“Ainda que o dia ameace desabar com chuvas e trovoadas… Ao fim do dia ainda pode se fazer presente um esfuziante arco-íris a sua frente. ” Mirna Rosa
Em 26 de março de 2020, fico mais experiente e completarei a passagem por 58 chuvas de março. Nesta data pretendo disponibilizar para os leitores o livro inédito “ No Fluir das Horas é Tempo de Ler e Escrever”, dando-me este presente como oportunidade para avançar na missão de escritor e compartilhar experiências e lições aprendidas. A ser seguido pelos livros “Gotas de Esperança” (Poemas) e a “A Vida é Um Sopro” (Crônicas), em conclusão, que lançarei ainda neste ano.
“Passam por mim chuvas,
raios, ventos e tempestades.
E, eu continuo de pé.
-Obrigada Senhor!” (Haredita Angel)
Em maio, se Deus permitir, tomarei posse na prestigiada Academia Luminense de Letras – ALPL e, em breve, juntamente com os demais confrades escritores, artistas e membros efetivos, fundaremos a Academia Rosariense de Letras Artes e Ciências – ARLAC, um sonho que se tornará realidade para todos os rosarienses.
São muitas bênçãos nestes anos de vida. Agradeço aos meus queridos leitores pelo forte incentivo e espero retribuir a atenção e generosidade de todos com o que tenho de melhor para reflexão diária por meio das crônicas, poemas, contos e textos com temas universais diariamente publicados no site falasanches.com -, Fala, Sanches (Facebook) e semanalmente no Instagram e Linkedin.
Entre uma gota e a chuva passam por mim raios, ventos e tempestades. E eu resisto de pé. Obrigado Senhor por mais um ano de vida. Viva a vida!
“É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no meu coração. ” (Tom Jobim)
Enquanto aguardava a chuva passar para chegar à barbearia onde corto os meus escassos cabelos. Estava ilhado sem poder sair do veículo numa rua alagada escrevendo esta crônica que dedico aos aniversariantes de março, aos poetas e escritores, em especial aos maranhenses, aos motoristas e barbeiros da CAPITAL DA FRANÇA EQUINOCIAL.
Hoje amanheceu chovendo. A minha ILHA BELA está recebendo água divina para irrigar as plantações, alimentar lagos, rios e mares e permitir a reprodução dos peixes, suprir as necessidades dos homens, resfriar a terra quente de São Luís do Maranhão e aquecer os amores nesta ILHA DO AMOR.
O pingo d’agua que cai do horizonte daquelas nuvens carregadas que se fazem água para cumprir a sua missão divina. Escorrem pelos telhados e batem nas calçadas com o tique-taque que relaxa os estressados, traz a paz aos infelizes e fortalece a fé, a esperança e a sabedoria daqueles que acreditam no alvorecer irradiante de um novo dia de sol na TERRA DAS PALMEIRAS.
“Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá. ” (Gonçalves Dias)
As goteiras fazem os homens se mexerem querendo abrigo saudável e a paz interior no seu teto abençoado.
As águas correm rua abaixo, acumulam poças e buracos que se transformam em crateras e nossa linda CIDADE DOS AZULEJOS se converte num lago submerso pelas águas de março.
As drenagens entupidas pelos lixos despejados por humanos mal-educados e as enchentes tomam conta do PATRIMÔNIO MUNDIAL DA HUMANIDADE.
Os carros se acumulam nas ruas, avenidas, bairros e centro e o vai e vem dos inocentes motoristas se faz triste pesado, limitado e úmido como se fosse uma serpente a destilar veneno, em estado líquido, abundante por toda a ILHA REBELDE.
O povo sofrido a caminhar pelas ruas com os pés descalços nas águas sujas e contaminadas. A doença já não os acomete pela graça divina.
Até o Corona vírus ronda a nossa ilha e o povo sobressaltado torce para ser apenas uma ameaça, não merecemos mais uma “desgraça”, chega de doença nesta capital de povo sofrido. São tantos os percalços da vida dura que DEUS protege os pobres mortais do calvário na JAMAICA BRASILEIRA.
A chuva não é sinônimo de catástrofe. Ela é uma forma do poderoso derramar lágrimas de alegria e dissipar o seu perfume sobre a ILHA DO REGGAE e levar consigo a maldade e os pecados dos LUDOVICENSES.
Que a chuva continue a irrigar o nosso jardim florido, a manter a água para o sustento, a suprir as fontes, cultivar as plantações, alimentar os poços e infiltrar-se no lençol freático para filtrar as impurezas e fornecer água em abundância para o povo castigado da ILHA GRANDE berço de poetas, outrora ATENAS BRASILEIRA.
No dia do meu aniversário gostaria de receber de presente o pingo d’agua de março, sou grato ao soberano DEUS por me permitir mais uma gota de vida. Que se multipliquem as chuvas de março para irrigar as plantações, suprir a água e alimento na terra, trazendo abundancia para o nosso povo desta nublada e chuvosa ilha que chamarei de minha.
“Entre uma gota
e outra de chuva!
Guarda-chuvas…” (Dayse Sene)
O magnetismo da chuva me faz pensar que precisamos viver intensamente cada segundo e, que um pingo d’agua pode representar a esperança de dias melhores. Enquanto a chuva reúne constelações de pingos d’agua e representa a vida, a renovação e a certeza de que existe um DEUS a guiar os nossos passos na maravilhosa ILHA DE UPAON-AÇU.
Obrigado meu DEUS por mais um ano de vida abundante e iluminada pelo encanto, fascínio, magia e sedução da CIDADE DO PALÁCIO DE PORCELANA nesta ILHA MAGNÉTICA SÃO LUÍS DO MARANHÃO.
Água é vida! Chuva é benção divina! Um brinde à vida!
“Se meus olhos fossem câmeras cinematográficas eu não veria chuvas nem estrelas nem lua, teria que construir chuvas, inventar luas, arquitetar estrelas. Mas meus olhos são feitos de retinas, não de lentes, e neles cabem todas as chuvas estrelas lua que vejo todos os dias todas as noites. ” (Caio Fernando Abreu)
José Carlos Castro Sanches
São Luís, 13 de março de 2020.