Delírio ou divagação
É raciocínio confuso
Pensamento desconexo
Fruto da imaginação
Hoje eu quero
Me prender
Na interrogação
Procurando entender
Porque não existe brilho
Na escuridão
Será verdade
Que ausente é o oposto de presente?
Loucura o oposto de sanidade?
Distância tem algo a ver com saudade?
E pensar: o que será?
Viajar na escuridão ou passear na luz?
Meditar, julgar e imaginar?
Em minutos ou anos-luz?
Simplificar, complicar ou flutuar?
O milagre é divino?
Ou o divino é o milagre?
Para quem está desolado
O divino é Deus
Ou o diabo?
De que lado você está?
Do céu ou das trevas?
Da luz ou escuridão?
Será que o amor é luz
E a paixão escuridão?
Ou amor é perdão
E paixão é ilusão?
A ilusão é falta de visão?
Ou visão distorcida
Da realidade?
Razão ou emoção?
Espoleta de espingarda
Ou bala de canhão?
A realidade: é real ou abstrata?
Cega ou visionária?
O ódio é veneno ou remédio?
Remédio é droga que cura ou maltrata?
A doença é fraqueza ou vício?
Martírio ou oportunidade para reflexão?
E a humildade é submissão ou precipício?
Ou grandeza e mansidão?
A gratidão é felicidade ou remorso?
Necessidade ou reconhecimento?
E a vida é um presente
Alegria e contentamento
Ou tristeza
E sofrimento?
E você está morto vivo
Ou vivo morto?
Rico ou mendigo?
É milagre ou assombração?
Amor ou ódio?
Realidade ou ilusão?
Remédio ou veneno?
Exclamação ou interrogação?
Benção ou castigo?
Luz ou escuridão?
José Carlos Castro Sanches
São Luís, 18 de setembro de 2019.