Por José Carlos Castro Sanches
Site: www.falasanhes.com
“A vida é um livro em branco, você o abre e escolhe se vai escrever com uma caneta de ouro ou de plástico.” (Allann Xavier)
Na semana passada visitei a loja Cristais de Gramado na Serra Gaúcha e comprei uma caneta tinteiro de vidro de murano que hoje presenteei ao ilustre escritor e amigo José Fernandes como reconhecimento e admiração pela arte de escrever bem e gratidão por sua atenção quando estivemos juntos nas conversas longas ou rápidas recheadas de sabedoria, orientações e aprendizados que incorporei como lições de vida, motivo de inspiração para que eu possa continuar escrevendo.
Naquela oportunidade ousei convidá-lo para escrevermos juntos um livro – visto que temos aptidão pelas crônicas e afinidade pessoal – embora com estilos dispares de escrever – o côncavo e o convexo, ele é objetivo e direto, eu, detalhista e minucioso, então disse-lhe: “os opostos se atraem e gostaria de apresentar essas diferenças num livro de crônicas”. Reforcei que poderíamos viabilizar essa possibilidade em breve, visto que, atualmente ele está escrevendo um novo livro e eu estou concluindo os meus.
“Escrever é mais que ter caneta e papel nas mãos, é andar pela estrada do coração.” (Plinio Neto)
O presente talvez não seja de grande utilidade, mas é um simbolismo que representa a autoridade do talentoso escritor maranhense. Após quase duas horas de conversa, ao nos despedirmos à porta do seu apartamento ele disse: “Tudo vale a pena se a vida não é pequena”, como dizia o admirável literato português Fernando Pessoa.
“A caneta é a arma de um escritor e a tinta como uma bala na agulha prestes a ser deflagrada” (Vinícius Santana)
José Fernandes contou-me sobre um livro espírita que acabara de escrever naquela data e que iniciava outro na sequência para não perder a disposição. Também conversamos sobre as viagens que fizera para Portugal, Inglaterra, Londres, Paris, Argentina, Chile; livros que doou para as bibliotecas de São Luís, Paço do Lumiar e Arari; das suas experiências de vida como Juiz Classista; sobre a biblioteca que está sendo construída em Arari em sua homenagem e levará o seu nome; a respeito de uma viagem que fez com a sua esposa para a Europa e recomendou-me viajar para Paris numa comitiva, disse que as suas experiências nas andanças pelo mundo, não foram agradáveis quando viajou apenas com sua esposa. Reforçou que é sempre bom ter um guia, passear com um grupo de amigos e não estar preocupado com a logística dos passeios.
“A manhã de um novo dia, merece ser escrita com uma caneta nova de cor nova, porque na vida as cores também são outras e as coisas também são novas.” (Katia Souza)
Depois começamos a ponderar sobre a criação da Academia Rosariense de Letras – o próximo passo na minha carreira de escritor. Tenho a pretensão de iniciar 2019, reunindo os colegas escritores rosarienses para juntos darmos o pontapé inicial nessa missão.
Chegamos a discutir quem seriam os patronos das cadeiras; pensamos em Lima Filho, Ivar Saldanha, Benedito Leite, entre outros. A composição da academia deve exceder o mínimo de 15 membros para se instalar. Colocou-se à disposição para mediar as ações de formação da academia em Rosário. Lembrou-se que fez o lançamento do seu livro: Dor, amor e poesia – em Rosário e recebeu a ajuda de Euvaldo de Jesus Pereira, coincidentemente, meu amigo de infância e contemporâneo do Colégio Paulo Ramos, onde juntos estudamos o ensino fundamental. A referida obra faz um resgate da vida e da obra do poeta rosariense Pery Gomes Feio (1909 – 1952), que foi de grande notabilidade no maranhão nos primeiros anos do século XX.
“A vida não ensina a gente a escrever, apenas como se segura a caneta.” (Danilo Felix)
O meu orientador com simplicidade e experiência acumulada, a cada dia me ensina um pouco mais sobre as nuances da vida. Desta vez, também revelou-me as dificuldades para cooptar leitores e adeptos para a compra dos seus livros durante a solenidade de lançamento em Rosário, onde recebeu poucos interessados, mas percebeu que as pessoas presentes eram diferenciadas – dentre eles professores, escritores e curiosos estiveram no evento para prestigiá-lo.
Pude lembrá-lo que talvez o pouco interesse pela leitura e literatura deva-se ao fato da cidade de Rosário não ter uma biblioteca, nem livrarias e a carência de pessoas que possam incentivar as crianças e jovens para a leitura de bons livros. Essa missão pode ser minha e dos meus colegas rosarienses para resgatarmos a “libido literária” dos nossos queridos conterrâneos.
Assim, encerro esta homenagem ao amigo José Fernandes, almejando que ele se aproprie dos dotes de escritor e possa fazer uso da sua caneta tinteiro de vidro de murano, ainda que seja para consumir a primeira carga de tinta, porque como disse, não sei se é possível recarregá-la. Faça bom uso do pequeno presente, fazendo da tinta um poema e do poema uma recordação deste que vos escreve.
“Você é quem traça seu destino. Você é o autor. Você escreve a história. A caneta está em sua mão, e o desfecho é o que você escolher.” (Lisa Nichols)
São Luís, 04 de dezembro de 2018.
Revisado em 18.03.2023.
José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista, trovador e poeta maranhense. Membro Efetivo do PEN Clube do Brasil, da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Atheniense de Letras, da Academia Rosariense de Letras, Artes e Ciências, da Academia de Letras, Artes e Ciências de Coroatá, da União Brasileira de Escritores, da Associação Maranhense de Escritores Independentes e Membro Correspondente da Academia Arariense de Letras, Artes e Ciências.
Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, A Vida é um Sopro, Gotas de Esperança, Pérolas da Jujuba com o Vovô, Pétalas ao Vento e Borboletas e Colibris, além de vinte livros inéditos. Visite o site falasanches.com e a página “Fala, Sanches” (Facebook) e conheça o nosso trabalho.
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NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS04.12.2018. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.
Goreth Pereira
18 de março de 2023 at 09:14
Cada vez que me deparo com as obras deste grande poeta trovador pesquisador ,escritor amigo Sanches tenho me espelhado em cada mensagem sua. Fala Sanches .amigo como dizia professor Raimundo Cabra bom. Parabéns amigo você é mil. Um escritor de simplicidade e humildade.
José Carlos Sanches
18 de março de 2023 at 11:39
Obrigado pela atenção e generosidade querida amiga Goreth Pereira. Aprecio suas considerações. Forte abraço, saúde e paz para você e família. Do amigo, José Carlos Sanches