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Oferece a você a oportunidade de leitura e reflexão sobre textos repletos de exemplos, experiências e lições que irão transformar a sua vida.

CARPE DIEM!

Por José Carlos Castro Sanches

Site: www.falasanches.com

Extraído dos livros: “A Vida é um Sopro! pág. 18 a 23 e “No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, pág. 51 a 56 de minha autoria, disponível na Livraria AMEI do São Luís Shopping www.ameilivraria.com e Editora Filos https://filoseditora.com.br/?s=Sanches

“Carpe diem quam minimum credula postero. Aproveite o dia de hoje e nada espere do dia seguinte.” (Horácio)

Hoje escrevo do leito de um hospital. Vou compartilhar mais esta experiência com os meus leitores. Tudo é benção! Aprendi a valorizar mais a vida e agora mais do que nunca tenho a certeza de que a vida é um sopro por isso tenho pressa. Carpe diem!

Carpe diem é uma expressão em latim que significa “aproveite o dia de hoje e confie o mínimo possível no amanhã”. O termo foi escrito na Roma Antiga pelo poeta e filosofo romano Horácio Flaco (65 a.C.- 8 a.C.), no Livro I de “Odes”, em que aconselha a sua amiga Leucone na frase: “…carpe idem, quam minimum credula postero”.

Para o filósofo Horácio, a sabedoria consiste em saber aproveitar o presente, porque se sabe que a vida é breve.

“Carpe diem, quam minimum credula postero”, é um convite para se aproveitar o presente, usufruindo intensamente os momentos, sem pensar no que o futuro lhes reserva, sem se preocupar com o amanhã.

Numa sexta-feira, 22 de junho de 2018, depois de muita alegria, trabalho e estresse nos dias que antecederam a este fui surpreendido por um mal estar ao levantar da cama. Digo que estava alegre porque no dia 20 participei da apresentação de dissertação de mestrado da minha filha Rafaelle, no dia 21 nasceu Léo, o meu terceiro neto, filho de Danielle.

Amanheci o dia animado para visitar e conhecer o meu neto no hospital em seguida voltar para casa e assistir ao jogo do Brasil e Costa Rica, na primeira participação da seleção brasileira na copa do mundo da Rússia. Um desejo não realizado neste dia. 

Levantei cedo da cama e fui para o banheiro, escovar os dentes, tomar banho… e seguir em frente.

Tudo não passou de um anseio, enquanto ainda no banheiro perdi a noção do tempo e quando retomei os sentidos encontrava-me deitado, assustado, sem saber onde estava. Só depois percebi que estava deitado no chão do banheiro sem saber o motivo, a causa, o porquê?

Talvez a medicina possa esclarecer, senão permanecerá mais uma duvida em minha vida. O que esta SINCOPE quer me ensinar? Qual o aprendizado para a vida? O que posso compartilhar com outras pessoas sobre o meu aprendizado? 

No primeiro momento pensei que fosse um sonho, mas era realidade, estava eu ali deitado no chão molhado sem saber como fui parar naquele lugar. 

Em seguida o meu próximo destino foi o hospital São Domingos onde novamente na avaliação de triagem inicial tive outro mal estar passageiro. O enfermeiro assustado logo me encaminhou para a grande emergência onde passei por mais um susto quando os batimentos cardíacos passaram de 200 por minuto. Muita emoção, misturada com medo de médico e hospital. Ansiedade, estresse e tudo mais.

Os exames cardíacos, eletrocardiograma, Holter, tomografia do crânio, exames laboratoriais se sucederam sem identificar nenhuma anormalidade. Como não? Era a minha duvida.

Os médicos suspeitam que a SINCOPE ocorreu porque levantei bruscamente da cama e o fluxo sanguíneo ficou escasso no cérebro. 

Agora entendo porque tanto falo e escrevo sobre viver intensamente o PRESENTE e não deixar nada que possa fazer agora para depois. A vida é um sopro! 

Verdadeiramente não temos o domínio do nosso corpo e mente. Tive a certeza absoluta desta assertiva porque se tivesse sofrido uma fatalidade naquele momento que perdi o controle sobre o meu corpo, não deixaria pista alguma do que teria acontecido. Ficaria um enigma eterno sobre o que ocorreu para quem tivesse a curiosidade de desvendar o mistério. Se isso importasse para alguém.

Na verdade não houve dor ou sofrimento, nada senti senão a surpresa da ocorrência inesperada, após a retomada da minha consciência. Muito breve, julgo que durou poucos segundos. 

Depois avaliei com cuidado e percebi que o meu corpo já vinha dando alguns sinais de cansaço, e que deveria PARAR. Não dei importância para os sinais. Só agora entendi.

Simplesmente não sei o que ocorreu desde o momento que desmaie até a retomada da consciência foi um momento “FLASH” que certamente não terá registro em minha memoria. 

