

Visite o site: falasanches.com e a página Fala, Sanches (Facebook) e conheça o nosso trabalho como escritor, cronista e poeta.

Adquira os Livros da Tríade Sancheana, composta pelos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa e A Jangada Passou, na Livraria AMEI do São Luís Shopping ou através do acesso à loja online www.ameilivraria.com.

NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS21.10.2020. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual amparado pela lei nº 9.610/98 que confere ao autor Direitos patrimoniais e morais da sua obra.

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