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Oferece a você a oportunidade de leitura e reflexão sobre textos repletos de exemplos, experiências e lições que irão transformar a sua vida.

DOIS DIAS DEDICADOS À MINHA MÃE ZAZÁ!

Por José Carlos Castro Sanches        

  

“Os filhos são para as mães as âncoras da sua vida .” (Sófocles)

Quanta felicidade! Amor de mãe não tem limite – é tamanho que transborda e contamina a todos que estiverem próximos, principalmente ao filho adulto que por um dia decidiu deixar tudo de lado e dedicar-se inteiramente a um passeio extraordinário pela cidade de São Luís do Maranhão com a mãe amada – digo de passagem não estávamos visitando apenas monumentos históricos, ruas, casarões, praças, museus ou observando tipos deferentes de azulejos nas fachadas dos casarões e casarios do centro histórico, ou contando buracos nas ruas da cidade patrimônio cultural da humanidade. Visitamos também os familiares, conversamos, comemos caranguejo no restaurante “Estrela D’alva” da praia do Calhau, passeamos pelo Parque do Rangedor, Blue Tree Hotel, Shopping Monumental, Biblioteca Pública Benedito Leite, Praça do Panteon, Gonçalves Dias, Odorico Mendes e João Lisboa, Academia Maranhense de Letras, dentre outras preciosidades da Ilha Magnética de Upaon-Açu.

“Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira. ” (Johan Goethe)

Tudo parece muito normal, mas não é! Hoje eu estava acompanhado por minha amada mãe Zanilde Castro Sanches. Na noite de ontem, ela chegou em nossa residência e entramos noite adentro, confabulando sobre assuntos da família até o início da madrugada. Disse a ela para dormir tranquila e acordar na hora que desejasse, assim ela fez, levantou às 9 horas da manhã.

Eu fiquei muito feliz ao perceber que acordara bem, alegre e revigorada. Logo disse a ela que iríamos passar o dia passeando, sem sequer saber para onde iríamos, o que importava naquele momento era poder retribuir um pouco do amor, carinho e atenção que recebi por toda a minha vida. O desjejum foi muito simples, café com leite, bolo de goma, tapioca e pão francês. Estávamos felizes pelo privilégio de estarmos juntos naquela manhã ensolarada em nosso doce-lar, com a pessoa que me permitiu chegar ao mundo. Durante o passeio ela parecia uma criança se lambuzando com sorvete, brincando com os netos e bisnetos, comendo caranguejo, curtindo ao nosso lado as belezas naturais da capital maranhense, o trânsito congestionado nas ruas estreitas, a avenida litorânea e as praias, com o filho primogênito que vos escreve e a nora Socorro Sanches.

“Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho. ”  (Mahatma Gandhi)

Num daqueles momentos de reflexão após o maravilhoso dia, por volta das 22:54h já cansado, resolvi colocar no papel um pouco da experiência única – o sono não me deixava avançar com a criatividade, fugia-me a inspiração, todavia, eu insistia em continuar porque o esforço era valioso; dizia respeito ao que há de mais precioso para um filho: sua mãe. Digo: Minha Mãe! A quem nestas quase seis décadas de convívio, poucas vezes dediquei um dia totalmente a ela, senão em condições de necessidade, doença, trabalho ou ao ser recebido em sua casa, na pacata cidade de Rosário do Maranhão, onde nasci.

“Ser mãe é assumir de Deus o dom da criação, da doação e do amor incondicional. Ser mãe é encarnar a divindade na Terra. ” (Barbosa Filho)

Vi em cada gesto, em cada palavra, e senti em cada abraço que trocamos: o calor maternal, carinho, amor transbordante, felicidade ilimitada e um brilho deslumbrante naquele olhar de criança indefesa, insegura, procurando o aconchego nos meus braços e o conforto nas palavras que fortaleciam a nossa eterna relação de dependência – que nesse caso, difere daquela que almejamos nas relações profissionais – onde buscamos a interdependência. Aqui, ao contrário, é a codependência que impera entre nós – eu dependo do amor de minha mãe, ela depende do amor dos filhos, e juntos resgatamos almas abatidas – que se fortalecem entre os fracos, e juntas tornam-se resistentes como diamantes, sólidas como a rocha da sabedoria divina, viçosas como os lírios do campo, perfumadas como as rosas dos jardins floridos, sonoras como os cantos dos sabiás, vibrantes como as ondas do “MARanhão”, assim, passei um dos dias mais felizes da vida ao lado da minha mãe. Mamãe Zazá. A quem amo profundamente, incondicionalmente, sempre!

