Por José Carlos Castro Sanches
“Não há solidão mais triste do que a do homem sem amizades. A falta de amigos faz com que o mundo pareça um deserto. ” (Francis Bacon)
Estou à procura de um amigo de verdade, daquele que permita o crescimento da amizade com o passar do tempo; que a distância fortaleça a afinidade e a afeição permaneça na eternidade.
Percebo que tenho sido mais cordial com os amigos do que eles comigo;
Que alguns amigos só me reconhecem quando posso ser útil ou fazer algo por eles;
Que a iniciativa para os encontros, geralmente parte de mim, raramente de um suposto amigo;
Que habitualmente eu os visito em suas residências, dificilmente recebo uma visita, senão quando os convido;
Que as lembranças dos aniversários; datas especiais e reconhecimentos partem de mim, eventualmente deles;
Que os convites para almoço, jantar, café, sempre são organizados por mim, que os recebo com carinho e atenção no meu “lar doce lar”, raríssimas vezes sou convidado;
Que as lembranças de Natal, Ano Novo, comumente sou eu quem dou, nada recebo;
Que os telefonemas quase sempre partem de mim para saudá-los ou apenas para conversar um pouco e dar-lhes um bom dia; poucos retribuem a gentileza;
Que as mensagens pelas redes sociais: WhatsApp, Facebook, Instagram, LinkedIn, e-mail e outras mídias, normalmente são endereçadas por mim, poucos sequer agradecem;
Que a desculpa para o distanciamento e ausência é frequentemente a mesma: pandemia;
Que a amizade verdadeira é coisa rara e precisa ser cultivada eu não tenho dúvida. A dúvida que persiste é se de verdade tenho amigos ou melhor, amigos de verdade.
“A amizade é uma predisposição recíproca que torna dois seres igualmente ciosos da felicidade um do outro. ” (Platão)
Apesar do desapontamento eu não quero perder a oportunidade de manter a proximidade com aqueles que persistem em dizer que são meus amigos, sem nada fazerem de concreto para nivelar a balança desequilibrada da “amizade”, que só pende para um lado. Talvez eu os tenha considerado amigos, primeiro, sem que estes assim me reconheçam. Aqui uma incógnita para a qual não tenho resposta imediata, quem sabe o tempo elucide a minha dúvida.
Da forma que se apresenta, a balança só pende para o lado: do interesse; da satisfação pessoal ou profissional; do desejo de parecer amigo; da utopia da amizade; da fantasia do relacionamento amigável e outras futilidades, sem valor, insignificantes em um mundo de pessoas individualistas, egoístas e narcisistas que reciprocamente teimam em dizer que são amigas, quando quase sempre são conhecidos, colegas, confrades, companheiros, parceiros, associados etc.
Muitas vezes me surpreendo com aqueles dos quais nada espero; porque não os tenho como amigos, mas agem com benevolência, solidariedade e empatia, diferentemente dos que se dizem amigos.
Que amigos são esses afinal? Serão meus amigos de verdade ou tenho apenas a ilusão de tê-los?
Estou disponível para amizades verdadeiras: não sou rico; não tenho dinheiro, nem posses; não ofereço empregos; não sou político, não tenho cargos a oferecer. Sou apenas um químico, professor, consultor, escritor, cronista e poeta sonhador. Assalariado, honesto, responsável, integro, ético, trabalhador, respeitoso, sincero e realista. Casado, pai de quatro filhos, quatro netos; com o coração transbordando de amor; feliz pelas conquistas dignas fruto do trabalho árduo; dedicado a cumprir minha missão com galhardia, fé e sabedoria. Apenas quero ser um amigo e desejo a sua amizade sincera.
Você se identificou com a abordagem do tema referenciado? Estou diante de um paradoxo ou da razão? Da utopia ou da realidade? Como vai a sua amizade?
“A glória da amizade não é a mão estendida, nem o sorriso carinhoso, nem mesmo a delícia da companhia. É a inspiração espiritual que vem quando você descobre que alguém acredita e confia em você. ” (Ralph Waldo Emerson)
São Luís, 30 de janeiro de 2022.
José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense. Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Rosariense de Letras, da Associação Maranhense de Escritores Independentes, da União Brasileira de Escritores e do PEN Clube do Brasil.
Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, A Vida é um Sopro, Gotas de Esperança, Pérolas da Jujuba com o Vovô e catorze livros inéditos. Visite o site falasanches.com e a página “Fala, Sanches” (Facebook) e conheça o nosso trabalho.
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NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS30.01.2022. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.