1236657.1677ed0.a1d49e5be45046c98447636dfa3d9e34
Oferece a você a oportunidade de leitura e reflexão sobre textos repletos de exemplos, experiências e lições que irão transformar a sua vida.

CAPÍTULOS DA SÉRIE VIAGEM À NOVA JERUSALÉM

– Artigos escritos durante viagem de ônibus de São Luís – MA à Nova Jerusalém – PE rumo à Paixão de Cristo.

A cada semana estarei divulgando novos capítulos até a conclusão desta série de 15 capítulos. 

TERCEIRO CAPÍTULO:

A VIA CRUCIS EM NOVA JERUSALÉM

“Eu sou O CAMINHO. A VERDADE e A VIDA, ninguém vem ao PAI senão por mim.” (Jesus, a verdadeira Páscoa) 

A Via Crucis (do latim Via Crucis, que significa “Caminho da Cruz”) corresponde ao trajeto que foi percorrido por Jesus carregando a cruz desde Pretório de Pôncio Pilatos até ao Monte Calvário.

“A Paixão de Cristo foi uma explosão de amor pela Humanidade.” (Juahrez Alves) 

A nossa paixão era enorme, transitávamos pelas estradas do Maranhão, cruzando o Piaui rumo a Pernambuco no ônibus da SLZ, junto com uma comitiva de viajantes neste Brasil que parece infinito em seu território exuberante de beleza inigualável. O nosso propósito parecia seguir o divino. 

Enfim chegamos ao teatro de Nova Jerusalém no sertão pernambucano para assistir à Paixão de Cristo. Um espetáculo de rara beleza e naturalidade.

A Paixão de Cristo de Nova Jerusalém é considerada um dos maiores eventos religiosos do Brasil. É uma peça teatral brasileira feita por Plínio Pacheco em 1956, baseada na Paixão sendo celebrada todos os anos durante a Semana Santa, em Brejo da Madre de Deus. A peça é encenada tradicionalmente ao ar livre e celebra os últimos passos de Jesus na Terra, e já reuniu mais de 2,5 milhões de pessoas.

Todos os anos, durante a tradicional Semana Santa, que marca a morte e a ressurreição de Cristo, milhares de turistas acompanham o espetáculo.

O exercício da Paixão de Cristo, muito usual no tempo da Quaresma, teve origem na época das Cruzadas (do século XI ao século XIII): os fiéis que, então, percorriam, na Terra Santa, os lugares sagrados da Paixão de Cristo, quiseram reproduzir, no Ocidente, a peregrinação feita ao longo da Via Dolorosa em Jerusalém. 

O número de estações, passos ou etapas dessa caminhada foi sendo definido paulatinamente, chegando à forma atual, de catorze estações, no século XVI. O exercício da via-sacra tem sido muito recomendado pelos Sumos Pontífices da Igreja Católica, pois proporciona uma frutuosa meditação da paixão e morte de Jesus Cristo.

Quando associado à Via Crucis, Jesus é especialmente venerado sob o nome de Nosso Senhor dos Passos.

As meditações da Via Sacra são baseadas nas tradicionais catorze estações em que se apresentam as cenas da Paixão de Cristo acompanhada dos Seus seguidores e devotos.
.
Nas catorze estações: Jesus é condenado à morte; Carrega a cruz às costas; Cai pela primeira vez; Encontra a Sua Mãe; Recebe a ajuda de Simão de Cirene; Verónica limpa a face de Jesus; Jesus cai pela segunda vez; Encontra as mulheres de Jerusalém; Cai pela terceira vez; É despojado de Suas vestes; É pregado na cruz; Morre na cruz; É descido da cruz; É sepultado.”

O Papa João Paulo II sugeriu que fosse criada a décima-quinta estação na Via Sacra para recordar “A ressurreição de Jesus Cristo”, assim ocorreu em Nova Jerusalém – PE.

As estações pareciam se multiplicar naquele tempo chuvoso, de gente penitente, infiéis, abençoados, ateus e cristão todos juntos e misturados numa multidão que seguia uma procissão ambulante, enlameada, encoberta por capas, guardas chuva e sombrinhas que pareciam esconder os pecados e blindar os desafortunados pecadores que se faziam penitentes para fingirem sofrer com a morte daquele homem que se fez DEUS para nos salvar.

Seguimos amargurados, alegres, tristes, solitários, egoístas, esperançosos e carentes de fé para o calvário imaginativo numa caminhada reflexiva seguindo a via crucis.

O soberano DEUS nos dá tantas oportunidades para experimentarmos e vivermos momentos especiais. Devemos viver intensamente cada momento. Assim eu fiz!

Aproveitei para viver aquele momento único seguindo a saga sagrada e tentando me encontrar comigo mesmo naquele desconfortável e magistral teatro de bênçãos. Cada passo era uma benção e cada respingo da chuva uma esperança. 

Sonhos, fantasias, passos firmes no chão escorregadio, hora sobre pedras outras no barro molhado, pouca luz, escuridão, paz e alegria no coração. A mente e o corpo fluíam na mesma vibração. 

DEUS é fiel! Ele transforma joio em trigo. Dá aos ignorantes a sabedoria.

A cada dia estou mais convicto de que o calvário que cultivamos é uma ficção porque a realidade vivida por JESUS CRISTO é insuperável em dimensão e impossível de ser representada numa peça de teatro por mais perfeita que pareça ser. 

