Por José Carlos Castro Sanches

Benedito Bogéa Buzar é Membro Efetivo da Academia Maranhense de Letras – AML, ocupante da Cadeira 13, patroneada por José Cândido de Moraes.
Benedito Buzar é uma daquelas pessoas que surpreende. Lembro-me da primeira vez em que visitei a Academia Maranhense de Letras – AML. Naquele momento fui muito bem recebido por todos, especialmente por José Neres, Ewerton Neto e Benedito Buzar, que ali nos conhecíamos e fez as honras da casa com atenção e cortesia.
Na oportunidade fiz o convite aos acadêmicos para participarem do lançamento da Tríade Sancheana, composta pelos livros: Colheita Peregrina; Tenho Pressa e A Jangada Passou, e, informei aos ilustres escritores presentes que tinha alguns livros não publicados que precisavam ser prefaciados e os ofereci para escrever o prefácio. Ali se manifestaram: Sebastião Moreira Duarte e José Carlos Sousa Silva, enquanto José Neres e Ewerton Neto, tinham o compromisso de prefaciar, outros dois livros. Assim foi feito.

Três destes livros, compõem a Trilogia da Vida: No Fluir das Horas é tempo de Ler e Escrever; A Vida é um Sopro! e, Gotas de Esperança. E o livro “No Vagar do Pensamento”, que publicarei em separado.
Após o lançamento dos livros da Tríade Sancheana, voltei à AML, porém antes liguei para o nobre Presidente da Casa Antônio Lobo, Benedito Buzar, para certificar-me de que estaria lá, uma vez que iria presentear a academia com os três volumes e desejava entregar em mãos.
Conforme combinado, na data e horário previsto, estávamos a conversar. Apresentei-me, fiz um breve resumo de cada obra e entreguei os livros, disse-lhe que doaria aqueles exemplares para a Academia Maranhense de Letras, quando fui surpreendido. Benedito Buzar disse à secretária: “Traga-me $ XXX.00 para comprarmos estes livros”. Reforcei que não queria constrangê-lo com a compra, era uma doação, porém, ele insistiu, adquiriu os livros para a academia e, ainda comprou um para leitura.
Aquele pequeno gesto marcou a minha vida, nas pequenas coisas podemos criar uma imagem que nunca se apagará na memória de quem recebe um benefício, por menor que possa parecer ficará guardado para sempre. Minha eterna gratidão!

Benedito é um Santo de grande prestígio na minha cidade Natal, onde reina a padroeira Nossa Senhora do Rosário. Quem sabe desde lá tenha criado o vínculo sobrenatural com Benedito, passando pela Igreja da Sé quando aos domingos participava dos encontros da Juventude Universitária Autêntica Cristã – JUAC, e assistia às missas conduzidas pelo médico, escritor e padre João Miguel Mohana, escritor que já ocupou o posto entre os mais lidos do Brasil, e, hoje parece esquecido, que reforçava a importância da religiosidade, perseverança, sabedoria e fé para termos uma vida serena. Eu sempre acreditei nisso, por isso persisto e nunca desisto.
Benedito Buzar também é nome de rua na sua cidade de Itapecuru Mirim, que aos 17 de fevereiro de 1938 o recebia com festa, naquela família humilde de Abdala Buzar Netto e Deonila Bogéa Buzar.
Ali começava a história de sucesso do futuro jornalista, advogado, professor, pesquisador, deputado, escritor e autor de diversas memórias históricas, numerosas pesquisas e livros, também Presidente da honrada e cobiçada Academia Maranhense de Letras, onde com destaque soube engrandecer a literatura, a arte e a cultura do Estado do Maranhão. Além das atribuições citadas somam-se inúmeras outras que ornamentam com brio e orgulho a sua biografia e bibliografia de Benedito Buzar.
Vejam com quem eu estava sentado naquela sala ampla, frente a uma biblioteca recheada de obras clássicas e contemporâneas, vislumbrando um futuro promissor naquela sonhada academia. O ilustre escritor com simpatia, empatia e carinho dividia aquele canto da sabedoria com um noviço das letras, assim demonstrava sua humidade, ao conversarmos brevemente sobre literatura, politica, academia e outros temas de interesse comum.

Contou-me dos seus amigos de outrora, da passagem pela política, um breve comentário sobre o exílio, da familiaridade com José Sarney e Sálvio Dino, e, outras personalidades políticas e acadêmicas pelos quais externa gratidão e genuína amizade.
Falamos um pouco sobre as dificuldades para acompanhar as tecnologias da informação, enquanto ele era assessorado por um jovem que o instruía sobre informática, dizia-se pouco habilidoso nessa área, e admirava as crianças que parecem nascer com um “nano chip” de memória capaz de tornar fácil a utilização dos complexos sistemas eletrônicos.
Disse-lhe que sofro da mesma dificuldade, e que inclusive, escrevi uma crônica “De 10 em datilografia a zero na informática”, onde conto um pouco dessa experiência. Assim, quebramos o gelo e, passei a contar um pouco da minha trajetória pessoal, profissional e literária.
Falei da minha predileção pela literatura desde muito jovem, dos escritos guardados e compartilhados e do meu desejo de ocupar uma cadeira na Academia Maranhense de Letras, no que fui bastante incentivado pelo gentil e atencioso anfitrião, que reforçou o que já havia me dito desde o primeiro contato por telefone quando falei deste intento. Aproveitei para dizer-lhe o quanto foi importante o seu aval para que eu pudesse continuar nessa missão.
Em seguida, mais uma vez, como fiz com os demais acadêmicos, debrucei-me sobre os livros publicados, no prelo e obras originais não publicadas, encadernadas e plastificadas, retiradas da minha inseparável mochila profunda e rica em confidências, textos sobre temas universais, crônicas, poemas, sátiras, contos e tudo mais que compõe as obras e escritos que diariamente compartilho no site falasanches.com, na página Fala, Sanches (Facebook), Instagram, LinkedIn e outras mídias sociais e livros.
Ao final presenteei-lhe com um dos meus livros, tiramos uma fotografia, e nos despedimos. Sai daquele ambiente acolhedor com a certeza de que deveria continuar a peregrinação rumo ao objetivo desejado e certo de que existem pessoas dispostas a me ajudar nessa árdua caminhada de sucesso.

Só posso dizer que valeu a pena o nosso encontro querido confrade Benedito Bogéa Buzar, que Deus conduza os seus passos e ilumine a sua vida abundante, com saúde, paz e alegria contagiante.
Ao despedir-se, disse-me uma frase, que demonstra a sapiência de um homem visionário e realizador e, de um escritor que sabe traduzir com palavras cada momento especial, com ela encerro esta crônica:
“Bebe água limpa, quem chega primeiro na fonte” (Benedito Buzar)
São Luís, 23 de outubro de 2020.
José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense.
Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras – ALPL

Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, A Vida é um Sopro, Gotas de Esperança e outros nove livros inéditos.
Visite o site: falasanches.com e a página Fala, Sanches (Facebook) e conheça o nosso trabalho como escritor, cronista e poeta.
Adquira os Livros da Tríade Sancheana, composta pelos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa e A Jangada Passou, na Livraria AMEI do São Luís Shopping ou através do acesso à loja online www.ameilivraria.com.
NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS23.10.2020. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual amparado pela lei nº 9.610/98 que confere ao autor Direitos patrimoniais e morais da sua obra.