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Oferece a você a oportunidade de leitura e reflexão sobre textos repletos de exemplos, experiências e lições que irão transformar a sua vida.

AVÓS SÃO PAIS COM MEL!

Por José Carlos Castro Sanches

“Guardam no olhar e na pele as marcas de toda uma vida. Guardam em si uma infinidade de conhecimentos que nos transmitem, é com eles que aprendemos. Aprenderam a lidar com as “feridas” de uma forma admirável. Dão-se intensamente em cada dia… devolver-lhes o amor é o mínimo que podemos fazer. Tanto para dizer que faltam as palavras.” (Blue Shell)

Perguntaram a uma menina de nove anos o que ela gostaria de ser quando crescesse. Ela respondeu: – Eu gostaria de ser avó!

Ao ser interrogada sobre o porquê dessa ideia, ela completou: – Porque os avós escutam, compreendem. E, além do mais, a família se reúne inteirinha na casa deles.

Nossos avós são uma espécie de pais ao quadrado. Já foi provado cientificamente que conseguimos ter o mesmo amor por nossos avós que nem o que temos por nossos pais.

“Os avós criam memórias que o coração guarda para sempre.” (Autor desconhecido)

Talvez esses laços sejam de certa forma inexplicáveis para alguns, mas quem ama verdadeiramente seus avós sabe exatamente da imensidão desse amor. De fato, um amor de filho para pai e/ou mãe.

“Netos são como pingos de esperança que Deus deposita na vida dos avós.” (Décio Davi Reato)

Quando escrevi o artigo NETO É FILHO COM AÇÚCAR, minha esposa me pediu para escrever sobre AVÓS. Veja o que escrevi para os avós minha querida.

Dedico esta crônica aos meus avós paternos José Alípio Sanches e Rita Zélia Sanches e aos avós maternos Geraldo Henrique de Castro e Maria Augusta Cantanhede Castro. “In memoriam.” E a todos os avós corujas que habitam no planeta terra, ainda que em trânsito por Marte. Boa leitura e reflexão!

Nunca esqueço do quanto os meus avós paternos e maternos influenciaram a minha vida. Sempre fiquei mais próximo dos meus avós paternos José Alípio Sanches (Seu Zé) e Rita Zélia Sanches (Zelica como era conhecida), por morarem mais próximos da casa dos meus pais José Firmino Sanches (Zé Surdo) e Zanilde Castro Sanches(Zazá).

Meus queridos avôs – base da nossa existência e sustentáculos dos valores e princípios consolidados ao longo de suas vidas. Exemplo, lição e orgulho para todos os filhos, netos, bisnetos…

Essa proximidade fazia com que todos os dias, inúmeras vezes, estivéssemos próximos a eles, apesar de ser muito raro meus avos visitarem a nossa casa, exceto num evento muito especial ou caso de doença. Eram muito reservados no seu aconchego.

“Neto e neta são netos, no masculino. Filho e filha são filhos, no masculino. Pai e mãe são pais, no masculino. Avô e avó são avós.” (Agnaldo Antunes)

Meus avós maternos Geraldo Henrique de Castro (Geraldino) e Maria Augusta Cantanhede Castro (Mamãezinha). Agricultores, mãe doméstica, cuidavam dos 10 filhos. Eram um pouco mais distantes, apesar de morarem na mesma cidade, não visitávamos com tanta frequência – era uma visita mais formal, normalmente nos finais de semana, porque não moravam sozinhos tinham a companhia da tia Bibi, tio Manduca, depois dos filhos deste casal.

As lembranças dos nossos avós são inesquecíveis. Como dizem, na casa dos meus avós nem sempre tinha 1 real, mas, carinho, amor, cuidado e atenção sempre sobravam. 

“Vó é uma pessoa que está sempre nos mimando, está sempre ao nosso lado nos aconselhando e, acima de tudo, nos amando.” (Autor desconhecido)

Meu avô José Alípio, como citei em diversas crônicas e artigos que escrevi era um homem sério, trabalhador da roça, de pouca conversa e muita determinação, homem de palavra – o que ele dizia podia ter certeza que seria feito – a palavra daquele homem tinha mais VALOR que qualquer documento (me emocionei e as lágrimas vieram aos olhos naturalmente ao lembrar deste homem que me levou diversas vezes para o jardim paroquial, segurando em minhas mãos e me protegendo).

Ele era o guardião da casa dos meus pais e de toda a nossa família literalmente, como já citei em outros artigos ele tinha uma ‘espingarda” e vigiava a nossa casa durante a noite, varias vezes circulava em volta da nossa casa e do comercio do meu pai.

Acordava cedo para ir para o mercado comprar o nosso alimento – ficava horas e horas na fila desde a madrugada até comprar carne e entregar para o meu pai.

Um guerreiro admirável e marcante pelo qual tenho orgulho de ser seu neto e chama-lo de avô. Dizia ele que bateu palma para alguém pela primeira vez quando escutou o meu nome como aprovado no vestibular da UEMA para Engenharia Civil em 1982. A ele toda gratidão.

“Com meus avós aprendi que quase tudo se pode curar com um doce e um carinho sincero.” (Autor desconhecido)

Minha avó Zelica era baixinha, gordinha, morena de peitos grandes. De um sorriso e alegria contagiantes. Todas as vezes que chegávamos na casa deles era uma felicidade. 
Parece que a minha avó vivia para os netos, mesmo que muitos estivessem distantes ele procurava saber de tudo o que estava acontecendo com eles. Era quem atualizava a todos sobre cada um.

Vivia sempre preocupada com os filhos, orava todos os dias pelos filhos e netos. Quando alguém atrasava a chegada em casa, ou passava alguns dias sem visitá-la era motivo de preocupação intensa.

Sempre ajudava a todos. Tinha um coração de mãe, duplicado, um carinho redobrado pelos netos. Os netos que não são bobos quando queriam comer uma comida gostosa na mão da avó era só chegar às 11:00h na casa deles. O almoço estava servido na mesa e minha avó e meu avô sentados naqueles tamboretes de madeira, ao redor daquela mesa de madeira com um plástico pintado de flores… ali se alimentavam do que havia de melhor aos meus “sabores de infância”.

Como disse em crônicas anteriores a minha avó não usava colher ou talheres para comer, amassava a comida na mão, entre os dedos e colocava em nossa boca… era uma grande satisfação para ela quando aceitávamos comer com ela… (as lágrimas mais uma vez caíram dos meus olhos e molharam o meu rosto) que boas lembranças minha querida avó.

Arrumava os punhos das nossas redes, sentada ao chão… nos abraçava e beijava com tanta alegria e amor incondicional… nunca se importava com nada além de nós.

“Visitar nossos avós é voltar com a barriga cheia de doces, e o coração de amor.” (Autor desconhecido)

Meu avô Geraldino pela distancia e pelos contatos mais infrequentes deixou poucas lembranças em minha mente. Uma delas era o semblante de homem simples, trabalhador da roça, roupas e chinelos desgastados, pés e mãos calejadas e pele avermelhada do sol que parecia querer queimar. Um sorriso singelo, facilidade para cativar as pessoas com suas palavras dóceis e postura atrativa. 
Gostava de nos colocar no colo e sacudir as pernas como se fosse um cavalo a galopar… fazendo aqueles sons com a boca para manter o contato mais agradável. Meu querido avô onde quer que você esteja sou grato pelo que fez para a minha mãe e demais filhos.

Imagino o quanto foi difícil para você querido avô, agricultor de poucas posses, com esposa doméstica, cuidar de 10(dez) filhos. 2 (dois) homens: Ronaldo e Deco e 8 (oito) mulheres: Bibi, Dudu, Lucinha, Julinha, Chiquinha, Zazá e Florzinha. Delzuita morreu ainda criança após o nascimento.

Trabalhando na roça, chegava cansado em casa, botava comida para os animais (bagunçava a casa para dar comida aos cavalos). E fome ninguém passou.

“Avós são do melhor que a vida tem; seu amor é infinito e seu carinho feito à medida para todas as nossas dores!” (Autor desconhecido)

Minha avó a quem chamávamos de Mamãezinha era um amor em pessoa. Sempre que penso em meiguice lembro-me dela. Uma pessoa carinhosa, amável, fina que parecia ter nascido num berço de ouro, apesar de todas as dificuldades que passava era sempre alegre e dócil. A minha mãe, e as tias Bibi, Dudu, Lucinha, Julinha, Chiquinha e Florzinha. Herdaram essa mansidão, tranquilidade e forma carinhosa de tratar as pessoas da minha querida Mãezinha do coração. Minha branquinha, magra de sorriso largo nos rostos, carinho e mansidão no trato que Deus o tenha em seus braços e minha eterna gratidão pelos ensinamentos, proteção e cuidado que sempre teve com seus filhos e netos.

“Avós que se foram deixam nossas vidas mais pobres, mas suas histórias para sempre as enriquecerão.” (Autor desconhecido)

Agora vou relembrar que meus pais José, Zazá, meus sogros David e Raimunda, eu e minha querida esposa Socorro, minha linda dos olhos de mel, também somos avós e como eles oferecemos tudo o que é possível para agradar aos nossos queridos netos e bisnetos que se multiplicam a cada dia.

Ser avó é dar duas vezes carinho e duas vezes amor. Ser avó é ser exemplo de paz, amor e afeto.

Avós são mágicos, em qualquer tempo eles trazem de volta os sabores da infância.

Somos eternos AVÓS, PAIS COM MEL para os nossos queridos NETOS QUE SÃO FILHOS COM AÇÚCAR.

Avós são seres amadurecidos de amor e “Netos, a coroa dos avós.” (Pv 17.6)

“As histórias contadas pelos nossos avós são lições de vida que o tempo não apaga.”

Tenho muito pelo que agradecer aos meus avós e muito amor com que retribuir tudo que fizeram por mim!

“As pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo.” (Epicuro)


José Carlos Castro Sanches

Revisado em 24 de julho de 2020.



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