“Saber encontrar a alegria na alegria dos outros, é o segredo da felicidade. ” (Georges Bernanos)

O sono me abateu e com os olhos cheios de lágrimas, o coração transbordando de alegria e contentamento pelo presente que recebi neste dia 18 de agosto de 2021, me debruço sobre o travesseiro para agradecer ao Soberano Deus, pela mulher virtuosa que Ele me concedeu para ser mãe. Meu tesouro de puro ouro… cansei, dormi, sonhei, acordei, agora é outro dia. Eu continuo a minha insana sanha que me arrebanha, banha, medita e sonha… enquanto as batidas leves do teclado são ouvidas algumas milhas distantes do meu recanto na solidão, escuridão e imensidão da noite que finda, ainda à espera de um novo alvorecer que traga a paz, a luz, o brilho, o encanto, o sorriso, o brio, a harmonia da família, o respeito, a tolerância, abundância e a confiança recíproca.

“ O segredo da felicidade é encontrar a nossa alegria na alegria dos outros. ” (Alexandro Herculano)

Bate o meu coração cadenciado e sonambulo, com o meu eu pensativo, cativo, sobre o gemido da desconfiança, do ciúme, do medo, da incerteza que nos proporciona a oportunidade ímpar para contrariar o mau com o bem, a tristeza com a alegria, o medo com a palavra de conforto, o sono com a pena sorrateira, cega e ingênua que não sabe o que pinta no papel – incólume e submisso que a tudo acolhe sem poder dizer “não” e sofre sem direito ao “perdão”.

Quem me dera os homens fossem capazes de pensar além de si, e dar aos outros o que desejam receber; fossem empáticos e sensíveis ao ponto de perceberem o sofrimento que causam a quem mais amam; mutilam a verdade com pensamentos vãs e destroem reputações com palavras vazias que destilam gotículas de veneno dispersas ao vento. Sem lenço, sem documento. Sem rumo, sem direção, tocam na sensibilidade e nas profundezas do coração.

“A nossa felicidade depende mais do que temos nas nossas cabeças, do que nos nossos bolsos. ” (Arthur Schopenhauer)

Oh, Vento! Leva o veneno para distante dos meus pensamentos, afasta os maus presságios; fortalece a mente dos insensatos, rompe as argolas da submissão, liberta os escravos, expurga os cravos; acolhe os pombinhos enamorados, deixe-os viver em paz, em harmonia, sintonia; um apoiando ao outro, dois corpos numa só carne, com paciência, liberdade, calma, equilíbrio, brandura e leveza d’alma, até descobrirem o significado de “Val da “Sarapalha”, enquanto o amor se espalha como fogo ardente em palha.

As metáforas se aglutinaram, beijaram, sopraram e choraram para tentar dizer o que não poderia ser dito com as palavras claras; desnudar os sofrimentos, as mágoas e as lágrimas que viajam pelas águas do imenso oceano da imaginação criativa de um homem que aprendeu a amar e esqueceu de orar. E de uma mulher virtuosa, serena, guerreira, amorosa e corajosa que busca a essência da vida plena, sem corrente, clausura e algema. Viva a vida! Viva a liberdade!

“Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente. ” (Érico Veríssimo)

São Luis, 18 de agosto de 2021.

José Carlos Castro Sanches

É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense

Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras, União Brasileira de Escritores e PEN Clube do Brasil

Visite o site falasanches.com e a página Fala, Sanches (Facebook) e conheça o nosso trabalho.

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NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS18.08.2021. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual amparado pela lei nº 9.610/98 que confere ao autor Direitos patrimoniais e morais da sua obra.

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