Onde estava naquele momento a minha tão aclamada consciência, o meu orgulho, a soberba, o conhecimento, a minha vida? O que me fez largar o corpo ao chão, desfalecido, sem controle da minha vida?

Por que voltei à normalidade após alguns segundos de silêncio, parada e solidão? Naquele banheiro iluminado que daquela posição, deitado ao chão, nunca antes o tinha visto. Uma paisagem desconhecida para os meus olhos e mente, por alguns segundos não sabia onde estava. Era sonho ou realidade?

Parece que nunca havia visto aquele lugar antes, as paredes, os vidros da divisória, o espelho, as lâmpadas, o forro tudo parecia novo e diferente. Como se fosse um sonho, mas era real. Um olhar diferente do mundo. Um ângulo diferente da vida! Deitado ao chão do banheiro a contemplar o desconhecido, experiência única que me fez repensar a importância e valorização da vida.

Só percebi que estava naquele recinto quando vi a luz do sol que penetrava através das frestas do basculante. Acho que era para me fazer lembrar que existe um DEUS supremo que faz brilhar as frestas, nos permite cair para levantar, nos mostra os ângulos diferentes, nos permite olhar do chão de baixo para cima aquilo que sempre esteve conosco e nunca havíamos percebido antes.

Levantei desnorteado com a pressão arterial um pouco alterada, os batimentos cardíacos acelerados e a vida restabelecida pela luz que brilha do alto. Demonstrando a soberania divina e a garantia da presença de um ser supremo que nos protege ainda que solitários caídos no chão de num banheiro. O lugar mais baixo que se poderia caiar para demonstrar de forma clara e inequívoca que nada valemos. A vida é um sopro, efêmera e fluida como o vento.

Se houvesse de ser o último dia da minha vida estaria eu ali sozinho, caído no chão, rendido diante da falta de consciência. Um flash de luz permitiu a retomada da consciência e vida.

Quem se julga forte, destemido, guerreiro deve usar todas essas bênçãos para viver intensamente o PRESENTE. 

A pergunta que me veio à mente após esta experiência foi: “Onde moram os fortes?” Tema de uma novela em exibição (à época) na TV Globo.

O que de verdade é a vida? Até onde temos controle sobre ela? Quem será capaz de restabelecer a luz e regatar a vida quando perdemos o domínio sobre ela? Qual será a nossa maior fortaleza? Onde estava a minha consciência? 

Os momentos de reflexão durante o sofrimento, doença no leito de um hospital de onde escrevo esta crônica. Agora tenho a convicção de que não valemos absolutamente nada diante das adversidades que a vida nos prega, o nosso corpo é volátil e a mente é dependente dele. 

Por isso digo que tenho pressa! E escrevo cada vez mais depressa para tentar recuperar o tempo perdido e deixar um legado para a posteridade com ensinamentos, exemplos de superação, dor, alegria, tristeza e lições de vida que poderão ser fonte de inspiração para os meus filhos, familiares, amigos, colegas e leitores. 

Por este motivo insisto em divulgar os meus aprendizados, exemplos de sucesso, fracassos, fortalezas e fragilidades. Sinto-me feliz por realizar esta proeza de compartilhar aprendizados liberando “flash de vida” para as pessoas que me cercam e para aquelas que ainda distantes apreciam e valorizam o meu trabalho. A elas dedico esta crônica. 

Neste momento decidi antecipar a publicação dos meus livros. Tenho todas as crônicas e artigos escritos, só basta organizá-las em seis livros como planejado. Em tudo dai graças! Nos momentos de fragilidade temos uma força interior revigorante que transforma sonhos em realidade em fração de segundos, basta acreditar e agir que tudo será realizado com sucesso. Assim será se Deus permitir. 

Diante deste fato entendi perfeitamente o que fica da nossa passagem neste mundo que parece ilimitado. O que fica: é o que fazemos de bem para os outros, o que multiplicamos de conhecimento, o que dividimos de amor e solidariedade e o que vivemos de maneira intensa com as pessoas que amamos. 

“Na vida há tempo para se arriscar e tempo para ser cauteloso, e um homem sensato sabe qual é a altura certa para cada uma destas coisas.” (Sociedade dos Poetas Mortos) 

Não adianta guardar bens e acumular riquezas. O que vale a pena é compartilhar amor com o próximo, ajudar a reduzir as diferenças entre as pessoas, se igualar, perdoar, ser humilde, nunca julgar-se superior a ninguém porque afinal somos todos mortais. A vida é um sopro! Carpe Diem!

Quando iniciei dizendo que não devemos deixar o que deve ser feito hoje para depois queria dizer que um dia antes deste episódio que ocorreu comigo nasceu o meu terceiro neto. Naquele dia estava muito ocupado com o trabalho e outros compromissos profissionais, trabalhei dia e noite e deixei para visitar Leozinho no dia seguinte. 