Estamos aqui para a peregrinação da Paixão de Cristo em Nova Jerusalém. 

Tudo se passou em aproximadamente 3 horas de espetáculo, debaixo de uma chuva intensa e movimento contínuo de uma grande multidão que não se deixou impedir pela chuva, lama e a peregrinação entre cada estação.

“Forte é aquele que não desiste dos seus sonhos, mesmo com tantas dificuldades no caminho.” (Vitor Sousa) e “Se você encontrar um caminho sem obstáculos, ele provavelmente não leva a lugar nenhum.” (Frank Clark)

Adultos, crianças, idosos, deficientes físicos, cadeirantes, todos estavam no mesmo barco. Atentos aos movimentos e participando da via crucis intensamente revivendo o sofrimento de Jesus Cristo no calvário.

“Ele foi ferido por nossas transgressões, esmagado por nossos pecados. Pelas suas feridas fomos curados.” (Isaías, 53-700 AC, texto de abertura) – Paixão de Cristo

Cada um ao seu jeito: alguns descalços, outros calçados, de sapatos, sandálias, vestidos de roupas longas ou curtas, alegres ou tristes, fortes ou fracos, doentes ou saudáveis. Tudo era movimento, luz, fé, amor e esperança naquela festa de DEUS.

“Não há nada de tão belo como aproximarmo-nos da Divindade e espalhar os seus raios pela raça humana.” (Ludwig van Beethoven)

Infinitas reflexões passavam na minha cabeça enquanto andava na lama, sob chuva intensa, naquela multidão faminta de DEUS.

“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: E, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado para sempre, à margem de nós mesmos.” (Fernando Teixeira de Andrade)

Muitos egoístas com os seus chapéus de chuva e sombrinha não se importavam com quem estava atrás sem poder enxergar a cena. Outros corriam na frente sem olhar a quem pisar, alguns encobertos e bem protegidos, muitos descobertos e sem proteção. Cada um buscando o melhor ângulo e a melhor posição para curtir aquele momento único de devoção.

“É egoísmo pensar somente em nós próprios como centro do mundo e construir um mundo fechado que nos isola das oportunidades que a vida pode oferecer.” (Textos Judaicos)

Os poderosos decidem quem deve viver e morrer. E o mais impressionante: o mesmo povo submisso pela fé, carente de bênçãos, volta-se contra o poderoso filho de DEUS e conclama a sua morte na cruz. Soltando o condenado Barrabás e condenando o inocente JESUS CRISTO. 

“Sou muito egoísta, centrado demais em mim mesmo, para me incomodar com os outros.” (Cazuza)

O povo tem o incrível poder de destruir inocentes e aplaudir condenados. Os homens do poder se rendem diante da força popular e decidem crucificar JESUS. 

Judas Iscariotes foi um dos doze apóstolos de Jesus Cristo, que, de acordo com os evangelhos canônicos, veio a ser o traidor que entregou Jesus aos seus captores por trinta moedas de prata e, entrando em desespero, enforcou-se e condenou-se ao inferno segundo a tradição católica.

“Não tenha medo do inimigo que te ataca, mas do falso amigo que te bajula.” (Autor desconhecido)

Quantos de nós venderíamos Jesus Cristo por muito menos? 

Pilatos: Eu tenho o poder de te crucificar ou te libertar. Jesus: Não terias nenhum poder sobre mim, se não fosse dado do Alto. Por isso, quem me entregou a ti tem maior pecado. (A Paixão de Cristo)

“O homem deseja tantas coisas e, no entanto precisa de tão pouco.” (Johan Goethe)

Estamos diante dessa realidade todos os dias. Somos manipulados pela mídia, pelo povo sedento de justiça, fazendo justiça com as próprias mãos. Até aquele que veio ao mundo para nos salvar foi vitima de injustiça. 

O poder de Deus é soberano e ninguém vence. 

Jesus é condenado à morte; carrega a cruz às costas; cai pela primeira vez; encontra a Sua Mãe; recebe a ajuda de Simão de Cirene; Verônica limpa a sua face; cai pela segunda vez; encontra as mulheres de Jerusalém; cai pela terceira vez; é despojado de Suas vestes; é pregado na cruz; morre na cruz; é descido da cruz e sepultado. Ressuscita dos mortos para cuidar de nós e mostrar que não existe maior poder que o poder de DEUS. 

“Eu sou o bom pastor. E dou a vida pelas minhas ovelhas. Ninguém me tira a vida. Eu a entrego por mim mesmo. Tenho poder para entrega-la e para toma-la de volta. Este mandamento vem do meu pai.” (A Paixão de Cristo)

Assim encerrou-se a encenação da Paixão de Cristo em Nova Jerusalém.

Um espetáculo de rara beleza e profunda reflexão sobre a vida e a morte. 

“Se você não quer ouvir a verdade ninguém pode dizê-la a você.” (Filme A Paixão de Cristo)

Chegara um dia em que todos os homens reconhecerão o poder sublime e soberano de DEUS e não haverá mais guerra e lamentação. Tudo será harmonia, paz e amor.

A Semana Santa é tempo de reflexão e renovação espiritual. Foi por você que ele morreu…

Que DEUS nos abençoe! 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *