Por José Carlos Castro Sanches
Site: www.falasanches.com

Em uma das escolas onde eu fui professor organizaram uma feira de arte e cultura em que os alunos orientados pelos professores iriam apresentar os seus dotes artísticos por meio de pinturas, artesanatos, maquetes, desenhos, entre outras habilidades artísticas.
Durante a feira os alunos se revezavam entusiasmados na apresentação dos trabalhos nas respectivas classes. Nessas oportunidades sempre algumas peças e autores se destacam, não foi diferente no referido evento – ali pude apreciar belas obras – de talentosos artistas “principiantes.” A feira foi um sucesso. Dias depois me deparo com uma pilha de materiais provindo da referida feira – o que antes era arte em “profusão”, agora virou lixo, nem mesmo os autores foram incentivados a guardarem as suas obras – quase tudo estava perdido.

Eu estava incomodado com tamanho desleixo, aproximei-me das peças abandonadas e fiquei sensibilizado com tanta beleza e talento “jogado fora”. Se tivesse onde guardar teria recolhido uma bela maquete feita por um aluno e diversas peças de arte bem trabalhadas, todavia me detive a resgatar um quadro pintado à mão sem identificação do autor, posto numa moldura, que já estava empenada pelos destroços que sobrepunham a peça naquele monte de lixo de valor inestimável para quem valoriza a produção artística e cultural.

Era uma imitação da pintura “Abaporu” de Tarsila do Amaral. “Não me contive” peguei a peça e levei à loja onde são emoldurados os meus quadros. Hoje posso dizer que tenho um quadro do “Abaporu”, resgatado do lixo enfeitando o meu escritório juntamente com obras diversas, diplomas e quadros. O meu grande desejo é saber quem fez a réplica da preciosa pintura para que possa assinar a obra. Será que foi a própria Tarsila do Amaral que deixou a sua obra-prima no lixo para me presentear? Qualquer que seja a resposta fiquei feliz por ter recuperado a peça. Agora posso dizer que tenho um quadro do “Abaporu.” Se é original ou réplica, não sei!

São Luís, 25 de maio de 2024.
José Carlos Castro Sanches. É Consultor de SSMA da Business Partners Serviços Empresariais – BPSE. Químico, professor, escritor, cronista, contista, trovador e poeta maranhense. Membro Efetivo do PEN Clube do Brasil, da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Rosariense de Letras Artes e Ciências, da Academia Maranhense de Ciências e Belas Artes, da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão, da Federação das Academias de Letras do Maranhão, da União Brasileira de Escritores, da Associação Maranhense de Escritores Independentes. Membro correspondente da Academia Arariense de Letras Artes e Academia Vianense de Letras. Tem a literatura como hobby. Para Sanches, escrever é um ato de liberdade.

Autor dos livros: Tríade Sancheana – Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; Trilogia da Vida: No Fluir das Horas, Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro!; Pérolas da Jujuba com o Vovô, Pétalas ao Vento, Borboletas & Colibris (em parceria); Das coisas que vivi na serra gaúcha, Me Leva na mala e Divagando na Fantasia em Orlando. Participa de antologias brasileiras.

NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS25.05.2024. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.

