Por José Carlos Castro Sanches

“O mundo da simplicidade, da natureza, da fonte de água limpa e do canto dos pássaros é um pedaço do céu e a voz de Deus, que muitos não conseguem ouvir.” (Luiza Gosuen)
No imaginário da minha mente fértil alegro-me pela vida. Olhando os pássaros cantarem à noite, em dupla. Senti naquelas canções que viver é estar além do dia, da alegria, do pensamento. Viver é cantar a vida.
Cada dia é uma bênção. É amor. É paixão. Revestido com o manto sagrado de notas musicais: do, ré, mi, fá, sol, lá, si… Apreciando a beleza do canto percebi que adianta fazer nada, mesmo que não dê risada… assistir à peça de teatro, o cinema, a televisão, a música, o circo, o palhaço, o espetáculo da vida, a alegria. Deixei fluir a emoção ouvindo com atenção: Sessenta Dias Apaixonado, Fio de Cabelo, Amante Amada, Somos Apaixonados, Se Deus Me Ouvisse, Fogão de Lenha, No Rancho Fundo, Evidências, Pago Dourado, Vestido de Seda, Ainda Ontem Chorei de Saudade, Vá Pro Inferno Com Seu Amor, Disparada, O Homem de Nazaré, Boate Azul, Nuvem de Lágrima, Brincar de Ser Feliz, Página de Amigos, Alô, Frio da Solidão, Sinônimos, A Majestade e o Sabiá, Arrasta uma Cadeira, entre muitas outras belíssimas canções.
Vivendo o presente com pedaços da vida no passado… depois de dez dias tristonho pensando coisas que não devia, preocupado com a virose que me acometia. A música voltou-me à luz, me fez querer viver a escrita e tomar conta da minha caneta poderosa.
A vida é como um circo, um dia está desmontado sobre as carretas e caminhões nas estradas sinuosas, sem rumo e sem direção, noutro é a estreia com a plateia delirando de alegria com festa no picadeiro e alegria contagiante do palhaço risonho. O circo é lindo. É maravilhoso. A música segue o mesmo ritmo, a mesma beleza. E cantar é o que se mais ama. É o que se mais quer. Assim, dizem os apaixonados pela música.
Um milhão e meio de pessoas ou a pequena plateia da televisão é tudo. O que importa é cantar e viver o momento. Vi dois pássaros cantando a beleza da música sertaneja, uma dupla fenomenal José Lima Sobrinho e Durval de Lima, os “Irmãos Lima”, rebatizados de “Chitãozinho e Xororó”. Há cinquenta e dois anos trilhando um caminho cheio de amor e dedicação à música, que os levou a ostentar merecidamente o título de “reis do sertanejo”. Eles cantam com o coração, enobrecem suas canções e encantam os ouvintes e telespectadores. Como pássaros parece que foram feitos para cantar e encantar.

É baião é rodeio, festa de peão e eu também estava no meio. Se tem algo que pode transformar uma vida é a música e o canto dos pássaros. Todavia, a inspiração e a criação provêm da vida, dos pensamentos, dos sentimentos, das emoções… cada um ao seu modo transcreve sua história com harmonia, melodia e ritmo.
Olhando os pássaros vejo-me voando na canção sertaneja. Reencontrei o rumo. Vida que vem e vai, vai e vem. Do Rancho Fundo para todo o mundo. No Rancho fundo bem para lá do fim do mundo, o meu olhar triste e profundo voltou a brilhar naquela noite. A alegria voltou à minha sala, ao meu coração e pensamento.
Com os cantores da primavera vi a luz reluzir no fim do túnel. Lembrei o cheiro da morena, ainda que o suor molhasse o meu corpo doente e frágil naqueles dias de agonia, a esperança deu o ar da sua graça e a vitalidade rejuvenescia como a vegetação do sertão ao receber as preciosas gotas de chuva. A solidão que doía em mim se fez luz e brilho e trouxe a felicidade enquanto eu ouvia atentamente: “Estou morrendo de saudade de você”.
“Eu entrego a minha vida para fazer o que quiser de mim… Diz que é verdade que ainda você quer viver pra mim”… foram duas horas com Chitãozinho e Xororó no Churrascão do Faustão. O Show da vida continua sertanejo. Enquanto a vida passeava na esquina do tempo, a felicidade vagueava à procura de um coração livre e disposto a recebê-la com amor e carinho, encontrou em mim acolhida para deleitar-me apreciando a boa música numa tarde de sábado. Viva a música sertaneja!

“Quando a gente ouve o canto dos pássaros, dá pra sentir o quanto a inspiração dos anjos influencia a natureza.” (Juahrez Alves)
São Luís, 09 de julho de 2022.
José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista, contista, trovador e poeta maranhense. Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Rosariense de Letras, Artes e Ciências, da Academia de Letras, Artes e Cultura de Coroatá, da Associação Maranhense de Escritores Independentes, da União Brasileira de Escritores e do PEN Clube do Brasil.

Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, A Vida é um Sopro, Gotas de Esperança, Pérolas da Jujuba com o Vovô e vinte livros inéditos. Visite o site falasanches.com e a página “Fala, Sanches” (Facebook) e conheça o nosso trabalho.
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NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS09.07.2022. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.