Exatamente o dia em que cai desacordado naquele banheiro. Se não tivesse voltado à consciência e a vida e aquele fosse o apagar da minha luz (vida) teria seguido sem conhecer o meu neto, porque priorizei o trabalho e deixei a visita para depois.

“Carpe Diem” quer dizer “colha a vida”. Colha o dia como se fosse um fruto maduro que amanhã estará podre. A vida não pode ser economizada para amanhã. Acontece “sempre no presente.” (Rubem Alves) 

Até agora não vi o meu neto. Estou neste leito de hospital, na incerteza do que ocorreu, torcendo para voltar à minha rotina e poder estar junto dos meus familiares e amigos. Nunca sabemos o que vai acontecer após o nosso instante PRESENTE. Portanto, só nos resta viver cada milésimo de segundo como se fosse o ultimo momento das nossas vidas. 

O suspiro do nascimento e a beleza da luz são tão rápidos quanto à surpresa inesperada, escura e fria que pode se apoderar da nossa vida e lançar o nosso corpo no chão de um banheiro, literalmente o lugar que menos se espera deitar. A vida é um sopro! Carpe Diem!

Por tudo isso tenho pressa para sair deste hospital. O hospital é um lugar pouco atrativo para quem gosta de liberdade e trabalho. No leito estamos fisicamente presos. 

O bom é que a mente às vezes ainda pode manter livre a nossa inspiração e capacidade de pensar. Aproveito esta passagem “estadia” para refletir sobre a vida e compartilhar mais um aprendizado. 

Descobri que existe a “LEI DE UM MINUTO E MEIO” cientificamente comprovada. “AO ACORDAR DE REPENTE” para fazer as necessidades fisiológicas normalmente, ouvimos dizer que alguém “ESTAVA BEM DE SAÚDE E MORREU DE REPENTE DURANTE A NOITE SEM MOTIVO”. O motivo mais provável é que quando essa pessoa acordou para ir ao banheiro, ela levantou-se da cama com muita pressa, neste momento, o cérebro precisa de fluxo sanguíneo maior, causando um estado de desmaio.

Aprendi que a “LEI DO UM MINUTO E MEIO PODE SALVAR VIDAS”. Quando acordar “DEVO FICAR DEITADO POR 30 SEGUNDOS”, depois “SENTAR NA CAMA POR MAIS 30 SEGUNDOS” abaixar as pernas calmamente e “ SENTAR NA EXTREMIDADE DA CAMA POR MAIS 30 SEGUNDOS” e só depois levantar-me. 

“Carpe Diem. Aproveite o dia, viva o agora, esqueça o que passou e o que irá passar. A vida é agora!” (Douglas Hipólito). Leia o artigo: DESCOBRI QUE TENHO MEDO…que completa o relato desta crônica. Disponível nesta página FALA, SANCHES com data de 05 de julho de 2018.

São Luís, 23 de junho de 2018.

José Carlos Castro Sanches

É Químico, professor, escritor, cronista, contista, trovador e poeta maranhense. Membro Efetivo do PEN Clube do Brasil, da Academia Luminense de Letras – ALPL; da Academia Maranhense de Trovas – AMT, da Academia Atheniense de Letras e Artes – ATHEART, da Academia Rosariense de Letras, Artes e Ciências – ARLAC; da Academia de Letras, Artes e Cultura de Coroatá – ALAC, Sócio correspondente da Academia Arariense de Letras, Artes e Ciência – ALAC, Membro da União Brasileira de Escritores – UBE e da Associação Maranhense de Escritores Independentes – AMEI. Tem a literatura como hobby.

    Detentor da Comenda de Mérito Literário Gonçalves Dias, em reconhecimento pela defesa, promoção e valorização da Cultura Brasileira e Título Honorífico de Grande Honra de Defensor Perpétuo do Patrimônio Histórico e Cultural Brasileiro, títulos concedidos pela Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes – FEBACLA.

       Livros Publicados: Tríade Sancheana: Colheita Peregrina; Tenho Pressa e A Jangada Passou; Trilogia da Vida: No Fluir das Horas; Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro!; Pérolas da Jujuba com o Vovô e Pétalas ao Vento. E outros 20 (vinte) livros inéditos.

Visite o site falasanches.com e a página “Fala, Sanches” (Facebook) e conheça o nosso trabalho.

Adquira os Livros da Tríade Sancheana: Colheita Peregrina, Tenho Pressa e A Jangada Passou; No Fluir das Horas, Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro!; Pérolas da Jujuba com o Vovô e Pétalas ao Vento na Livraria AMEI do São Luís Shopping ou através do acesso à loja on-line www.ameilivraria.com; os livros da Trilogia da Vida: No Fluir das Horas, Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro!, também poderão ser adquiridos no site da Editora Filos: https://filoseditora.com.br/?s=Sanches

NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS23.06.2018. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.

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