Por José Carlos Castro Sanches
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“O saber a gente aprende com os mestres e os livros. A sabedoria, se aprende é com a vida e com os humildes.” (Cora Coralina)
A todos e a todas é um pleonasmo vicioso ou bobagem populista?
O uso da expressão: “a todos e a todas” na abertura de palestras, congressos, reuniões, treinamentos, discursos políticos… para agradecer a presença de todos os indivíduos, de todas as pessoas presentes. É algo que tem me incomodado frequentemente nas aberturas dos eventos que tenho participado.

Essa expressão passou a ser usada por intelectuais, autoridades, palestrantes, professores, alunos, padres, pastores, advogados, vereadores, deputados, senadores, ministros, presidentes e formadores de opinião em todas as esferas desde universidades, câmaras, congressos, palácios, igrejas… até as salas de aula das escolas públicas e privadas.
No meu limitado conhecimento da língua portuguesa entendo que o uso desta expressão é um “pleonasmo vicioso” – o pleonasmo vicioso ocorre quando há a repetição desnecessária de uma informação na frase e um “exagero linguístico” uma tentativa de forçar a igualdade de gênero, onde não se faz necessário. Afinal “todos e todas” se englobam em qualquer dos gêneros.

Todos é um pronome indefinido a todos os presentes, ou ouvintes: homens, mulheres, jovens, crianças, meninos, meninas…não é uma questão de gênero ou linguagem inclusiva.
Saudar uma plateia com um “Bom dia a todos” é perfeitamente correto e todos estarão “Incluídos”. Não existem dois plurais. Um homem e uma mulher são duas pessoas, dois indivíduos, dois elementos…

Posso ser mal interpretado, mas sempre que escuto a expressão: “a todos e a todas” tenho a sensação de que algo está errado. Soa mal aos meus ouvidos e tenho uma tendência natural a rejeitar a fala do orador e dar menos importância à sua apresentação. Um bloqueio inexplicável.
O meu entendimento está correto? Ou estou equivocado? Peço ajuda aos universitários e especialistas na língua portuguesa.
No meu ponto de vista podemos reforçar a igualdade e direitos entre homens e mulheres através de ações, sem necessariamente associar ao gênero masculino ou feminino. Talvez aí esteja o preconceito.

“O sonho da igualdade só cresce no terreno do respeito pelas diferenças.” (Augusto Cury)
Usar a expressão “A todos e a todas” equivale a dizer:
“Menino, entre já para dentro!”
“Preciso subir no apartamento lá em cima”
“Eu vi com meus olhos a miséria que há neste mundo”
“Saia já para fora”
“Ó mar salgado, quanto do teu sal” (de um poema de Fernando Pessoa)

Pense nisso!
São Luís, 13 de dezembro de 2017.
Direitos reservados ao autor José Carlos Castro Sanches

É químico, professor, escritor, cronista, contista, trovador e poeta. Membro Efetivo do PEN Clube do Brasil, da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Atheniense de Letras e Artes, da Academia Rosariense de Letras Artes e Ciências, da Academia de Letras, Artes e Cultura de Coroatá, da União Brasileira de Escritores, da Associação Maranhense de Escritores Independentes e Membro correspondente da Academia Arariense de Letras Artes e Ciências.

Autor dos livros: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; No Fluir das Horas é tempo de ler e escrever, Gotas de Esperança, A Vida é um Sopro!; Pérolas da Jujuba com o Vovô e Pétalas ao Vento. Disponíveis na Livraria AMEI do São Luís Shopping ou através do acesso à loja on-line www.ameilivraria.com; e no site da Editora Filos: https://filoseditora.com.br/?s=Sanches

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